Cidades

TG faz homenagem ao “Cabo Marcílio”, ex-combatente da 2ª Guerra Mundial

Familiares do pracinha que combateu na 2ª Guerra Mundial receberam homenagem.

Por: Da Redação atualizado: 5 de maro de 2020 | 09h10
Filhos do Cabo Marcílio, presentes à solenidade (Foto: Cedida). Filhos do Cabo Marcílio, presentes à solenidade (Foto: Cedida).

Uma solenidade realizada pelo Tiro de Guerra de Adamantina, na noite da última segunda-feira (8), homenageou o ex-combatente Marcílio Luis Pinto, o Cabo Marcílio, um dos 25 mil militares brasileiros – os pracinhas – que integrou a Força Expedicionária Brasileira (FEB), na 2ª Guerra Mundial, na década de 40. Ele morreu em Adamantina, em junho de 1993. Se estivesse vivo, completaria 99 anos ontem (9).
A solenidade, presidida pelo chefe de instrução do TG 02-080, de Adamantina, Sargento Paulo Mena, reuniu cerca de 60 pessoas, entre familiares e autoridades. Entre os familiares do homenageado, estavam presentes os filhos Liliana, Marlene, Maria Adelaide, Maria Angélica e Marcio. Ainda presentes os genros do Cabo Marcílio, Nelson e Luiz Antonio, a nora Patrícia, os netos Martim, Ana Carolina, Juliano, Dayana, Mari Helen e Matheus, e a bisneta Carolyne Victoria.
Entre as autoridades presentes, destaque para a presença do 2º Tenente Paulo Cesar Rodrigues Carrijo (Delegado da 13ª Delegacia do Serviço Militar), Subtenente Oraci Vargas de Carvalho Junior (Comandante da Base Operacional da Policia Rodoviária Estadual de Adamantina), Angela Christina Gomes Soares (Secretária Municipal de Educação de Adamantina), o Subtenente Giovane Dias (Chefe de Instrução do TG 02-089 de Osvaldo Cruz) e o 2º Sargento Francismar Ferreira (Policia Militar de Adamantina), além dos “Amigos do TG”, o policial civil Israel Pereira Coutinho, a diretora regional do CPP (Centro do Professorado Paulista) Marlene Ribeiro Esteves, a dirigente da Rede de Combate ao Câncer, Neusa Balzanini, e a Miss Brasil Universal Renata Marques.
A atividade contou com um vídeo sobre a participação da FEB na 2ª Guerra Mundial, explanação sobre a vida do Cabo Marcilio com o professor Tiago Rafael, a execução da Canção do Expedicionário e por fim o Toque de Silêncio. Foram apresentadas ainda o fardamento e medalhas do ex-combatente homenageado.

Embarcou em 1944 para combater na 2ª Guerra Mundial

Marcílio nasceu em Caconde (SP), região de Mococa (próximo à divisa com Minas Gerais), em 1917. Em 1933 foi como imigrante para a região de Garça. Trabalhou na prefeitura da cidade, depois morou em Duartina e Marília, quando, em 1942, foi convocado pelas forças armadas para se apresentar no Quartel do 3° e 4° Regimento de Infantaria, em São Paulo. Ficou dois meses no Quartel e de lá foi enviado ao 6° Regimento de Infantaria, sediado em Caçapava.
Nesse período o Brasil já tinha declarado guerra aos países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão), e neste regimento Marcílio recebeu os treinamentos intensivos. Em 1944 De Caçapava, o Regimento vai para o Rio de Janeiro, onde teve os treinamentos e usos de armas pesadas. Logo após em, em julho de 1944, chega a ordem de embarque no navio-transporte “General Meigue”, que atracou no Porto de Nápoles, na Itália. Seu batismo de fogo foi na localidade de São Martinho, em Toscana, e ao longo da Campanha na Itália.
Foi casado com Rosa Scarasati Pinto, teve os filhos: Liliana Aparecida, Marlene Aparecida, Maria Adelaide, Maria Angélica e Marcio Vicente. O homenageado faleceu em 31 de julho de 1993, em Adamantina.

Cabo Marcílio, em Florença, na Itália,durante a 2ª Guerra Mundial (Foto: Acervo Pessoal).

Participação brasileira na 2ª Guerra Mundial

Desde 1939, início do conflito, o Brasil assumiu uma posição neutra na Segunda Guerra Mundial, mas a neutralidade acabou em 1942 quando algumas embarcações brasileiras foram atingidas e afundadas por submarinos alemães no Oceano Atlântico. A partir deste momento, Getúlio Vargas (presidente do Brasil) fez um acordo com Roosevelt (presidente dos EUA) e o Brasil entrou na guerra ao lado dos Aliados (Estados Unidos, Inglaterra, França, União Soviética, entre outros).
Participação A participação militar brasileira foi importante na 2ª Guerra Mundial, pois somou forças na luta contra os países do Eixo. O Brasil enviou para a Itália 25 mil militares da FEB (Força Expedicionária Brasileira), 42 pilotos e 400 homens de apoio da FAB (Força Aérea Brasileira). Os militares brasileiros da FEB conseguiram, ao lado de soldados aliados, importantes vitórias. Após duras batalhas, os militares brasileiros ajudaram na tomada de Monte Castelo, Turim, Montese e outras cidades. Apesar das vitórias, centenas de soldados brasileiros morreram em combate. Na Batalha de Monte Castelo (a mais difícil), cerca de 400 militares brasileiros foram mortos. Durante as batalhas, que os militares brasileiros participaram na 2ª Guerra Mundial, cerca de 14 mil soldados alemães se renderam aos brasileiros.

Solenidade em que o Cabo Marcílio recebeu a medalha "Silver Star", a mais alta condecoração americana a um soldado estrangeiro (Foto: Acervo Pessoal).

Reconhecimento e honrarias

Durante a guerra, Cabo Marcílio recebeu medalhas, uma delas foi para todos os brasileiros que participaram da Guerra, independente de graduação, duas foram a “Cruz de Combate”, 1ª categoria e 2ª categoria por ter se destacado em combate, outra foi concedida a todos que se feriram, e a última medalha é a “Silver Star”, mais alta condecoração americana a um soldado estrangeiro. Além dessas, recebeu medalhas da FEB, mérito cívico pela Câmara Municipal de Marília, e a medalha Marechal Rondon também em Marília. Em Adamantina sempre esteve ao lado de várias causas sociais, com engajamento e espírito aberto.

Medalhas recebidas pelo ex-combatente Cabo Marcílio, conferidas pelo Brasil e Estados Unidos (Foto: Acervo Pessoal).

Fotos

Publicidade

Cóz Jeans
Shiba Sushi Adamantina
P&G Telecomunicações

Publicidade

Insta do Siga Mais