Tamagotchi: a febre da década de 1990
Uma curta explanação sobre os famosos “bichinhos virtuais”.

“As maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade”.
Lev Vygotsky
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Nos últimos dias acabei me recordando dos inúmeros brinquedos que possuíamos e almejávamos ganhar no Natal. Se você nasceu em fins da década de 1980 provavelmente vivenciou e teve uma das maiores febres da década de 1990, os chamados “bichinhos virtuais” (também conhecido como Tamagotchi).
Tratava-se de brinquedo, parecido com um chaveiro, com apenas cinco botões, onde o objetivo principal era o cuidar de um animalzinho “virtual”, dando-lhe comida, água, brincando, banho, escovando os dentes, etc. O mais curioso é que caso isso não ocorresse a tempo, o mesmo poderia “morrer” e seu ciclo de vida começaria tudo de novo.
A febre era tamanha que em pouco tempo era comum vê-lo nas mãos de crianças e adultos pela cidade. Muitas escolas acabaram proibindo a entrada do tal bichinho, alegando que poderiam atrapalhar o andamento das aulas, mesmo assim “nós o levávamos escondido”.
Diversas versões surgiam, com os mais diversos animais, dragões, gatos, cachorros, borboletas, etc. Após alguns dias de “vida” o tal bichinho “morria”, e poderia ir para o “céu ou para o inferno”, dependendo de como fora o cuidado com ele.
Como toda febre, os tamagotchis caíram no esquecimento, no entanto, a empresa que os fabricava tentou emplacar novamente uma segunda e terceira versão, mas infelizmente sem sucesso.
Nos dias atuais e em tempos de smartphones, é bem difícil o tamagotchi emplacar novamente, mas é importante salientar que em diversos sites de venda as primeiras versões saem bem caras e possuem uma grande demanda. Para os mais novos que nunca tiveram um, ou nunca o viram funcionar, existem diversos aplicativos de jogos que o reproduzem nos celulares, basta baixá-los.
Enfim, com ou sem tamagotchis, ficam as boas lembranças de uma época onde um brinquedo, por mais simples que possa parecer, marcou toda uma geração.
Tiago Rafael dos Santos Alves é historiador. Acesse aqui seu perfil.