Memória

Cerveja: da antiguidade aos dias atuais

Uma breve análise do universo cervejeiro.

Tiago Rafael | Professor, historiador e gestor ambiental Colunista
Tiago Rafael | Professor, historiador e gestor ambiental
É na Idade Média, especificamente nos Mosteiros, onde o lúpulo começa a ser adicionado à receita da cerveja, dando o famoso gosto amargo a bebida (Ilustração). É na Idade Média, especificamente nos Mosteiros, onde o lúpulo começa a ser adicionado à receita da cerveja, dando o famoso gosto amargo a bebida (Ilustração).

"Era um homem sábio aquele que inventou a cerveja. “
(Platão)

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Recentemente o universo cervejeiro ganhou inúmeros adeptos, não apenas na sua apreciação, mas também no estudo, nas recomendações, harmonizações e mesmo no fabrico dos diversos rótulos e estilos. As cervejas artesanais estão ganhando espaço e cada dia que passa, novas receitas acabam surgindo. Mas, a pergunta que não quer calar: De onde veio a cerveja?

Há evidências de que os sumérios, há cerca de 2100 a.C, já fabricavam e se alegravam com uma bebida fermentada à base de cereais. Também existem menções acerca de sua produção e venda em um dos primeiros códigos de leis escritas, o Código de Hamurábi, em 1760 a.C. Ressaltando-se que nesta época a “cerveja” era produzida apenas pelas mulheres, a qual possuía até mesmo uma deusa específica, “Ninkasi”.

No Egito antigo, a cerveja foi utilizada não somente como uma fonte de alimentos, mas também como remédio para inúmeras doenças. Até hoje, algumas comunidades residentes próximas ao Rio Nilo produzem uma espécie de cerveja bem parecida com a que era feita no passado.

Mas, é na Idade Média, especificamente nos Mosteiros, onde o lúpulo começa a ser adicionado à receita, dando o famoso gosto amargo a bebida. Além deste ingrediente, outros também eram adicionados pelos monges, como o gengibre, o louro, a sálvia, entre outros.

Também no período medieval é criada a chamada Lei de Pureza Alemã (ou Reinheitsgebot). Esta foi uma lei promulgada pelo duque Guilherme IV da Baviera, em 23 de abril de 1516 e institui que a cerveja deveria ser fabricada apenas com os seguintes ingredientes: água, malte de cevada e lúpulo.

No Brasil a cerveja chega por meio dos colonizadores europeus, especificamente os holandeses, neste caso Maurício de Nassau, o qual trouxe em sua comitiva um mestre cervejeiro. Além disso, anos mais tarde, com a Chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil, a venda de cerveja em nosso país foi amplamente difundida.

As primeiras cervejas aqui produzidas nem sempre eram rotuladas ou engarrafadas, muitas eram vendidas à granel ou em barris. Consta-se que as primeiras cervejas engarrafadas, possuíam uma fermentação tão alta que precisavam ser amarradas com barbantes, para não estourarem.

Daí pra frente a história já é conhecida, surgem as grandes cervejarias e os rótulos mais populares. Mas, a história não para por aí, recentemente o mercado da cerveja está apontando para uma nova opção, a das micro e nano cervejarias e até mesmo dos produtores caseiros, cada qual com seu estilo, receita e adaptações próprias.

Aqui pela terrinha, o ato de se produzir, discutir, estudar e é claro apreciar os diferentes estilos, rótulos e harmonizações já se incorporou ao cotidiano de muitos adamantinenses. Enfim, o que se percebe, é que nos dias atuais a cerveja deixou de ser apenas mais uma bebida típica dos bares e botecos, para ocupar esferas bem mais elevadas no ofício dos sommeliers.

Tiago Rafael dos Santos Alves é historiador. Acesse aqui seu perfil.

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