Cidades

Sabesp transforma lodo gerado no tratamento de esgoto em adubo

Ministério da Agricultura concede registro para Sabesp oferecer o fertilizante aos agricultores.

Por: Da Assessoria atualizado: 18:24
Lodo é o resíduo que fica no fundo da lagoa e, após sua extração, passa por um processo de secagem para virar adubo orgânico (Imagem: Reprodução/TV Unesp). Lodo é o resíduo que fica no fundo da lagoa e, após sua extração, passa por um processo de secagem para virar adubo orgânico (Imagem: Reprodução/TV Unesp).

A Sabesp recebeu autorização para produzir adubo a partir do lodo   gerado no   tratamento do esgoto. Chamado de Sabesfértil, o fertilizante é uma solução que traz benefícios para o meio ambiente e para os  agricultores  ao transformar um resíduo que seria descartado em aterro  sanitário (o lodo) em um novo produto para o plantio (o adubo).
O  produto  final  foi  aprovado  pelo  Ministério  da  Agricultura e será  comercializado  como um adubo natural. A produção ocorrerá inicialmente na  Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Lageado, em Botucatu. O fertilizante  orgânico  pode  ser  aplicado  por fazendeiros em diversos cultivos, como  cana-de-açúcar,  café,  maçã,  laranja, milho, soja. Só há restrições para  cultivos  em  áreas inundadas,  pastagens e plantas cuja parte comestível  tenha contato direto com o solo – como hortaliças, tubérculos e raízes.
O  Sabesfértil traz uma série de benefícios ambientais. Uma das principais  preocupações  do  tratamento de esgoto é o destino adequado do lodo gerado  no  processo.  Em geral, ele é levado para aterros sanitários. Porém, essa  alternativa  apresenta  alto  custo com transporte e disposição, já que os  aterros  disponíveis, muitas vezes, encontram-se distantes das estações de  tratamento  de  esgotos.  No  caso  da estação de Botucatu, por exemplo, o  material era transportado de caminhão até Paulínia, a 150 km de distância.
Outra  vantagem é a qualidade do adubo orgânico gerado a partir do lodo de  esgoto.  O  Sabesfértil  tem  alto teor de matéria orgânica, que já vem do  próprio esgoto doméstico, especialmente nitrogênio e fósforo. Isso melhora  as características físico-químicas do solo, como capacidade de retenção de  água  e  a  retenção de nutrientes. Para o produtor rural, a utilização do  lodo  de  esgoto  pode significar também uma redução de custos, já que ele  poderá  usar  menos  fertilizantes  sintéticos,  além  de obter aumento de  receita por causa do ganho de produtividade nas lavouras.
O  estudo  que levou à criação do Sabesfértil começou no final de 2014, em  parceria com a Unesp (Universidade Estadual Paulista) e a Fapesp (Fundação  de  Amparo  à  Pesquisa  do  Estado  de  São  Paulo).  Ao  lado da ETE foi  implantada  uma estufa de secagem e compostagem do lodo para transformação  em adubo. O produto gerado passou por pesquisas na Fazenda Experimental da  Unesp,  sob  a coordenação da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA), com  resultados  muito  positivos,  que  garantem  a  segurança  do produto sem  qualquer  tipo  de  risco  a  quem  for utilizá-lo. Assim, o Ministério da Agricultura   concedeu   o   registro   de   estabelecimento  produtor  de fertilizante à ETE Lageado.
Com  capacidade para processar até 25 toneladas de lodo por dia, o sistema  de  secagem  e compostagem desenvolvido pela Sabesp e pela Unesp tem baixo  consumo  energético. Todo o processo de produção do novo composto orgânico  passou  por  análises  e  estudos  técnicos  e  o  fertilizante final está  enquadrado nos padrões exigidos pelos órgãos reguladores.
Foram  investidos  mais de R$ 800 mil para a implantação dessa tecnologia. Agora  que dispõe do registro no Ministério da Agricultura para a produção  do  Sabesfértil, a companhia vai definir como será feita a comercialização  do fertilizante aos agricultores.

Publicidade

Cóz Jeans
Shiba Sushi Adamantina
P&G Telecomunicações

Publicidade

Insta do Siga Mais