Memória

A pichação, o grafite, a história e Adamantina

Entendendo a pichação e o grafite ao longo da história.

Tiago Rafael | Professor, historiador e gestor ambiental Colunista
Tiago Rafael | Professor, historiador e gestor ambiental
A pichação, o grafite, a história e Adamantina

"Todo piso será palco, toda parede, mural e a cidade inteira poesia. “
(Arte de Rua)

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Nos últimos dias, um ato de vandalismo de um grupo de jovens, acabou danificando a fachada de uma área histórica da cidade de São Paulo, o Pateo do Collegio. Isso me levou a analisar algumas das imagens que vejo cotidianamente nos muros de nossa cidade, muitas delas pejorativas, de insulto e outras extremamente belas.

Mas o que é pichação? A pichação pode ser definida como o ato de grafar, rabiscar em muros e/ou fachadas, na maioria das vezes utilizando tintas em spray aerossol, estêncil ou rolo de tinta. Geralmente são escritas frases de protesto, insultos, marcas pessoais, etc.

Isso nada tem de recente. Na antiguidade há vestígios de escritas nas paredes de Pompéia (cidade italiana destruída pelo vulcão Vesúvio). Na Idade Média o ato de difamar ideologias e/ou doutrinas de alguns conventos também era feito nas paredes do mesmo.

A partir da década de 1960, as pichações com sprays aerossóis ganharam destaque em diversos momentos históricos. Em meio a Guerra Fria (com inscrições no próprio Muro de Berlin), nos movimentos estudantis de Paris, nas manifestações contra a Ditadura Militar Brasileira, etc.

Em determinados lugares da terrinha também é comum avistarmos algumas imagens, rabiscos e mesmo frases nos muros ou fachadas de prédios ou casas. Frases de ordem, insultos e rabiscos, são algumas das pichações que também encontramos por aqui.

No entanto, há de se ressaltar que se por um lado temos as pichações, que enfeiam a nossa cidade, por outro temos o grafite, que traz ares mais coloridos e grande apreço estético. Em diversos lugares da cidade é possível verificar algumas intervenções com essa proposta (e aqui abre-se um parêntese ao Marcos e suas obras). Muros antes inutilizados, dão espaço as mais belas imagens.

De forma simplificada, podemos definir a pichação como algo transgressivo, impróprio e ilegal, quanto ao grafite, este já é considerado mais elaborado, com grande valor estético e por vezes estimulado pelo poder público (o que poderia ocorrer por aqui também).

Enfim, mesmo com a insatisfação de rabiscos e emaranhados de frases sem sentido das pichações, ainda há o grafite, que merece destaque. E em tempos de valorização das artes urbanas, esta é a nossa deixa para que artistas locais mostrem o seu talento, utilizando cada vez mais os espaços para que sua arte nos inspire.

Tiago Rafael dos Santos Alves é historiador. Acesse aqui seu perfil.

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