Dengue: com dois óbitos suspeitos, Adamantina decreta situação de emergência e amplia serviços
Secretaria Municipal de Saúde amplia atendimento para os casos de dengue.
Depois de 371 casos de dengue confirmados desde o início de janeiro, 988 notificações e dois óbitos suspeitos relacionados à doença, sob investigação, a Secretaria Municipal de Saúde de Adamantina decretou nesta terça-feira (14) situação de emergência em saúde pública. A medida é motivada pelo cenário crítico relacionado à doença, determina medidas preventivas e amplia os serviços nas unidades básicas de saúde para atendimento a moradores.
Conforme divulgou a Prefeitura de Adamantina na tarde de hoje, a situação de emergência está estabelecida por meio do Decreto Municipal Nº 6.672, de 14 de fevereiro, que entra em vigência nesta data. Com o ato, o poder executivo municipal fica autorizado a determinar e executar as medidas necessárias ao controle das doenças e do mosquito transmissor Aedes aegypti. "Todos precisam colaborar no combate à dengue! Mantenha seu quintal longe dos criadouros e em caso de sintomas procure sua unidade de saúde de referência", pede a secretária de saúde, Franciele Anselmo.
O Decreto traz uma série história dos casos positivos de dengue em Adamantina, nos últimos dez anos. Veja:
Ano | Casos |
2013 | 413 |
2014 | 42 |
2015 | 1.084 |
2016 | 142 |
2017 | 9 |
2018 | 7 |
2019 | 2.064 |
2020 | 1.051 |
2021 | 11 |
2022 | 1.353 |
2023 | 371 |
Além da dengue, o Aedes aegypti transmite a Chikungunya e o Zika Vírus. Conforme descreveu o poder público, o vírus da dengue é transmitido por mosquitos fêmea, e existem quatro sorotipos do vírus que causam a dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). No momento, o sorotipo DENV-1 é o que está circulando no município.
Dois óbitos suspeitos
Conforme informou a Prefeitura de Adamantina nesta terça-feira, a Vigilância Epidemiológica local foi notificada a respeito de um óbito ocorrido em 8 de fevereiro tendo como causa a dengue. “No entanto, de acordo com os registros da pasta, quanto a pessoa que veio a óbito, não há registro de atendimento em nenhuma unidade básica de saúde do município, inclusive na Santa Casa, bem como não há registro de exames que atestem a doença para o indivíduo”, disse o poder público. “Devido a isso, a Secretaria de Saúde está realizando todas as investigações pertinentes ao caso, seguindo as orientações recebidas pelo Grupo de Vigilância Epidemiológica de Marília”, completou.
Ainda de acordo com o poder público municipal, após o levantamento de toda a documentação, a mesma será encaminhada para São Paulo para que o caso seja encerrado e emitido o parecer atestando ou não a causa do óbito como dengue.
Com relação a um segundo óbito suspeito ocorrido nesta segunda-feira (13), foi coletado exame e o material foi encaminhado ao Instituto Adolfo Lutz. A Vigilância Epidemiológica aguarda o resultado.
Saúde amplia atendimento para os casos de dengue
Tendo em vista a necessidade de atender os munícipes que apresentam sintomas de dengue, a Secretaria Municipal de Saúde está ampliando as ações.
Conforme o poder público, os moradores que apresentarem sintomas de dengue devem procurar a sua unidade básica de saúde que é referenciado. No local, dependendo da situação clínica, o paciente já está recebendo a hidratação e fazendo a coleta do exame de sangue para a sorologia.
Uma nova medida adotada pela Secretaria Municipal de Saúde é o custeio dos exames a cargo do município, não sendo mais enviados para o Instituto Adolfo Lutz de Marília. Desta forma, os resultados saem mais rapidamente.
Como uma forma de apoiar o pronto-socorro nos atendimentos, o Postão terá um espaço especial para o atendimento de dengue e horário ampliado das 7h às 20h durante a semana, com médico e hidratação. De sábado a terça-feira, final de semana de carnaval, será realizado plantão das 8h às 15h para atendimento dos casos de suspeita de dengue.
As ações de casa em casa continuam. Os agentes comunitários de saúde estão visitando as residências assim como os agentes do controle de vetores e fazendo a eliminação dos criadouros. "O poder público vem fazendo a sua parte e a população também precisa contribuir. Mantenham seu quintal limpo, longe dos criadouros. É muito importante procurar ajuda médica quando aparecem os sintomas. Procure sua unidade de referência", pede a secretária de saúde, Franciele Anselmo.