Opinião

UniFAI: o maior desafio é interno

O Centro Universitário Adamantina e os desafios apresentados ao primeiro reitor.

Acácio Rocha | acacio.rpg@gmail.com Colunista
Acácio Rocha | acacio.rpg@gmail.com
UniFAI: o maior desafio é interno

Uma nova página começou a ser escrita nos registros da nossa autarquia municipal de ensino superior. No último 1º de julho foi oficialmente empossada a primeira reitoria do Centro Universitário Adamantina UniFAI e junto aos seus novos dirigentes foi depositada a esperança de que a missão institucional seja preservada e mantida em primeiro plano.

O plano de gestão dos novos dirigentes, submetido e apreciado pela Congregação (agora Conselho Universitário) destaca a palavra gestão junto ao tripé “ensino, pesquisa e extensão”. A proposta é acrescida da palavra empreendedorismo, que pactuadas tendem a sinalizar qual será a dinâmica a ser adotada na sua condução.

Esse é o panorama previsto, e é pelos aspectos contidos no projeto que a primeira reitoria do Centro Universitário será cobrada pela sociedade. Quem legitimou os novos dirigentes tem responsabilidades ampliadas nesse campo, e cada esfera de poder deverá ser cobrada na mesma proporção que teve na decisão.

Na fase das candidaturas, é imprescindível considerar a ausência de alternativas. Os professores doutores, habilitados a candidatarem-se, se omitiram. Consideraram questões pessoais e sobre a decisão de não competir pesaram as questões internas, cujo peso das mãos esmaltadas, das vaidades e do poder, e na órbita do próprio ego, provocaram um desmonte interno entre aqueles que sempre contribuíram, que foram deixados de lado e passaram a não servir mais ao projeto.

Mesmo sensibilizados sobre a necessidade e a importância de cada um no contexto organizacional e gestor do Centro Universitário, a indisponibilidade para os embates que certamente viriam no campo das forças – e não das ideias – os fez recuar. E o que é maior – a instituição e seus desafios – foi deixado de lado, por conta das costuras e garantias, oficiais e oficiosas, que ocuparam espaço e formaram um clube de oportunidades.

A sobreposição radical no âmbito da disputa pelo poder desfez a intenção legítima de quem estava na liderança do comando. Sem clima, sem liberdade e sob a mira, o que se fez foi aguardar o tempo passar e a instituição pouco se movimentou, progressivamente, nos últimos doze meses. Hoje, precisa avançar, estrategicamente, recuperar o tempo perdido, construir os novos cenários e consolidar-se institucionalmente.

Nesse aspecto, são dois grandes desafios: consolidar e reconhecer o curso de medicina, e consolidar o recém criado Centro Universitário. Sobre o primeiro, pesa a necessidade de avançar para resultados mais práticos, como a efetivação do convênio com a Santa Casa, para estágio dos futuros médicos, e a construção do novo bloco de saúde. O sucesso do curso é determinante para o sucesso e sobrevivência da instituição.

Sobre a segunda demanda, é um percurso sem volta. A consolidação do Centro Universitário é irreversível e restam dois caminhos: saltar para o status de Universidade ou seu encerramento. Ou seja, não há volta. Não há espaço para erros, nem oportunismo, nem ego, nem poder. O que se deve buscar está acima de qualquer nome e sobrenome, pertence ao povo de Adamantina e vai depender de todos.

É nessa perspectiva que a sociedade deve contribuir, na fiscalização continuada e na participação conjunta para a superação de todas as barreiras, sobretudo internas, que tentarão se impor e se manter. Uma atuação gestora que saiba ouvir o entorno, respeitar as ideias, corrigir falhas, propor alternativas e limitar os excessos, terá papel decisivo e determinante. Os resultados dependerão dessa conduta e os reflexos aparecerão imediatamente, com implicações a curto, médio e longo prazos.

A posse dos novos reitor e vice-reitor, no último sábado, foi um ritual burocrático, com pouca empolgação e ausências importantes entre os convidados. Esse primeiro encontro entre o dirigente e a comunidade presente – predominantemente acadêmica e familiar – já sinaliza o quanto será imprescindível reconectar pessoas, habilidades, talentos e ideias, dentro de um (re)alinhamento institucional  que faça prevalecer a autarquia como um bem maior, soberano – dentro das limitações legais –, vivo e dinâmico, e que também desarme olhares raivosos e desfaça a cara feia, entre aqueles que estão ali para servir, dentro do espírito público, e não para servirem-se, no campo da conveniência e oportunidade.

No legislativo espero dar toda a minha contribuição ao que for necessário, para a consolidação desse projeto grandioso, que sempre orgulhou os adamantinenses. Em paralelo vou me orientar pelo regulamento em uma das mãos (as leis, o estatuto, o regimento, as deliberações e todas as normas) acompanhado por uma lupa na outra mão, para uma atuação fiscalizadora contributiva. E diante dos avanços, as duas mãos saberão aplaudir, reconhecer e valorizar cada nova conquista.

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