Polícia

Polícia Civil faz buscas na Ciretran de Adamantina e prende 4 por fraudar multas de trânsito

Esquema não lançava multas e abordava motoristas, propondo solução informal do problema.

Por: Da Redação atualizado: 25 de julho de 2017 | 08h06
Umas das pessoas presas na manhã de hoje, durante operação realizada pela Polícia Civil (Foto: Siga Mais). Umas das pessoas presas na manhã de hoje, durante operação realizada pela Polícia Civil (Foto: Siga Mais).

Uma operação da Polícia Civil autorizada pelo Poder Judiciário, realizada na manhã desta sexta-feira (21) culminou com a prisão de quatro pessoas e a realização de buscas na Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito) de Adamantina, que integra a estrutura do Detran.SP.
Segundo a Polícia Civil, F.S.D, 28 anos, funcionário da Ciretran; D.F.C.S., 31 anos, funcionaria de empresa terceirizada pelo DETRAN, prestando serviços na Ciretran local; I.V.P, de 25 anos de idade, desempregado; e A.C.O., de 22 anos, autônomo,  foram presos temporariamente na manhã de hoje e começaram a ser ouvidos pelos policiais civis da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Adamantina, acusadas da prática de ação criminosa que livrava motoristas infratores das multas.

Como era o esquema

Segundo o delegado que preside as investigações, Rodrigo Alabarse, as investigações foram iniciadas em julho do ano passado, a partir de suspeitas levantadas pela Polícia Militar. Ele relatou que a PM realizava operações de trânsito, de rotina, aplicava multas, mas haviam motoristas que não eram penalizados.
Essa percepção da PM se deu pela ocorrência de situações reincidentes, e pelo próprio acompanhamento de suas ações de fiscalização, que não revelavam punições aos motoristas flagrados e autuados por infrações de trânsito.
Conforme relatado pelo delegado, as multas realizadas pela PM são enviadas à Ciretran, para o lançamento no sistema e posterior notificação do motorista infrator. Era nesse estágio que suposto o crime acontecia.
Ao identificarem motoristas conhecidos, e diante de determinadas infrações informadas pela PM, a suspeita é de que os funcionários da Ciretran excluíam as mesmas do lançamento no sistema e iniciavam uma abordagem junto aos infratores, propondo a solução do problema e cobrando pelos serviços, sem que os motoristas tivessem pontuação lançada no sistema e fosse lavrada a cobrança da multa.
Além dos dois funcionários que atuavam dentro da Ciretran de Adamantina, outras duas pessoas externas realizavam a abordagem de motoristas infratores, totalizando quatro pessoas envolvidas no esquema ilegal. A audácia era tamanha que os motoristas infratores chegavam a ficar com a posse do documento de infração gerado no momento da fiscalização realizada pela Polícia Militar.
Presos, os quatro suspeitos de envolvimento no esquema começaram a ser ouvidos pela Polícia Civil de Adamantina e em seguida serão transferidas para a cadeia local, podendo eventualmente serem transferidos ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Caiuá.
Ao final do inquérito e comprovada toda a dinâmica do crime e a participação dos quatro envolvidos que estão presos temporariamente, os mesmos poderão responder, inicialmente, por corrupção passiva e associação criminosa, porém novos desdobramentos poderão revelar mais implicações ao grupo, cujas penas, respectivamente são de reclusão de 2 a 12 anos e 1 a 3 anos.

Cerca de 160 multas foram fraudadas

O delegado Rodrigo Alabarse explicou que existem cerca de 160 infrações lavradas pela Polícia Militar e que deveriam ser lançadas no sistema foram descartadas no esquema ilegal operado pelo grupo. Os motoristas que se beneficiaram desse artifício também poderão ser penalizados.
Nesse campo, o delegado explica que será realizada uma profunda investigação, para identificar os motoristas que foram beneficiados com o esquema, comparando as multas emitidas pela PM com as efetivamente lançadas no sistema, no período. As situações que não tiveram prosseguimento legal serão alvo da investigação.
Comprovado o crime, os motoristas que se beneficiaram do esquema criminoso poderão responder por corrupção ativa, cuja pena também é de reclusão de 2 a 12 anos.


 

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