Demitido logo após as eleições municipais de 2 de outubro, o assessor esportivo da Prefeitura de Mariápolis, Hudson dos Santos, não desistiu dos ideais. Sem o emprego público comissionado (cargo de confiança) que ocupou por dois anos, e desligado do quadro da Prefeitura, sumariamente, manteve a programação de trabalho e o compromisso com as crianças, ganhando adesão da comunidade, que se mobilizou e garantiu a continuidade das atividades esportivas.
Antes de ocupar o emprego público de assessor esportivo, Hudson era estagiário, na Prefeitura, período em que cursava educação física. Formado, conseguiu o espaço profissional e passou a atuar em diversas atividades esportivas realizadas pela Prefeitura, sobretudo com a terceira idade e escolinha de futebol para crianças e adolescentes, valorizando o esporte social e buscando oportunidades para os talentos locais.
A rotina de trabalho ia além da jornada oficial. Com crianças, adolescentes e a terceira idade, avançava nas ações, com o objetivo final de garantir a ampla participação e o envolvimento de todos. A mobilização e os resultados alcançados eram superiores aos insumos oferecidos, o que garantia um retorno bastante positivo para a comunidade, como um todo.

O desligamento: um novo desafio

A notícia recebida no dia seguinte à eleição municipal, de que estaria desligado do quadro de profissionais da Prefeitura de Mariápolis, pegou de surpresa o assessor esportivo Hudson dos Santos e outros trabalhadores públicos comissionados. Seu desligamento aconteceu na semana anterior à Semana e ao Dia da Criança, quando se organizava para um evento esportivo, com seus alunos, no Estádio Municipal Dr. Benedito Antonio João de Mariápolis.
Todos os materiais adquiridos para o evento esportivo também foram recolhidos pela Prefeitura, como troféus, bolas e uniformes.
Já desligado, e receoso de ser responsabilizado pelo uso do espaço público do Estádio, decidiu buscar apoio externo, conseguindo sensibilizar a comunidade, pais de alunos, comerciantes e outras lideranças de Mariápolis, iniciando assim, com voluntários, um mutirão de recuperação do campo do ARAM (Associação Recreativa dos Amigos Mariapolenses),  com a manutenção do granado, remoção de pragas daninhas e realização de reparos no alambrado.
Hoje, toda a área do campo está praticamente apta para a realização dos treinos e demais atividades esportivas, garantindo assim a manutenção das atividades esportivas, sem prejuízo às crianças. Segundo Hudson, cerca de 80 crianças e adolescentes participam das atividades esportivas da escolinha de futebol.
O resultado da mobilização comunitária, e a vontade de manter as atividades esportivas que estavam em andamento, mostram a superação e evidenciam que os objetivos são maiores que as forças políticas, e por esse motivo o episódio traz um exemplo de superação, de vitória e de perseverança diante dos ideais.