Saúde

“Se for da vontade de Deus, estaremos aqui”, diz Frei Francisco, no PAI Nosso Lar

Associação religiosa sediada em Jaci (SP) é referência em gestão de serviços de saúde.

Por: Da Redação atualizado: 11 de outubro de 2017 | 12h00
Frei Francisco, da Associação e Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus, é recebido em Adamantina (Foto: Maikon Moraes/Siga Mais). Frei Francisco, da Associação e Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus, é recebido em Adamantina (Foto: Maikon Moraes/Siga Mais).

Depois de receber a equipe do Polo de Atividades Integradas PAI “Nosso Lar”, autoridades do poder judiciário e religiosas, na última segunda-feira (2) em Jaci (reveja aqui), o Frei Francisco - Nélio Joel Angeli Belotti - que dirige a Associação e Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus retribuiu a visita e esteve na tarde desta-quinta-feira (5) na instituição adamantinense. Ele veio acompanhado do frei Jacó Silva, diretor administrativo do Hospital Regional de Presidente Prudente, também gerido pela instituição.
A Associação liderada pelo Frei Francisco é referência na gestão de serviços de saúde, com casas terapêuticas e hospitais próprios, além de atuar como Organização Social de Saúde (OSS) na gestão de hospitais públicos, ambulatórios médicos de especialidades (AME), farmácias de alto custo e outras estruturas de saúde, em São Paulo e outros estados brasileiros. São mais de 60 estruturas de saúde tocadas pelos religiosos.
A aproximação das instituições PAI Nosso Lar e Santa Casa de Adamantina junto à Associação e Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus pode caminhar para uma ação mais consistente, que eventualmente permita a chegada dessa instituição a Adamantina e assim, de alguma forma, atuar localmente, com a possível gestão do PAI Nosso Lar e da Santa Casa, ou uma delas. Essa é a expectativa das autoridades, lideranças e colaboradores presentes à recepção ao Frei Francisco.

Autoridades, colaboradores e lideranças recepcionam Frei Francisco

O Frei Francisco foi recebido no PAI Nosso Lar pelo administrador Andrey Negroni; pelos juízes Ruth Duarte Menegatti e Carlos Gustavo Urquiza Scarazzato; pelos três promotores de justiça Viviane Zaniboni Ferreira Barrueco, João Carlos Talarico e Rodrigo de Andrade Figaro Caldeira; pelos padres Rui Rodrigues Silva (Paróquia de Santo Antônio) e Marcelo Antônio Santos (Paróquia Nossa Senhora de Fátima); prefeito Márcio Cardim; vereador Acácio Rocha; o provedor da Santa Casa, Leonardo Munhoz; além de médicos, profissionais da instituição, parceiros, colaboradores e imprensa.
Depois de percorrer os espaços internos do PAI Nosso Lar, Frei Francisco foi acolhido na sala de reuniões, onde foi saudado pela juíza Ruth Duarte Menegatti, que lidera a mobilização em favor do PAI Nosso Lar e seus pacientes. “Estamos aqui para agradecer a visita, sobretudo por dedicar este tempo a atender Adamantina e região, estando aqui conosco. É uma honra recebe-lo em nossa cidade”, disse a anfitriã.
Ruth Menegatti destacou e esforço e mobilização de toda a comunidade, pela manutenção dos serviços prestados pelo PAI Nosso Lar. “Sempre falei para toda a nossa equipe que um dia o senhor viria, e estamos aqui juntos com as autoridades constituídas e a sociedade, para mostra o quando podemos fazer pelas pessoas”, completou.

Dever e missão em saúde 

A fala seguinte foi do Frei Francisco, que iniciou expondo sobre sua vida religiosa e a atuação em favor dos mais necessitados. Ele citou que foi ordenado padre precocemente, aos 23 anos, antes da idade mínima fixada pelo Direito Canônico (25 anos).
De imediato, já se mobilizou para priorizar o que era sua vocação. Ganhou uma maleta para carregar o cálice para celebrações e demais acessórios litúrgicos e passou a utilizá-la para  transportar esparadrapos, tesouras e medicamentos, e por onde andava realizava curativos.
A partir daí foi despertado para o trabalho com dependentes de álcool e drogas, montando e dirigindo uma casa terapêutica. Depois, surgiu a necessidade de prestar atendimentos médicos/hospitalares, fundando assim o primeiro hospital. “Ontem [4] celebramos 32 anos de fundação”, disse.
Hoje o trabalho da Associação engloba a gestão hospitais gerais e específicos (para portadores de multideficiências e idosos em fase terminal); serviços de saúde como ambulatórios médicos de especialidades, pronto socorro, farmácia de alto custo, entre outros; albergue, casa abrigo para doentes em tratamento de saúde, restaurante popular; comunidades terapêuticas de recuperação; ambulatório para diagnóstico e tratamento de álcool e drogas e projetos educacionais Semeando o Futuro, que tem como objetivo prevenir o uso de drogas pelas crianças e adolescentes. Além disso, mantém uma missão em Porto Príncipe, Haiti, que desenvolve atendimentos de saúde, educação e nutrição.
Com essa atuação a Associação é a quarta no ranking das OSS no Estado de São Paulo. “Somos um modelo de gestão”, orgulha-se.
Frei Francisco atribui todos esses resultados à Divina Providência. “Nada nasceu de mim. Tudo veio do céu”, disse. “As coisas foram acontecendo com um time muito responsável”.
Ele comentou que a crise vivida na saúde pública, e que atinge sobretudo as instituições filantrópicas e públicas, faz com que cheguem até a Associação pedidos diversos, para que assumam a gestão desses lugares. “Nos é oferecido quase um hospital por dia, pois muitos têm na cabeça que a gente assumindo, resolve”, afirmou. Nesse ambiente, orgulha-se de operar todas as unidades de saúde em estarem endividadas. “Estamos na tampa, no limite, mas não temos dívidas”.
Em seguida, o Frei fez uma colocação que definiu as competências e responsabilidades do poder público e das instituições, como a que ele dirige. “O Estado tem o dever de atuar na saúde e demais áreas porque recebe impostos para isso. Nós temos a missão, reproduzindo o ensinamento de Jesus citado no Evangelho de Marcos, de ir pelo mundo, pregar o Evangelho e curar os doentes”.
Nesse contexto, de praticar a missão, Frei Francisco foi contundente: “Se abraçamos, é de verdade. Abraçamos e administramos os hospitais públicos com as mesmas características que administramos os nossos”, completou.

Aproximação das instituições adamantinenses à gestão dos freis franciscanos

O Frei Francisco continuou dizendo que foi sensibilizado pelo representante do Papa no Brasil, o Núncio Apostólico Dom Giovanni d’Aniello, que esteve no dia 24 de agosto em Adamantina e conheceu o PAI (reveja aqui). Em seguida, o Frei recebeu os representantes de Adamantina em sua sede, em Jaci, na última segunda-feira (2). E rapidamente retribuiu a visita.
Em sua fala na tarde desta quinta-feira no PAI Nosso Lar ele não assumiu nenhum compromisso por ralizar um trabalho local junto às instituições adamantinenses, ou a uma delas, mas sinalizou possibilidades promissoras, e vai buscar na Divina Providência a resposta definitiva. “Chegou em casa à noite e escrevo um e-mail à Divina Providência. Vamos esperar a resposta”, disse descontraído. “Rezem, peçam a Deus. E se for da vontade Dele, estar aqui, estaremos com o maior prazer”, anunciou. Todavia, a resposta pode ser positiva para ambos os locais, apenas para um dos hospitais ou para nenhum.
E diretamente, já adiantou qual seria a dinâmica de trabalho. “Há várias maneiras de trabalharmos juntos, porém o mais importante é trabalhar em equipe. Nisso, a comunidade precisa fazer parte”, reforçou.
Por fim, Frei Francisco agradeceu a oportunidade de estar em Adamantina e fez uma citação especial ao PAI Nosso Lar e à Santa Casa. “Deus mora aqui”, afirmou. “Não há parede que ouve mais súplicas no mundo do que a parede dos hospitais”, completou.

Compromisso comunitário e a concretização da parceria

Após a fala do Frei Francisco, o prefeito Márcio Cardim destacou o ponto colocado pelo dirigente religioso, acerca do compromisso da comunidade. “Todas as instituições – Poder Executivo, Judiciário, Legislativo, Ministério Público –, a comunidade e a sociedade como um todo estão trabalhando de uma maneira brilhante”, disse.
O prefeito também destacou a reviravolta vivida na instituição PAI Nosso Lar, desde o começo do ano, quando estava sob risco de encerrar suas atividades. “Essa instituição estava na iminência de fechar suas portas e ninguém acreditava nesse milagre que vivemos hoje”, disse. O que falta é essa experiência de vocês – Associação e Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus – e podem ter a certeza que haverá um exército para ajudar”, completou.
O juiz Carlos Scarazzato encerrou as falas se apropriando de um gancho do Frei Francisco, quando citou que abraçam as causas que lhes são apresentadas. Após ler e ter contato com a história do Frei, afirmou acreditar no simbolismo do milagre de São Francisco de Assis. “Se nós esperamos um milagre, a primeira parte já aconteceu aqui, abrindo nossos corações e nos unindo acima de todas as diferenças”, disse. “Espero que esse milagre se concretize, fechando este abraço com a vinda de vocês”, finalizou.

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