Geral

Adamantina e cidades de Honduras, El Salvador e Guatemala firmam termo de cooperação

Representantes da América Central conhecem projetos de agricultura familiar em Adamantina.

Por: Da Redação atualizado: 24 de abril de 2017 | 10h00
Prefeito Márcio Cardim e representante da Comunidade Fronteiriça Trinacional Rio Lempa assinam termo de cooperação (Foto: Siga Mais). Prefeito Márcio Cardim e representante da Comunidade Fronteiriça Trinacional Rio Lempa assinam termo de cooperação (Foto: Siga Mais).

Adamantina e cidades da América Central firmam termo de parceria e cooperação voltado ao desenvolvimento e fortalecimento da agricultura familiar. O documento foi assinado na manhã de hoje (20) no gabinete do prefeito Márcio Cardim, que recebeu uma comitiva da Comunidade Fronteiriça Trinacional Rio Lempa, que conta com cerca de 25 cidades de Honduras, El Salvador e Guatemala, na América Central.
A vinda da comitiva da América Central a Adamantina é fruto de um diálogo científico e institucional entre a UNIFAI e a Comunidade Fronteiriça Trinacional Rio Lempa, iniciado em 2011, e que agora ganha esse novo desdobramento.
Essa comitiva, com cerca de 15 representantes desses três países, está em Adamantina e pela manhã de hoje conheceu as experiências locais com agricultura familiar, em especial as práticas desenvolvidas por meio do associativismo e cooperativismo, pela APPRAR – Associação Passiflora dos Produtores Rurais, APLEMAR – Associação dos Produtores de Leite da Região de Adamantina e da CAMFRA – Cooperativa Mista de Agricultura Familiar de Adamantina.
Outro enfoque do encontro é apresentar à comitiva as experiências locais da agricultura familiar alinhada com programas oficiais, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), a aquisição de alimentos da agricultura familiar para a merenda escolar (PNAE), e alimentos para a complementação nutricional para grupos em situação de insegurança alimentar (PMAIS), que juntas agregam cerca de 400 cooperados e associados.
No período da tarde a visita será nas dependências da UNIFAI, onde serão recebidos pelo diretor José Luiz Vieira de Oliveira, pelo coordenador do Núcleo de Prática de Pesquisa e Extensão José Aparecido dos Santos, pelo coordenador pedagógico Ênio Garbelini e do diretor administrativo Claudinei Pelae Jorge. Estão previstas também atividades a campo, para conhecer na prática as experiências vividas em Adamantina.

Experiências locais

A diferença no idioma não foi nenhuma barreira para a troca de experiências. Após a saudação inicial feita pelo prefeito Márcio Cardim e pelo diretor da UNIFAI, José Luiz Vieira de Oliveira, e a entrega dos decretos de hóspedes oficiais aos visitantes, a exposição foi aberta pelo engenheiro agrônomo Maurício Konrad, da Casa da Agricultura local, representando a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento e a CATI – Coordenadoria de Assistência Técnica Integral.
Ele expôs sobre os programas PAA, PMAIS, PNAE e sobre boas práticas produtivas. Sobre o PAA, Maurício destacou os papeis econômico e social do programa, em comprar a produção da agricultura familiar e distribuir para entidades e comunidade. Em relação ao PNAE, ele ilustrou que vencida a fase de implantação, hoje a merenda escolar se organiza e produz seu cardápio dentro do calendário produtivo local. Já em relação ao PMAIS, reforçou que o programa é voltado à complementação nutricional de gestantes e lactantes em situação de insegurança alimentar. E todos eles têm como base fornecedora a agricultura familiar.
Sobre as boas práticas, Maurício destacou que a preocupação é introduzir uma dinâmica produtiva de resultados no campo, voltadas ao manejo, adubação, manuseio, entre outras especificidades, estendendo ainda para o transporte da produção e asseio e higiene da produção e dos próprios produtores.
Ainda no encontro da manhã, expuseram também os secretários municipais de agricultura, abastecimento e meio ambiente, educação e saúde. Os três falaram sobre os reflexos e ganhos desses programas, em suas respectivas áreas.

O cenário na América Central

No encontro o representante da comitiva, Hector Alonso Aguirre, falou com a imprensa local. Ele explicou que a Comunidade Fronteiriça Trinacional Rio Lempa é um consórcio que integra 25 municípios da tríplice fronteira entre Honduras, El Salvador e Guatemala. “Viemos identificar experiências na América Latina e levar para a América Central”, disse.
Aguirre destacou que as experiências brasileiras, e aquelas que está conhecendo em Adamantina, estão bastante à frente do cenário vivido na comunidade da tríplice fronteira. Ele relatou que as propriedades rurais na Comunidade Fronteiriça Trinacional Rio Lempa
são pequenas – cerca de meio hectare – e com famílias numerosas, que se esforçam, sobretudo, para garantir a própria subsistência alimentar.
Ele comparou o cenário brasileiro e dos países que representa. Enquanto no Brasil há grandes propriedades e uma população reduzida, na Comunidade Fronteiriça Trinacional Rio Lempa as propriedades são pequenas, porém com famílias numerosas. “Temos muitos agricultores, grandes famílias e problemas como a dificuldade de acesso à terra. Por isso há muitos problemas a serem superados”.
Sobre o cenário produtivo, Aguirre citou que na região da tríplice fronteira há predominância da monocultura, sobretudo pautada pelo cultivo da banana, café, arroz, feijão e açúcar. Comparando seu cenário com as políticas públicas brasileiras voltadas à agricultura familiar, ele citou que as ações nos países representados na comitiva são geridas por um governo central, porém há pouca articulação com a comunidade.

Publicidade

P&G Telecomunicações
Cóz Jeans
Shiba Sushi Adamantina

Publicidade

Insta do Siga Mais