Memória

Memórias da FAFIA (I): primeiro vestibular anulado

Um breve relato acerca da anulação do primeiro vestibular da FAFIA

Tiago Rafael | Professor, historiador e gestor ambiental Colunista
Tiago Rafael | Professor, historiador e gestor ambiental
Memórias da FAFIA (I): primeiro vestibular anulado

Esta semana os veículos de comunicação locais noticiaram o fim da concessão das bolsas de estudos aos servidores ativos do quadro permanente da Prefeitura, Unifai e Câmara Municipal. É claro que tal decisão afetará diversas pessoas que um dia sonharam com a conclusão do nível superior. E analisando toda esta situação, isto me fez lembrar de todas as dificuldades e percalços que um dia foram enfrentadas para que município e faculdade chegassem à concessão de tais bolsas.

Em minha graduação, orientado pela Profa. Dra. Izabel Castanha Gil, acabei analisando o processo de surgimento da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Adamantina (FAFIA) na década de 1960. Diversos personagens foram ouvidos e outras tantas fontes foram consultadas, construídas e questionadas em meio a este processo.

Tive o prazer de conversar com seus primeiros diretores, professores, funcionários e alunos, cada qual com o seu relato e suas impressões sobre a instituição e o período em questão. Mas, algo que me chamou a atenção foram alguns recortes que acabei localizando nos arquivos do Jornal Diário do Oeste, na época de propriedade do Sr. Antônio Vitor.

Era algo comum, em meados da década de 1960, o então Jornal O Adamantinense (atual Diário do Oeste) relatar a luta pela criação da tal Faculdade de Filosofia. Idas de líderes políticos à órgãos das diferentes esferas, tentativas de acordos com instituições religiosas e manobras que não deram certo.

Após algumas tentativas fracassadas, a tão sonhada Faculdade surge como uma Autarquia Municipal, tendo sida criada por meio da Lei Municipal de nº 853 de 29 de junho de 1967, na administração do então Prefeito Tino Romanini.

Pois bem, a recém-criada FAFIA, com seus cursos de letras, pedagogia, ciências e história (transformado posteriormente em estudos sociais), necessitava realizar seu concurso de habilitação (vestibular). Este acabou acontecendo nos dias 19, 20 e 21 de julho de 1968. É neste momento que ocorre o inesperado para uma recém-criada Faculdade. Um dos candidatos acabou “quebrando o sigilo” em uma das provas.

Dias depois, no “sentido de salvaguardar o nome da recém-criada Faculdade”, é emitido um novo comunicado, anunciando a anulação do vestibular de francês e a convocação dos vestibulandos para novo exame.

No mês seguinte, se dá a Aula Inaugural da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Adamantina (FAFIA), pelo Prof. Erasmo de Freitas Nuzzi, Presidente de Câmara de Ensino Primário e Médio do Conselho Estadual de Educação.

Enfim, independente de vestibular anulado ou concessão (ou não) de bolsas, cabe aqui a lembrança da valorosa luta de pessoas que um dia sonharam e criaram uma das maiores instituições de ensino superior do Extremo Oeste Paulista.

Tiago Rafael dos Santos Alves é historiador. Acesse aqui seu perfil.
 

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