Memória

Diz que é de... A nostalgia nas redes sociais

Repensando a história por meio de outras fontes

Tiago Rafael | Professor, historiador e gestor ambiental Colunista
Tiago Rafael | Professor, historiador e gestor ambiental
Diz que é de... A nostalgia nas redes sociais

Nostalgia é um termo que descreve uma sensação de saudade idealizada, e às vezes irreal, por momentos vividos no passado associada com um desejo sentimental de regresso impulsionado por lembranças de momentos felizes e antigas relações sociais. (Fonte: Wikipédia)

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O material de estudo dos historiadores é por essência “o que faz o homem ao longo do tempo”. Mas como saber o que ocorreu a anos, décadas, séculos e milênios atrás? É aí que entram as fontes históricas. Documentos, fotos, pinturas, objetos, fontes orais, etc. Mas, o que estudarão os historiadores do próximo século? Talvez, nossos perfis nas redes sociais, as curtidas, as hashtags, os memes, os virais?

E por falar em memes e virais, na última semana um novo viral surgiu nas redes sociais, um tal de “Diz que é de...”. Pois bem, a brincadeira consistia em relatar um fato relativo à memória daquela localidade. Muitos adoraram a brincadeira e logo surgiram as mais engraçadas, estranhas e memoráveis lembranças de algumas cidades.

Em uma simples busca que fiz em algumas postagens, percebi que estas atingiram uma grande quantidade de pessoas, seja curtindo, comentando ou mesmo acrescentando novas informações e postagens.

Com relação à cidade de Adamantina, lembranças de diversos personagens “épicos” da cidade, lugares que hoje já não existem mais e festas das mais diversas. Confesso que acabei entrando na brincadeira e para minha surpresa percebi que por mais que as pessoas não aceitem o passar do tempo em suas vidas, a grande maioria sempre traz à tona aquele sentimento nostálgico que um dia as marcaram.

Muitos se lembraram de lugares como a Tilibra, o Garupa, o Gato Negro, a Casa Moreira, o escorregador do Parque Infantil (Foguete), a Sorveteria do Katu, o Banco Bamerindus e outros tantos destacaram shows memoráveis na cidade, como o de Benito de Paula e Jorge Ben Jor.

Cada uma dessas lembranças daria páginas e mais páginas se fossemos escrever sobre cada uma delas, no entanto as redes sociais acabam encurtando todo esse processo e em tempos de pós-globalização e acessos imediatos à informação uma simples brincadeira como esta acaba despertando esse interesse nas pessoas e como já mencionado, trazendo à tona toda aquela nostalgia escondida e talvez, quem sabe, uma nova perspectiva de estudo da história.

Mesmo com inúmeras pessoas já se entediando com a brincadeira, acredito que esta cumpriu a sua função, e como diria o Velho Guerreiro: “Quem não se comunica, se trumbica! ” Que as redes sociais tenham mais brincadeiras e postagens saudáveis como estas! E para não ficar de fora e apelar um pouco: “Diz que é de Adamantina, mas nunca viu a fonte da Praça Élio Micheloni funcionando”.

Tiago Rafael dos Santos Alves é historiador. Acesse aqui seu perfil.
 

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