Cidades

Galvão: “O Ivo não conseguiu sequer trazer o Alckmin a Adamantina”

Vereador Luiz Carlos Galvão (PSDB) é o sexto entrevistado do SIGA MAIS nesta semana.

Por: Da Redação atualizado: 14 de outubro de 2015 | 07h56
Galvão: “O Ivo não conseguiu sequer trazer o Alckmin a Adamantina”

O SIGA MAIS retoma hoje a série de entrevistas com vereadores da Câmara Municipal de Adamantina. Nesta segunda semana, a programação é aberta com o vereador Luiz Carlos Galvão, um dos principais articuladores da campanha política do prefeito Ivo Santos, e hoje um de seus principais críticos. “O Ivo não conseguiu sequer trazer o Alckmin a Adamantina”, diz. O Governador de São Paulo já esteve recentemente em Lucélia e Mariápolis.
Eleito vereador, Galvão afastou-se no início de 2013 e assumiu a Secretaria Municipal de Gabinete, área de assessoramento direto ao prefeito e articulação com as demais secretarias da estrutura pública, além centralizar o atendimento à população e demandas da comunidade. Deixou a Secretaria, reassumiu a cadeira no legislativo e desde então é protagonista de severas críticas ao governo municipal. E justifica, hoje, sua postura: “Tenho consciência plena de que não servia para coexistir no quadrado escuro, construído por meia dúzia de pseudos companheiros”, diz.
Galvão teve seu mandato cassado em um processo que apurou eventual decoro parlamentar, mas teve a decisão revertida por decisão judicial, reassumindo as funções legislativas.
Para essa rodada de entrevistas, os nove vereadores da Câmara Municipal de Adamantina foram convidados. Oito aceitaram o convite do SIGA MAIS e responderam nossas perguntas, sendo a presidente Maria de Lourdes Santos Gil (DEM) e os vereadores Fábio Roberto Amadio (PT), Aguinaldo Pires Galvão (DEM), Diniz Parússolo Martins (DEM), Luiz Carlos Galvão (PSDB), Noriko Onishi Saito (PV), Roberto Honório de Oliveira (DEM), Rogério César Sacoman (PSB). Apenas o vereador Hélio José dos Santos (PR), vice-presidente da Câmara Municipal, se recusou a participar.

O senhor foi o principal articulador da campanha vitoriosa do PSDB à prefeitura de Adamantina, é do mesmo partido do prefeito e hoje tem uma postura crítica sobre o governo dele.  O que o senhor tem a dizer à comunidade adamantinense?
Luiz Carlos Galvão
– Tenho consciência plena de que não servia para coexistir no quadrado escuro, construído por meia dúzia de pseudos companheiros.  Ainda alimento belos sonhos e utopias.

Como o senhor avalia seu comportamento e o comportamento da população nas redes sociais, quando o tema é política local?
Galvão
– Este comportamento, a meu ver, é bastante heterogêneo, o que não o empobrece. O saldo da interação promovida é positivo. Minha atuação é de pleno engajamento, mantendo postura crítico-propositiva, isto é, reflexiva e socialmente responsável, comprometida com a democracia e a cidadania.

E a atuação da imprensa tradicional, sobre os temas envolvendo a classe política de Adamantina?
Galvão
– A imprensa tradicional carece de avanços para a maior credibilidade. Valoriza pouco o contraditório, omite, com exceções pontuais, fatos midiaticamente importantes. Registro que a imprensa falada e as redes sociais caminham à frente: credibilidade mais visível.

Qual avaliação o senhor faz da administração Ivo Santos?
Galvão
– As pesquisas dizem por mim. Mais de 70% de rejeição explícita. E não há mais tempo para qualquer reação matematicamente significativa, afora a difícil conjuntura econômico-financeira que o país atravessa. Perdemos o bonde. O Ivo não conseguiu sequer trazer o Alckmin a Adamantina, além de não concretizar avanço algum como presidente da Associação dos Municípios da Nova Alta Paulista, a AMNAP. 

E sobre a relação entre Câmara e Prefeitura Municipal?
Galvão
– Democrática, independente, todavia não idealmente harmônica e com conflitos nos campos ideológico, ético e pragmático. Assevero que a contribuição da Câmara, no referente a conquistas de recursos financeiros, é assaz significativa. E sem o devido reconhecimento do Executivo.

Tivemos recentemente o episódio que envolveu a votação do projeto de lei sobre a permuta de área para a Fatec, quando a proposta do prefeito foi derrotada. Com isso, há correntes na cidade que acreditam na existência de uma guerra de forças motivada por diferenças políticas. Qual sua observação sobre essa interpretação de setores da sociedade?
Galvão
– Não vejo uma guerra de forças, senão falta de eficiência e de eficácia. Falta boa articulação e, sobretudo, paixão pelo fazer-acontecer.

Sobre a atuação de lideranças políticas e nomes da política local, que não estejam atualmente exercendo mandatos políticos, é saudável, participativa ou é só discurso, em Adamantina?
Galvão
– Quase zero. Inexiste.

O que a FAI tem de positivo, na sua gestão, que poderia servir de exemplo para a Prefeitura de Adamantina e outras prefeituras da região?
Galvão
– A estrutura da FAI é outra. Seu orçamento permite flexibilidade, avanços. Na prefeitura, a relação funcionário municipal – população é de 1 para 25. É em temos de gestão, contabilmente insuportável. Estamos nos aproximando dos índices nordestinos.

No geral, em que há mais erros e mais acertos, na atual administração municipal?
Galvão
– Acerto: não perseguição político-partidária. Erro: posturas frequentes não éticas na administração da “res publica”, acompanhadas pela falta de comprometimento e paixão do secretariado, com exceções pontuais. 

Têm surgido movimentações em várias cidades brasileiras pela redução dos subsídios (salários) dos agentes políticos, entre os quais os vereadores, vice-prefeito, prefeito e secretários. Com seu ponto de vista sobre esse movimento?
Galvão
– Imprescindível a redução dos vencimentos referentes aos agentes políticos. Mas a grande saída, a meu ver, seria através de Emeda Constitucional, reduzindo-se os percentuais permitidos ao estabelecimento dos subsídios. Com racionalidade, bom-senso, porém sem demagogia.

O que o senhor tem de mais significativo, de resultado efetivo, até agora, no seu atual mandato parlamentar?
Galvão
– Três mesas cirúrgicas para a Santa Casa, pois as antigas tinham 50 anos de uso, recursos financeiros para recapeamento asfáltico nos Jardins Adamantina e Brasil, passando pela viabilização de 21 mil livros, academia de ginástica, 30 computadores e emenda ao orçamento da união, em processo, destinando R$ 250 mil para a Santa Casa, são algumas das conquistas nesta legislatura. Penso também que a coerência, a vontade de representar dignamente a nossa bela comunidade, aliadas à obrigações éticas e a valores que julgamos eternos: sem isto, como nos ensinou Sócrates, a vida tem pouco ou nenhum sentido. E o homem, segundo a poesia de Heráclito, não se espantará por estar vivo.

Qual o perfil desejado para administrar Adamantina a partir de 2017?
Galvão
– Paixão pela “res publica”, competência, probidade, ousadia e abertura para a construção de rica interação.

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