Cidades

Câmara Municipal realiza audiência pública com representante da Energisa Sul-Sudeste

Energisa responde questionamentos, reconhece problemas estruturais e detalha investimentos.

Por: Da Redação atualizado: 18 de novembro de 2017 | 07h28
Presidente da Câmara Municipal, Eduardo Fiorillo (ao centro), com o diretor-presidente da empresa, Gabriel Alves Pereira Júnior, e o gerente de serviços comerciais da Energisa Sul-Sudeste, Dalessandro Luis Mafei (Foto: Siga Mais). Presidente da Câmara Municipal, Eduardo Fiorillo (ao centro), com o diretor-presidente da empresa, Gabriel Alves Pereira Júnior, e o gerente de serviços comerciais da Energisa Sul-Sudeste, Dalessandro Luis Mafei (Foto: Siga Mais).

Aconteceu na tarde desta quinta-feira (16) no Plenário da Câmara Municipal de Adamantina a audiência pública para tratar sobre os serviços de distribuição de energia elétrica aos consumidores locais pela concessionária Energisa Sul-Sudeste, o que tem sido alvo de frequentes reclamações. As queixas mais pontuais são sobre os desligamentos e atendimentos para ressarcimento de eventuais prejuízos, como danos em equipamentos e perdas de produção pelas empresas.
A audiência pública na Câmara Municipal foi realizada a partir de requerimento apresentado pelos vereadores Acácio Rocha e Hélio José dos Santos, aprovado por unanimidade pelo legislativo adamantinense, imediatamente após as interrupções no fornecimento registradas no final do mês passado.
Assim, o diretor-presidente da empresa, Gabriel Alves Pereira Júnior, esteve nesta quinta-feira em Adamantina, onde ouviu as reclamações e também se posicionou sobre os investimentos locais. Gabriel esteve acompanhado do gerente de serviços comerciais da Energisa Sul-Sudeste, Dalessandro Luis Mafei. O encontro durou quase duas horas.
A abertura oficial da audiência pública foi feita pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Eduardo Fiorillo. Em seguida, o vereador Acácio Rocha atuou como um facilitador do encontro, colhendo os questionamentos dos presentes. O encontro teve a participação de todos os vereadores, prefeito Márcio Cardim, dos secretários municipais Andréia Regina Ribeiro (Assistência Social) e Gustavo Taniguchi Rufino (Gabinete e Saúde), além de representantes do Procon, da Associação dos Produtores de Leite, um produtor independente que também processa leite, representante de bairro e imprensa.

As reclamações e o posicionamento da empresa

Um a um, todos os vereadores fizeram uso da palavra, destacando os problemas locais no fornecimento de energia elétrica, sobretudo em períodos de fortes chuvas. Outros questionamentos também buscaram esclarecimentos sobre a poda de árvores, onde pesam aspectos ambientais e da segurança do sistema elétrico.
Um produtor independente de leite, cuja família instalou uma fábrica de queijos na Estrada 14, reclamou diretamente ao executivo da concessionária sobre o período que ficou por mais de 12 horas sem energia elétrica, no final de outubro, quando houve interrupções no fornecimento diante de uma forte chuva com raios e ventos que atingiu a cidade.
O representante do Procon, Sílvio Eduardo de Lucas, questionou as dificuldades de acesso dos contribuintes aos ressarcimentos por eventuais danos, junto à concessionária, diante de exigências que considera excessivas. Sílvio destacou que muitas demandas dessa natureza acabam necessitando de intervenção judicial pela impossibilidade de um atendimento amigável.
O representante do Procon pontuou ainda a baixa incidência de reclamações formais de consumidores locais junto ao órgão de defesa do consumidor, sobre os serviços de energia elétrica. Ele disse que nas últimas quedas de energia, no final de outubro, foram 7 reclamações, e que no ano, em média, o saldo não passa de 20 queixas formalizadas. 
Após as colocações, o diretor-presidente da empresa, Gabriel Alves Pereira Júnior, respondeu a cada um dos questionamentos. 
Em relação aos questionamentos do representante do Procon, Gabriel explicou que as exigências são fixadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e se aplicam a todas as concessionárias de energia elétrica do Brasil, e são solicitadas para que seja feita a avaliação detalhada da reclamação, para os eventuais ressarcimentos.  “É um procedimento regulado pela ANEEL”, disse. “E entendo que os casos que chegam ao Procon e ao Judiciário são aqueles que, por alguma razão ou algum impasse, não foram acolhidos pela empresa. Na maioria dos casos, as reclamações são resolvidas entre a empresa e o cliente”, completou.
Em relação à reclamação apresentada pelo produtor de queijos da Estrada 14, o diretor-presidente Energisa Sul-Sudeste pediu desculpas, em nome da empresa. “Peço desculpas. Mas desculpar não adianta. O que precisamos é resolver, e isso vai ter meu empenho pessoal”, disse. “Vamos mergulhar nesse assunto para resolver”, assegurou.

Arvores: podas preventivas e rede encapada

O executivo da Energisa Sul-Sudeste explicou que o violão local, como principal causador das interrupções no fornecimento de energia elétrica, é a associação de ventos e relâmpagos. “Nenhum sistema é imune a problemas, e em nossa região há uma alta incidência de ventos e descargas atmosféricas. O que precisamos é estruturar para minimizar essas falhas”, disse.
Nesse ambiente, há uma convivência conflituosa entre árvores e cabeamentos da rede elétrica, sobretudo na condição de fortes ventos. Segundo Gabriel Alves Pereira Júnior, esse cenário é bastante comum em Adamantina e Presidente Prudente, onde há uma importante densidade de árvores no perímetro urbano da cidade, que conflitam com a rede nua, de cabos sem cobertura. 
A ação de proteção ao sistema elétrico, nesse campo – segundo o executivo da empresa – se dá pela adoção da prática de podas seletivas de árvores e a migração do cabeamento por cabos com capa.
Segundo exposto Gabriel, no período de janeiro a outubro de 2017 foram realizadas 4 mil podas seletivas de árvores, em situação de conflito com a rede elétrica, em Adamantina. As podas foram realizadas nas áreas urbana e rural. 

Relâmpagos: investimentos de R$ 1,5 milhã na linha de transmissão

Outro problema crônico no sistema local, relatado pelo executivo concessionária, envolve a linha de transmissão de 69 kV que abastece Adamantina e interliga a subestação de Flórida Paulista da distribuidora ISA CTEEP, com a subestação local da Energisa Sul-Sudeste.
A linha de transmissão tem cerca de 8,5 km. A estrutura tem mais de 30 anos, sem investimentos relevantes em melhorias e modernização.
Segundo Gabriel Alves Pereira Júnior, os investimentos estão em andamento, com a substituição de cabos, isoladores, instalação de cabo pára-raio (até então inexistente), aterramento dos postes, entre outras melhorias.
Ele explicou que a obra está sendo realizada sem o desligamento total dessa linha de transmissão, mas por uma dinâmica bastante complexa, que exige a instalação de linhas paralelas provisórias com até um quilômetro de extensão, desviando assim a transmissão da energia. Desta forma, com o desvio e o desligamento da linha principal, é possível garantir o abastecimento e atuar no trecho temporariamente desativado.
A previsão é que essas obras sejam concluídas no final deste mês e o sistema esteja operando, com mais segurança e confiabilidade, a partir de dezembro próximo.

O problema vivido no final de outubro

Em relação às interrupções no fornecimento de energia elétrica, no final de outubro passado, o diretor-presidente da Energisa Sul-Sudeste, Gabriel Alves Pereira Júnior, explicou detalhadamente a ocorrência.
No dia 27 de outubro (sexta-feira) a região foi atingida por um forte temporal, com raios e ventos. Nessa data, um raio danificou um isolador, na linha de transmissão Flórida Paulista – Adamantina, derrubando todo o sistema. Diante disso a equipe foi a campo e em busca visual, conseguiu identificar e reparar o problema.
Já no dia seguinte, 28 (sábado), as equipes fizeram uma nova varredura detalhada na linha de transmissão e no final da tarde, por volta das 16h, localizaram dois isoladores danificados por raio, e que poderiam trazer problemas em uma nova tempestade.
Sobre essa questão, especificamente, houve uma decisão da concessionária em desativar a linha de transmissão para fazer o reparo. Porém, a previsão de realização da tarefa, que demoraria 30 minutos, se alongou diante de novas complexidades, havendo o religamento da linha cerca de duas horas depois. “Esse desligamento do sábado foi a empresa que fez, para evitar problemas futuros. Porém, tudo isso que ocorreu aqui nos incomodou muito, repercutiu aqui na cidade e na nossa empresa”, completou.
Mesmo com os problemas relatados pelos consumidores e reconhecidos pela empresa, os indicadores locais de desligamento não são considerados críticos, segundo o representante da concessionária.
Ele explicou a existência de um parâmetro definido pela ANEEL para todas as concessionárias brasileiras, com o nome de DEC (Duração Equivalente por Consumidor), que considera o período médio em que os clientes ficam sem energia elétrica. 
O DEC de Adamantina, no período de janeiro a outubro de 2016, foi de 11,1, ou seja, 11 horas e 10 minutos sem energia elétrica. Já o DEC do mesmo período, referente a 2017, caiu para 4,6, ou seja, 4 horas e 10 minutos sem energia elétrica.
O executivo da concessionária atribui esses resultados à prática das podas seletivas de árvores e a adoção de cabeamento protegido.

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