Memória

Revivendo a Folia de Reis em Adamantina

Algumas lembranças da religiosidade popular local.

Tiago Rafael | Professor, historiador e gestor ambiental Colunista
Tiago Rafael | Professor, historiador e gestor ambiental
Revivendo a Folia de Reis em Adamantina

Vendo recentemente a iluminação de natal e as decorações na Praça Élio Micheloni, na cidade de Adamantina, acabei me recordando de uma tradição bem típica deste período, a Folia de Reis (Reisado ou Festa de Santos Reis).

Trata-se de uma tradição popular cristã ibérica que chegou com o colonizador europeu, provavelmente em meados do séc. XIX. O festejo ocorre em um período de 12 dias, do dia 24 de dezembro até o dia 06 de janeiro. Esta homenageia os reis, Gaspar, Belchior e Baltazar, que segundo conta a tradição realizaram uma visita ao menino Jesus após o seu nascimento.

O grupo da Folia de Reis é formado por diversas pessoas: o mestre ou embaixador, o contramestre, os três reis magos, os palhaços, os alferes e os foliões, tudo acompanhado por músicas típicas. Ressalte-se que em cada região os grupos se manifestam de formas diferentes.

No Brasil, a festa ocorre em diversas regiões do país. Os Estados onde essa tradição está mais presente são: Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo e Goiás. E é claro que em Adamantina isso também “foi” uma realidade.

Recordo-me nitidamente de momentos da minha infância, onde presenciava os diversos grupos que passavam às portas das casas de Adamantina.  A bandeira toda colorida, com suas fitas e flores, marcava a chegada do grupo. Os palhaços com suas roupas e máscaras coloridas davam o ar da diversão à tradição. Sem falar na música, que sempre trazia uma mensagem religiosa e embalava todo o cortejo. Ao final, o grupo recebia doações para o festejo de encerramento. Enfim, tudo era festa.

Em Adamantina, muitos moradores fizeram parte de diversos grupos locais de Folia de Reis. E é claro que esta tradição foi muito mais evidente nos bairros rurais, do que na área urbana da cidade. No entanto, com o passar do tempo esta acabou se perdendo, e hoje há apenas alguns grupos isolados em algumas cidades da região.

Enfim, aqui cabe um questionamento: Será que o mundo da modernidade, da praticidade, da tecnologia, não tem tempo para as tradições? Ou melhor: O que são tradições no mundo atual? Talvez, essa seria a pergunta mais adequada a se fazer. Mas, enquanto não temos respostas, nos contentamos com as lembranças de um período onde a tradição era reinante, pelo menos na folia.

Tiago Rafael dos Santos Alves é historiador. Acesse aqui seu perfil.

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