Cidades

Adamantinense tem texto em e-book que promove reflexão e ajuda mulheres na luta contra o câncer

Elaine Cristina Valente assina um dos 26 relatos publicados no e-book Mulheres Verdadeiras.

Por: Da Redação atualizado: 26 de outubro de 2020 | 19h39
A farmacêutica Elaine Cristina Valente assina um dos textos do e-book Mulheres Verdadeiras (Cedida). A farmacêutica Elaine Cristina Valente assina um dos textos do e-book Mulheres Verdadeiras (Cedida).

A farmacêutica adamantinense Elaine Cristina Valente é uma das 26 mulheres convidadas que assinam relatos emocionantes diante do desafio vivenciado por cada uma delas na luta contra o câncer. “Sou muito mais do que a doença que habita em mim, porque eu não habito nela, embora me ajuste ao que ela pede”, traz um trecho do seu texto. A coletânea, de reflexão e ajuda, está no e-book Mulheres Verdadeiras (leia aqui). A organização da publicação é do SOnHe - Sasse (Grupo Sasse Oncologia e Hematologia), de Campinas, em comemoração ao Outubro Rosa.

Elaine é uma paciente com câncer de mama metastático e segue com um tratamento paliativo, que controla a evolução da doença. Em uma das fases do seu tratamento passou a ser cuidada, também, pela médica oncologista Susana Ramalho, que integra a equipe do SOnHe.

A adamantinense destaca que o serviço de saúde do local oferece excelência no cuidado oncológico por meio de uma equipe inovadora e comprometida com o ser humano. “Foi então, através desse contato médico-paciente, que a diretora executiva do Grupo, Renata Ploetterle Deeke Sasse, me convidou a escrever um texto sobre meus medos, aflições, inspirações e motivações, diz. “Inicialmente achei que seria apenas para postarem nas redes do Grupo, e fiquei surpresa e muito feliz em ver meu texto fazendo parte desse trabalho tão lindamente ilustrado e executado”, ressalta.

Em seu relato, no e-book, Elaine partilhou sua experiência pessoal no enfrentamento à doença. “Minha fala sempre busca dizer que a vida pode ser bem vivida em qualquer situação, mesmo diante de uma doença grave sem perspectiva de cura, disse. “Sempre existe um lindo caminho para quem está disposto a ter um novo jeito de caminhar”, completa.

O prefácio do e-book é assinado pela diretora executiva do SOnHe, Renata Sasse. “Temos certeza que esses textos vão tocar várias mulheres que têm, muitas vezes, os mesmos medos e aflições e não possuem coragem de expressar”, escreve. “Com ou sem câncer, queremos, com o livro, ressignificar algumas mulheres, construir uma rede, que seja simples, on-line e, com as histórias, que possam ajudar umas às outras”, continua.

(Reprodução).

Ao final do prefácio, Renata agradece às mulheres participantes do projeto e estimula ações práticas para ampliar a conscientização e instrumentos que promovam a maior conscientização e antecipem a detecção de casos. “Não adianta só iluminar de rosa os lugares. É preciso ter um propósito, uma causa verdadeira sendo defendida. E Mulheres Verdadeiras é a prova de que é possível, tocarmos a alma de outras pessoas, de maneira lúdica e linda e conscientizando sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer, qualquer que seja o tipo de câncer”, finalizou.

O e-book Mulheres Verdadeiras tem ilustrações de Ana Lima, revisão de Raquel Mattos e edição de Charles de Souza Leite.

Entusiasmo

Elaine é um rosto conhecido em razão do trabalho profissional em uma farmácia de Adamantina, de onde está afastada para tratamento médico. No seu tratamento conta o câncer de mama metastático, batalha para controlar a evolução da doença. “Faço quimioterapia oral, que me traz alguns efeitos colaterais, mas busco me adaptar a todas essas situações”, relata.

E mesmo com toda essa carga de cuidados e limitações temporárias, a adamantinense celebra. “A capacidade de adaptação tem o poder de acomodar tudo dentro da gente. E então, ajustando sonhos e expectativas, vivo uma vida bem vivida. Aliás, essa dica serve para todos”, afirma. “Quantos saudáveis vivem frustrados por nunca estarem satisfeitos com suas conquistas, buscando sempre além daquilo que seria possível para o seu momento de vida? Vale a reflexão”, questiona.

Redes de apoio

Além de partilhar seu relato, no e-book, Elaine destaca também a necessidade de ressaltar a importância das diversas redes de apoio que acolhem, orientam e direcionam os seus integrantes. “Participo ativamente da Casa Paliativa, um espaço físico, dentro da Casa do Cuidar, em São Paulo, mas que devido à pandemia iniciou seu trabalho no ambiente virtual, o que me beneficiou permitindo minha participação”, diz. “Esse grupo do Facebook é voltado para pacientes com doenças graves que ameacem a continuidade da vida, seus familiares e cuidadores. O trabalho desenvolvido ali é de ampliar o olhar dos seus integrantes para a vida que existe ao redor da doença. Temos aulas desde como manejar a dor, controlar a fadiga até sobre filosofia, além de existirem diversos projeto em andamento, incluindo a produção de um livro com histórias de pacientes”, conta a adamantinense. “Para os que vivem essa realidade, sintam-se convidados a participarem e lembrem-se que basta estendermos a mão pedindo ajuda para encontrarmos outras prontas para ajudar”, finaliza. (Continua após a publicidade...)

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O texto de Elaine Cristina Valente

“Era uma manhã de sábado, agosto de 2019. A razão da tomografia do tórax daquele dia não era ser um exame de controle do câncer de mama, tratado em 2016. Buscava apenas uma explicação para a tosse persistente que me acompanhava há dias.

Com o término do exame, o médico amigo trouxe-me o alívio, não encontrara nenhum problema no pulmão, atribuindo o caso à uma sinusite. Porém, quando ele usou a conjunção “mas”, o relógio parou, a garganta secou e precisei de mais ar nos pulmões que foram alvos da investigação. Haviam imagens suspeitas na coluna!

A vida é tão rápida quando quer nos ensinar sobre prioridades que, neste momento, até parei de tossir.

Dias depois, através de outros exames, a suspeita foi confirmada. Eu estava com câncer de mama metastático. Se eu pudesse escolher, não seria essa a história que eu gostaria de protagonizar, mas como essa escolha não está ao meu alcance, optei por tomar as rédeas daquilo que está, decidi fazer o melhor neste palco que me foi dado.

Sou o que aprendi com esses acontecimentos inesperados e me transformo a cada nova situação. Não estou dizendo que é fácil, confesso que existem momentos de extremo cansaço, dificuldades com efeitos colaterais do tratamento, além de situações de grandes questionamentos, mas não perco de vista aquilo que me pertence, o poder da escolha.

E eu escolho, todos os dias, viver essa realidade da forma mais leve que consigo. Isto depende de mim!

Aprendi a buscar uma esperança por dia, mantendo-as bem pertinho para ter o sabor de realizá-las. Assim, dia após dia, construo uma vida esperançosa e descubro quem sou.

Ilustração de Ana Lima para o texto de Elaine Valente (Reprodução).

Sou, ao mesmo tempo, o cuidado com as necessidades do meu pai, também paciente oncológico metastático, o direcionamento para minha filha, hoje com 14 anos, e a companheira para minha mãe, um exemplo de mulher.

Sou muito mais do que a doença que habita em mim, porque eu não habito nela, embora me ajuste ao que ela pede. Aprendi que ser forte, na verdade, significa adaptar-se e isso me fez ajustar sonhos e ressignificar muitas coisas, inclusive o entendimento sobre o que é ser curada.

Percebi que me curo todas as vezes que escolho continuar lidando com os meus medos e ansiedades, quando olho e cuido daquilo que está saudável no meu corpo e não apenas do que está doente. Promovo curas em mim nos momentos em que construo memórias, estreito laços, deixo um legado e vivo uma vida com sentido.

Me curo quando olho para a finitude, verdade democrática para todos os seres, doentes ou não, e consigo dar mais valor ao meu agora, que é o que realmente me pertence. Tenho a pressa de viver o hoje sem a urgência do amanhã!

A cura, para mim, transcende a busca por uma frase num laudo de exame. Há muito que se curar, mesmo em quem não tem diagnóstico de uma doença grave.

Essa sou eu, ajustando as velas do meu barco de acordo com os ventos soprados pela vida, aprendendo a buscar ajuda para lidar com as tempestades em alto mar, que ainda não sei como atravessar e aproveitando para desfrutar o sol e a brisa nos momentos de calmaria...

Essa sou eu escolhendo viver com qualidade apesar de, e com um sorriso, embora com...”

E-book Mulheres Verdadeiras

 

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