Esportes

Júlia Barbosa é Campeã Brasileira e conquista vaga no Sulamericano de Atletismo

Atleta adamantinense conquista vaga para Sulamericano de Atletismo em Cochabamba, na Bolívia.

Por: Da Assessoria atualizado: 18 de setembro de 2017 | 14h37
Adamantinense Júlia Barbosa, campeã brasileira nos Jogos Escolares da Juventude em Curitiba. Premiação foi entregue por Fabiana Murer, campeã mundial indoor do salto com vara (Foto: Cedida). Adamantinense Júlia Barbosa, campeã brasileira nos Jogos Escolares da Juventude em Curitiba. Premiação foi entregue por Fabiana Murer, campeã mundial indoor do salto com vara (Foto: Cedida).

Orgulho de Adamantina, da região oeste paulista e agora também do Estado de São Paulo, a aluna da Escola Cristã Júlia Barbosa é campeã brasileira na prova do lançamento de disco nos Jogos Escolares da Juventude (JEJ), que acontecem em Curitiba, de 11 a 22 de setembro.
Reconhecido como o maior evento estudantil multiesportivo do país, os JEJ promovidos pelo Comitê Olímpico do Brasil são de abrangência nacional, que reúnem milhares de alunos-atletas de instituições de ensino públicas e privadas de todos os cantos da nação. Os JEJ são atualmente tidos como referência internacional e se consideradas as fases seletivas. Os números chegam a mais de 2 milhões de atletas e cerca de 4 mil cidades participantes.
Na edição de 12 a 14 anos de idade são disputadas modalidades de atletismo, badminton, ciclismo, ginástica rítmica, judô, luta olímpica, natação, tênis de mesa, xadrez, basquete, futsal, handebol e vôlei. Ao todo, a capital paranaense recebe um total de 5.125 participantes, sendo 4.408 atletas dos 26 Estados e Distrito Federal para as disputas finais.
Além das competições, os jovens atletas têm a sua disposição uma ampla gama de eventos paralelos. Os programas sócio-educativos e culturais abrangem diversas atividades extras com o intuito de aproximar os jovens de todo o país aos Valores Olímpicos e ao exemplo positivo da prática esportiva.
Para inspirar os jovens talentos do esporte nacional, o COB selecionou 11 atletas olímpicos ou pan-americanos para atuarem como “Embaixadores” dos Jogos em Curitiba. A função dos Embaixadores é levar o exemplo positivo da prática esportiva para os jovens participantes, através do contato direto, com palestras e atividades educativas. Fabiana Murer, campeã mundial indoor do salto com vara, foi a Embaixatriz do Atletismo nos Jogos Escolares da Juventude.

O caminho até a medalha de Ouro Brasileira

Durante 2 meses ocorreram as seletivas sub regional (apenas escola estaduais das cidades circunvizinhas de Adamantina), regional (escolas municipais, estaduais e federais do oeste paulista), fase final subdividida em final do interior e final da capital (finalistas das fases anteriores e alunos das escolas particulares), e a final do Estado de São Paulo que ocorreu na cidade de Praia Grande, com apenas os 16 melhores classificados, para saber qual atleta representaria os Paulistas nos Jogos Escolares da Juventude.
Em Curitiba, no lançamento de disco feminino foram realizadas duas fases, a primeira, conhecida como “Qualificação”, em que 34 alunas-atletas, subdivididas em dois grupos, realizaram 3 tentativas, em que as 12 melhores atletas avançaram à segunda fase (final dos JEJ), para determinar então, quem seria a grande campeã brasileira. Nesta etapa, as 12 atletas realizaram 3 tentativas e apenas as 8 melhores atletas conquistaram o direito a mais 3 tentativas, para revelar quem subiria no degrau mais alto do pódio.

A final brasileira dos Jogos Abertos da Juventude

Muito mais que identificar a melhor atleta, os JEJ são considerados o celeiro do atletismo nacional, por mostrar que o evento é o divisor de águas entre os atletas talentosos e os atletas acima da média, por mostrarem quem possui controle emocional para representar o país em eventos internacionais. Os dados históricos revelam que da delegação composta por 465 atletas do Time Brasil nos Jogos Olímpicos Rio 2016, um total de 52 já haviam participado dos Jogos Escolares da Juventude, entre eles Mayra Aguiar e Sarah Menezes, do judô, e Hugo Calderano, do tênis de mesa. As estatísticas comprovam assim, que os JEJ são o cartão de visitas para entrada dos Jogos Olímpicos de 2024.
Sobre o ocorrido na final dos JEJ em Curitiba, parece claro que o poder emocional da atleta adamantinense Júlia Barbosa foi o grande diferencial carimbar o título de Campeã Brasileira em 2017.
Sobre o desenrolar da competição, a atleta em sua primeira tentativa alcançou a marca de 37,99m, um resultado muito bom para a categoria, apesar de estar bem longe do seu melhor resultado oficial (41,86m). Após 4 tentativas de todas as 8 melhores atletas, Júlia Barbosa ainda continuava como líder da competição, foi quando na 5ª e penúltima rodada de tentativas, a atleta do Paraná passou a marca da atleta paulista e assim ficou para a última e sexta tentativa da competição o desfecho do título. Como Júlia liderava até a quarta rodada, por conta do regulamento, teria o direito de ser a última atleta a lançar. Na última tentativa a paranaense Ana Santos não obteve melhora, sobrando a responsabilidade para Júlia definir a competição, e justamente no último lançamento a adamantinense superou sua adversária com a marca de 39,18m e “desmoronou” de joelho no chão aos prantos, chorando de felicidade: Campeã Brasileira!

A visão do treinador/pai para a conquista do título brasileiro

Para o treinador e pai da atleta Júlia Barbosa, docente do Centro Universitário de Adamantina (UniFAI), mestre em fisiologia do exercício e pós graduado em treinamento físico individualizado Carlos Alberto Gomes Barbosa, “preparar uma atleta para o alto rendimento esportivo é muito mais que fazê-la lançar longe diariamente nos treinos e em algumas competições. Existe a necessidade de uma comunicação constante para desatar nós e conquistar o equilíbrio emocional necessário para voos muito maiores”.
Carlos ainda complementa dizendo que, “quando se trata do lançamento de disco, numa idade pré-adolescente, aquela que estiver com maior controle emocional, considerando níveis atléticos muito próximos, tem grande possibilidade de conquistar a vitória em competições de destaque como o Campeonato Brasileiro dos Jogos Escolares da Juventude”.
O professor relata que, quando o atleta se sente pressionado ou perde o controle de suas emoções, o corpo responde de diversas formas. O processo começa no cérebro, comprometendo funções essenciais, causando [1] dilatação das pupilas, perda do foco na visão e comprometimento no equilíbrio; [2] frequência cardíaca aumentada e respiração "curta", com absorção menor do oxigênio, fazendo com que o atleta somatize cansado; [3] os músculos aumentam o estado de tensão, prejudicando a execução dos movimentos. Como consequência, o atleta acaba errando aquele Lançamento de Disco ou aquele movimento que normalmente acertaria. Tudo acontece de forma inconsciente e muito rápida, fazendo com que o atleta perca o controle e se entregue a essas sensações.
Para tanto, com adequado controle emocional e autoconhecimento para reconhecer suas reações em situações críticas, é possível criar formas para administrar calmamente quaisquer sintomas que poderiam afetar seu desempenho negativamente.
Foi exatamente isso que ocorreu no último lançamento do JEJ, atleta e treinador conversaram conscientemente sobre o ajuste técnico que deveria ser feito para evitar verdadeiro caos emocional, fizeram técnicas de respiração e visualização mental passo a passo do que deveria ser feito para atingir a marca adequada e desta maneira, ganhar a competição.
“A Juju só tinha um bala na agulha, foi lá e acertou o alvo, assim surgem as grandes campeãs olímpicas. Não foi a primeira vez que isso acontece, ela poderia cuidar um pouco mais do coração do papai (risos). Ser pai de miss deve ser muito mais fácil, mas pai de atleta é realmente viver intensamente o ano todo, e isto é impagável”, finaliza o professor.

Quais os planos da Campeã Brasileira

Enquanto a grande maioria dos atletas nessa idade pensa apenas em participar e ganhar uma competição, a jovem atleta adamantinense Júlia Barbosa diverge desta estatística simplista e comumente apresentada na maioria dos iniciantes.
“Vejo o atletismo como uma oportunidade aos meus estudos. Venho de uma família que respira esporte, que sabe o quanto é difícil custear as minhas viagens, que respeita minhas limitações e acredita no meu talento. Estou me preparando para conquistar uma vaga daqui a 2 anos no High School (Ensino médio nos EUA), estudo há 7 anos inglês e sei que a entrada nos Estados Unidos da América depende da minha proficiência na língua inglesa, além de minhas marcas no atletismo. Tenho interesse em seguir a carreira como atleta, me divirto muito nas competições, mas aqui no Brasil tudo é muito difícil. Se não fosse minha família e muitos amigos envolvidos, não seria campeã brasileira nos Jogos Escolares da Juventude em Curitiba e não teria esta experiência maravilhosa. Muitos empresários e amigos ajudaram financeiramente; meu pai além de treinador é o motorista (gargalhada). Levamos juntos dois amigos atletas de Osvaldo Cruz, que estavam classificados para os Jogos, numa viagem com estrada perigosa que durou 9 horas. Enquanto os atletas ficaram num hotel com a delegação, meu pai ficou na casa de um grande amigo (coisas do esporte), que também é atleta máster de atletismo. Se não for assim, o sonho não se realizará, tenho consciência de todas as dificuldades, mas poderia ser mais fácil!”.
Atual líder do ranking brasileiro da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), Júlia terá pela frente, no próximo final de semana, 22 a 24 de setembro, a “Final do Campeonato Paulista de Atletismo” na cidade de São Bernardo do Campo, e no período de 30 de setembro a 01 de outubro o Campeonato Brasileiro da modalidade, evento organizado pela CBAt, que neste ano será realizado em Fortaleza-CE.
“Não tenho palavras para agradecer o carinho e ajuda dos amigos, mas meu grande desafio não é a competição em si, e sim como faremos para chegar até Fortaleza, já que para São Bernardo está praticamente tudo resolvido. Quando conversamos em casa sobre os valores do investimento, fico triste e percebo que será muito difícil conseguir participar”, finaliza a adamantinense.
Com o título de Campeã Brasileira nos Jogos Escolares da Juventude em Curitiba, a atleta Júlia Barbosa de apenas 13 anos de idade, já está com a vaga garantida para os Jogos Escolares Sulamericanos em Cochabamba na Bolívia de 02 a 10 de dezembro de 2017, tudo custeado pelo Comitê Olímpico Brasileiro. Contudo, seria excelente se seu treinador e pai pudesse acompanhá-la no primeiro e maior desafio internacional de sua breve carreira.

A rede solidária continua

Desde o início de setembro a família Barbosa e amigos vêm se mobilizado para que as viagens sejam garantidas. Para o Campeonato Estadual e Brasileiro, tudo deve ser custeado pelo próprio participante. Júlia que faz parte do Projeto Sócio Esportivo “Cidadão Olímpico”, gerenciado pelo Herói Olímpico Claudio Roberto de Souza, medalhista de prata nas Olimpíadas de Sydney, Austrália, tem auxílio nas taxas permanentes da Federação Paulista de Atletismo e da Confederação Brasileira de Atletismo, já as viagens e estadias são impossíveis de serem totalmente custeadas com recursos próprios, que devido ao alto custo das passagens até Fortaleza, translado, alimentação e várias diárias em hotéis com boa logística para competir torna a participação inviável.
Para viabilizar a participação da atleta, foi criada uma conta poupança para doações, que deverão ser usadas exclusivamente para custear as 3 últimas competições até o final do ano.
Portanto, quem quiser voluntariamente participar, pode ajudar com valores simbólicos ou o quanto puder, depositando diretamente na conta da atleta:


Júlia Barbosa - CPF 480.711.068/36
Conta Poupança da Caixa Econômica Federal
Agência: 0276
Operação: 013
Conta: 15491-5
WhatsApp: (14) 99148-2033 (pai) - (14) 99152-4976 (mãe)

 

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