“Em política, quase sempre, quem vence não é o melhor, mas quem convence.”

Hideraldo Montenegro

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No decorrer da última semana, em uma breve passagem pelo Pátio da Estação Ferroviária, fiquei observando a os detalhes de sua Praça, que aliás, poucos lembram do nome. Sobre isso acredito que já escrevi por aqui e ali. No entanto, é fato comum as pessoas denominarem alguns espaços com “nomes populares”. Como é o caso da Praça Deputado José Costa, também conhecida como Praça da Estação. E quem foi o Deputado José Costa? Por que passamos a denominar tal espaço com seu nome?

 Placa na Praça José Costa (Foto: Tiago Rafael).

Em minha época de graduação acabei desenvolvendo meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) sobre a história da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Adamantina (FAFIA). Entrevistei inúmeros personagens ligados a tal situação, políticos, professores, alunos, funcionários, etc. Ao passo que, também precisei consultar as fontes disponíveis daquela época, como: Leis, decretos, fotos, arquivos pessoais e jornais do período. E é aí que comecei a entender a influência de tal personagem em meio a tudo isso.

As lideranças locais, de meados da década de 1960, tinham tal deputado, também chamado por aqui de “Costinha”, como um grande articulador em meio as suas conquistas na terrinha. Como por exemplo: A criação do Segundo e Quarto Grupo Escolar, a construção do novo Prédio do Ginásio Estadual, entre outros. No entanto, o ápice de suas conquistas se fez com a criação da FAFIA. O que lhe rendeu por aqui, inúmeras homenagens, como a denominação da Praça supracitada e o “Título de Cidadão Adamantinense”.

Aula inaugural da FAFIA, realizada no Ipê Clube, em 4/8/1968. Da esq. para direita: Fernando Chagas Fraga, Elio Micheloni (Prefeito), Prof. Vitório Emanuel Ielo (Delegado de Ensino), Irmã Verônica Sbríssia, Antonio Jorge (Vice-diretor da FAFIA), Cássio Stersi dos Santos (Diretor da FAFIA), Armindo Silva, Prof. Erasmo de Freitas Nuzzi, Gumercindo Romanini, Dep. Estadual José Costa, Deuber Junqueira Franco (Delegado Regional de Polícia), Tosyo Niama, Gervásio Rodolfo Pozzeti, Manoel Gaspar e Wilson Mata (Fonte: Arquivos da UniFAI).

Por outro lado, devemos ter em mente que, Adamantina também se fazia um grande nicho eleitoral do parlamentar. Um exemplo disso, se fez presente nas eleições de 1966. Dos cerca de dez mil votos conquistados, mais de um quinto deles fora conquistado por aqui. E claro, isso ocorreu também, por conta da “fervorosa” campanha realizada pelas lideranças e mídia locais.

Em uma breve consulta ao site da Assembleia Legislativa de São Paulo, você poderá consultar vários projetos do parlamentar em referência à Adamantina[1]. Lembrando que, ele chegou a ocupar as cadeiras do legislativo estadual em quatro oportunidades (4ª, 5ª, 6ª e 7ª legislaturas).

Enfim, como já mencionado aqui ou ali, a “imortalização” deste ou daquele personagem nunca coube à população. Esta muitas vezes, sequer chega a saber o real motivo desta ou daquela homenagem. A nós, enquanto historiadores, cabe a problematização e desconstrução disso tudo.