Saúde

Clínica de Repouso Dom Bosco encerra atividades em Tupã

Agora, apenas Marília, Garça e Adamantina mantém atendimentos para internação psiquiátrica.

Por: Jornal Diário de Tupã atualizado: 13:55
Depois de 45 anos prestando serviços em saúde, Clínica de Repouso Dom Bosco encerra atividades em Tupã (Foto: Google). Depois de 45 anos prestando serviços em saúde, Clínica de Repouso Dom Bosco encerra atividades em Tupã (Foto: Google).

Há mais de 15 anos sem receber os devidos repasses corrigidos pelo SUS, a Clínica de Repouso Dom Bosco, que atende pacientes com problemas psiquiátricos em Tupã há 45 anos, encerrará suas atividades no dia 10 de outubro.
A entidade, que tem 60 colaboradores, iniciou programa de demissão e já desligou 30 funcionários.
A diária paga a cada paciente é de R$ 42,00. O valor é repassado ao hospital sem o reajuste da inflação, o que atinge a receita da entidade e impossibilita a manutenção dos atendimentos e internações psiquiátricas.
O restante das despesas da clínica são cobertas com doações voluntárias do diretor do hospital e médico psiquiatra Alcione Alcântara. "As exigências aumentam para o hospital e não temos o recebimento de contrapartidas", afirmou o administrador da clínica, Vinícius Alcântara.
A entidade tem 110 pacientes internados pelo SUS e apenas um particular, conveniado pela Unimed.
O administrador explicou que, para "empatar" as contas da clínica, a administração estipula um gasto mensal de R$ 3,5 mil por paciente. "Porém, temos um repasse de R$ 1,2 mil por paciente", acentuou.
Essas despesas são referentes à compra de medicamentos, pagamento de funcionários, hotelaria e alimentação.
A esses recursos não estão inclusos os investimentos que a clínica precisaria para realizar manutenções e reforma do prédio.
Aos poucos, os pacientes recebem alta do hospital e retornam para seus lares. Muitos familiares não têm condições de oferecer o mesmo tratamento psiquiátrico e encontrarão dificuldades para cuidar do paciente.
O hospital tem receita de R$ 200 mil por mês e despesa de R$ 220 mil - um saldo negativo mensal de R$ 20 mil.
Outros internos receberão alta hospitalar e serão encaminhados para Residências Terapêuticas da região. Já outros estarão sob a responsabilidade da DRS 9 (Diretoria Regional de Saúde) de Marília, que irá transferir esses pacientes para a central de vagas do Estado de São Paulo. Na região, apenas as cidades de Marília, Garça e Adamantina ainda mantém atendimentos para internação psiquiátrica.
A falta de políticas públicas e investimentos do governo federal para a manutenção dos hospitais psiquiátricos no País, transferiu a responsabilidade desses atendimentos para os estados e municípios.
Vinícius Alcântara disse que os atendimentos psiquiátricos em cada município serão realizados pelos Caps (Centro de Atenção Psicossial) e os casos de surtos, serão destinados aos hospitais gerais. "Os atendimentos psiquiátricos de internação deixarão de existir", afirmou.
O prédio localizado na Rua Mandaguaris, 420, pertence à Clínica Dom Bosco, que ainda não definiu o que fará com o espaço. Empresas do setor imobiliário já demonstraram interesse e fizeram oferta para compra do prédio.

Publicidade

P&G Telecomunicações
Shiba Sushi Adamantina
Cóz Jeans

Publicidade

Insta do Siga Mais