Cidades

Noriko Saito: “Enquanto eu era apenas uma educadora, trabalhava praticamente sozinha”

Siga Mais abre ciclo de entrevista com vereadores. Quem inaugura a rodada é Noriko Saito (PV).

Por: Da Redação atualizado: 12 de outubro de 2015 | 09h10
Noriko Saito: “Enquanto eu era apenas uma educadora, trabalhava praticamente sozinha”

O SIGA MAIS abre hoje um ciclo de entrevistas com os vereadores da Câmara Municipal de Adamantina. Os nove vereadores foram convidados. Oito aceitaram e responderam nossas perguntas, sendo a presidente Maria de Lourdes Santos Gil (DEM) e os vereadores Fábio Roberto Amadio (PT), Aguinaldo Pires Galvão (DEM), Diniz Parússolo Martins (DEM), Luiz Carlos Galvão (PSDB), Noriko Onishi Saito (PV), Roberto Honório de Oliveira (DEM), Rogério César Sacoman (PSB). Apenas o vereador Hélio José dos Santos (PR), vice-presidente da Câmara Municipal, se recusou a participar.
Quem abre o ciclo de entrevistas é a vereadora Noriko Saito, que está no seu primeiro mandato. É educadora há 48 anos e tem uma atuação bastante presente nas ações de melhoria da qualidade de vida em crianças com transtorno de déficit de atenção por hiperatividade, cujo trabalho, segundo disse, ganhou fôlego e se estruturou por força de sua atividade política: “Enquanto eu era apenas uma educadora, trabalhava praticamente sozinha”, disse.
Noriko responde ao SIGA MAIS sobre imprensa, redes sociais, FAI, FATEC, sua atividade parlamentar e o desempenho da administração municipal.

Como a senhora avalia seu comportamento e o comportamento da população nas redes sociais, quando o tema é política local?
Noriko Onishi Saito
- Sobre as redes sociais eu entro muito pouco, mas acompanho. E muitas das questões que são trazidas ali, no que couber a mim, eu corro atrás. Porém, sem me expor na rede social. Pego as partes positivas e procuro me corrigir naquilo que for negativo. Já a atuação do cidadão é positiva. É a democracia. Acho que toda a população tem o direito e o dever de mostrar para nós o seu ponto de vista e a percepção sobre a cidade. Até porque nós não temos o olhar que todas essas pessoas, juntas, têm.

E a atuação da imprensa tradicional, sobre os temas envolvendo a classe política de Adamantina?
Noriko
- Para tudo, precisamos ter a imprensa acompanhando. São importantes para todos. É uma atuação positiva. Tem algumas coisas que são publicadas que, às vezes, a gente não concorda. Quando há abordagem sobre o meu trabalho, onde possa estar faltando alguma informação, ou críticas, eu procuro ir direto na fonte, conversar, e procuro prestar as informações. Não vou ficar criticando. Até porque, é importante frisar, tem o lado verdadeiro e pode ter o lado que ficou a desejar.

Qual sua avaliação sobre o desempenho do governo municipal, do prefeito Ivo Santos?
Noriko
- É bom lembrar que ele já foi prefeito e se o povo votou nesse é porque confiou no trabalho dele. Mas infelizmente, ele não é uma pessoa desse perfil que está sendo agora. Sobre aquela época do primeiro mandato, quando eu nem pensava em ser política, ele foi um bom prefeito. Só que agora, por exemplo, quando tem um projeto polemico, a ser colocado para votação na Câmara Municipal, ele poderia vir buscar nossa opinião. Não há barreira. Estamos aqui pra trabalhar, e esse é o nosso objetivo, trabalhar pela cidade. A partir de agora, se tiver mais diálogo com a gente, tem tudo para dar certo nesse final de mandato. Mas é preciso ter um bom relacionamento, que poderia ser melhor, conversando mais.

E a relação entre Câmara e Prefeitura Municipal?
Noriko
- Está razoavelmente regular, mas poderia ser bem melhor. Se houver mais diálogo, tudo pode ser melhor. Tudo que passou, passou. O que tem que corrigir, precisa ser corrigido o mais rápido possível e com transparência.

Tivemos recentemente o episódio que envolveu a votação do projeto de lei sobre a permuta de área para a Fatec, quando a proposta do prefeito foi derrotada. Com isso, há correntes na cidade que acreditam na existência de uma guerra de forças motivada por diferenças políticas. Qual sua observação sobre essa interpretação de setores da sociedade?
Noriko
- Essa diferença política, no meu ver, se pauta no ponto de vista que o atual prefeito tem sobre a área inicialmente deixada para a Fatec, pela administração anterior. É importante dizer que o local escolhido vai receber os impactos do investimento, que serão, sobretudo, positivos. Somos em nove vereadores e cada um tem sua posição sobre o tema.

Sobre a atuação de lideranças políticas e nomes da política local, que não estejam atualmente exercendo mandatos políticos, é saudável, participativa ou é só discurso, em Adamantina?
Noriko
- É uma mistura de tudo. Só que precisamos saber filtrar. Tem pessoas que aparecem somente para dar seu ponto de vista, mas para corrigir a pessoa tem que estar dentro, trabalhando. Para quem está do lado de fora é uma coisa. Para quem está dentro, é outra. Tiro isso por mim. Quando eu estava lá fora eu tinha uma visão. É muita coisa amarrada, que não anda pra frente. Ficar do lado de fora é fácil. Agora pegar aqui dentro, para administrar, não é fácil, porque não se faz sozinho. Um aprende com outro, é uma corrente. Por isso é importante ir filtrando o que serve e se aproveita. E o que não serve, deixamos de lado e vamos analisando, porque o que foi dito, talvez de forma negativa, pode mais pra frente dar certo.

A atividade política como vereadora, para você, é mais decepção ou realização?
Noriko
- É realização. Nunca fui politica. Nunca imaginei chegar onde estou. Tudo que estou pleiteando, corro atrás e tenho conseguido. As poucas coisas que consegui me realizam. Tenho decepções, sim, mas me pauto pelas conquistas.

O que a FAI tem de positivo, na sua gestão, que poderia servir de exemplo para a Prefeitura de Adamantina e outras prefeituras da região?
Noriko
- O que a FAI tem feito é estar trabalhando de alma e coração, visando seu crescimento e do nosso município. Conquistar tudo isso, e ter esses alunos se destacando lá fora, não são mérito para qualquer cidade. Temos que agradecer, parabenizar e ajudar a crescer. Se a FAI cresce, Adamantina cresce junto.

No geral, em que há mais erros e mais acertos, na atual administração municipal?
Noriko
- Onde mais errou foi no diálogo, entre eles, o secretariado, bem como com o legislativo. E o que errou precisa ser corrigido de maneira transparente, o mais rápido possível, mostrando atitude em corrigir. Cito como positivo a Casa de Apoio em Jaú, para pacientes em tratamento. Tenho ouvido muitas pessoas falando bem sobre esse serviço. E cito ainda, como válida, a contratação de mais médicos para a área da saúde e a recondução do Márcio Cardim, na direção da FAI.

Têm surgido movimentações em várias cidades brasileiras pela redução dos subsídios (salários) dos agentes políticos, entre os quais os vereadores, vice-prefeito, prefeito e secretários. Com seu ponto de vista sobre esse movimento?
Noriko
- Todos que trabalham são remunerados. Recebemos um valor por isso e também temos muitas despesas, ajudado muitas pessoas, entidades, famílias com as quais acabamos nos envolvendo para apoiar em suas necessidades. Agora a decisão sobre vencimentos, sobretudo na fixação dos subsídios para a próxima legislatura e o futuro prefeito, não posso falar por todos, pela Câmara, mas é um tema que vai exigir reflexão e estudos.  

O que a senhora tem de mais significativo, de resultado efetivo, até agora, no seu atual mandato parlamentar?
Noriko
- Estou muito satisfeita com o resultado obtido nesses três anos de mandato, e cito, entre os resultados alcançados, a quadra coberta do Lar Cristão, elevador para a Santa Casa e nova ambulância e a articulação para obtenção de recursos financeiros junto ao Consulado do Japão para a construção de novos alojamentos no Lar dos Velhos de Adamantina, já consolidados, além da conquista de R$ 250 mil para recapeamento asfáltico e a passarela sobre a rodovia, ligando o Parque do Sol à Vila Jamil, sendo que esses dois últimos pleitos estão em andamento. Destaco também a parceria que costurei na área da educação, entre a FAI e o Instituto de Apoio Social de Araçatuba, que permitiu consolidar um serviço prestado no atendimento a crianças com transtorno de déficit de atenção por hiperatividade. Enquanto eu era apenas uma educadora, trabalhava praticamente sozinha. Foram nove anos assim e esse atendimento não andava como eu queria. Agora, com essa parceria com a FAI, está fluindo, o que permitiu também alcançar outras parcerias, e cito, entre elas, a APAE, a Fundação Casa e o Conselho Tutelar. Vejo que a minha condição de vereadora permitiu fazer isso fluir. Quando me candidatei e expus minhas propostas, pensava que, se ganhasse, os caminhos poderiam se abrir para essa causa, e se perdesse, iria continuar trabalhando do mesmo jeito, porém o caminho certamente seria mais longo. Faz 48 anos que estou em efetivo exercício na área da educação, atuando diretamente com crianças, e quando recebi uma criança com hiperatividade, lá atrás, não tínhamos a informação que dispomos hoje. Essa condição, na criança, pode ser grave se não for devidamente cuidada. Se há um trabalho presente na vida dessas crianças, desde pequenas, é possível alcançar excelentes resultados. Hoje, muitos já cursam o ensino médio e outros até concluíram estudos no ensino superior. Vejo que as nossas escolas estão mais preparadas para trabalhar com essas crianças. É gratificante, porém, trabalhoso.

Qual o perfil desejado para administrar Adamantina a partir de 2017?
Noriko
- O que se espera do futuro prefeito é que tenha conhecimento de tudo. Tem que ser honesto, trabalhador e procurar fazer tudo da melhor maneira possível. Não pensar nele, de maneira individual, mas pensar no crescimento da cidade. Sempre existirão pedras no caminho que precisarão ser superadas, e esse caminho precisará ser alcançado passo a passo, para se ter uma boa administração. 

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