Política

Lula é preso para cumprir pena por corrupção e lavagem de dinheiro

Lula começa a cumprir pena de 12 anos e 1 mês de prisão, com início em regime fechado.

Por: Da Redação | Com informações da Agência Brasil atualizado: 8 de abril de 2018 | 10h59
Lula discursou pela manhã deste sábado, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, no ABC, e se entregou à PF no começo da noite (Imagem: Ricardo Stuckert/Fotos Públicas). Lula discursou pela manhã deste sábado, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, no ABC, e se entregou à PF no começo da noite (Imagem: Ricardo Stuckert/Fotos Públicas).

Após ficar dois dias recolhido na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se entregou à Polícia Federal (PF), na noite deste sábado (7).
Lula se recolheu na sede do Sindicato na noite de quinta-feira (5), quando o juiz Sérgio Moro expediu o mandado de prisão, decorrente de condenação a 12 anos e 1 mês de prisão, com início em regime fechado, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro caso do triplex em Guarujá (SP).
O prazo inicial dado por Moro, na quinta-feira, era de que o ex-presidente se apresentasse à sede da PF, em Curitiba, até às 17h desta sexta-feira (6), o que não ocorreu. Um novo prazo foi ajustado entre os advogados do ex-presidente e a PF, para 16h30 deste sábado, o que também não ocorreu, quando Lula tentou deixar a sede do Sindicato, mas foi impedido por militantes, que bloquearam o portão da garagem.
Com essa saída frustrada e o não cumprimento do que foi ajustado entre os advogados de Lula e a PF, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffman, anunciou por volta das 18h, em carro de som, que as autoridades haviam dado prazo de 30 minutos para que o ex-presidente se entregasse, sob pena de ser responsabilizado.
Depois, Lula saiu a pé da sede do Sindicato às 18h42 e caminhou até um prédio vizinho, onde equipes da PF o aguardavam, sendo conduzido até a Superintendência da PF em São Paulo, para realização de exames de corpo delito. Depois, em helicóptero, Lula foi levado ao Aeroporto de Congonhas, onde por volta das 20h45 um avião decolou levando o ex-presidente para Curitiba, onde Lula começa a cumprir a pena.

Lula discursou e fez críticas à Justiça, ao Ministério Público e à imprensa.

No final da manhã deste sábado, após atos populares em frente à sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, o ex-presidente Lula discursou e fez duras críticas à Justiça, ao Ministério Público e à imprensa.
"Eu sou o único ser humano processado por um apartamento que não é meu, e eles sabem que a Lava Jato mentiu que era meu, o MP mentiu que era meu, e eu pensei que o Moro ia resolver e também mentiu que era meu, e me condenou", disse em discurso que durou 55 minutos.
"Esse pescoço aqui não baixa eu vou de cabeça erguida e vou sair de peito estufado de lá". Durante o discurso, Lula disse que "vou cumprir o mandado deles" e "quero fazer a transferência de responsabilidade para eles".
Em seguida, acrescentou que: "Eu tenho 72 anos. Mas eu não os perdoo por ter mentido que sou ladrão". Lula fez o discurso para militantes concentrados em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos no ABC, em São Bernardo do Campo (SP), após missa em memória de Marisa Letícia, que completaria 68 anos hoje.
Lula afirmou que ministro da Suprema Corte não deve dar declaração de como vai votar. "Quem quiser votar com base na opinião pública largue a toga e vá ser candidato. Escolha um partido político e vá ser candidato".
Em referência a Sérgio Moro, Lula afirmou que: “O juiz tem que ter a cabeça mais fria, mais responsabilidade de fazer acusação ou de condenar".
Sem citar nomes, Lula criticou a atuação do procurador Deltan Dallagnol, da força-tarefa da Operação Lava Jato. "O que eu não posso admitir é o procurador que fez um Power Point e foi para a TV dizer que o PT é uma organização criminosa que quer roubar o Brasil e que Lula é o chefe. E que, se ele é o chefe, eu não preciso de provas, eu tenho convicção. Eu quero que ele guarde a convicção dele para os comparsas dele e não para mim".
Para Lula, o país vive hoje um ambiente dividido e bélico. "[...] Deram a primazia de criar quase um clima de guerra negando a política neste país. Nem Deus tem coragem ou dorme com a consciência tranquila e a honestidade que eu durmo. Eu não estou acima da Justiça. Se eu não acreditasse nela, eu não tinha feito um partido político e proposto uma revolução neste país. Acredito numa Justiça justa, que vota processo baseado nos autos do processo, na defesa, na prova concreta do crime".

 

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