Memória

Doces que marcaram a nossa infância

Um breve relato sobre alguns dos produtos que marcaram a nossa infância em Adamantina.

Tiago Rafael | Professor, historiador e gestor ambiental Colunista
Tiago Rafael | Professor, historiador e gestor ambiental
Noé Soares de Souza chegou a Adamantina em 1966, vindo da cidade de Presidente Bernardes. Sempre vendeu paçoquinha em Adamantina, nas esquinas da Casas Pernambucanas ou da Prefeitura Municipal (Cedida/Acervo da Família). Noé Soares de Souza chegou a Adamantina em 1966, vindo da cidade de Presidente Bernardes. Sempre vendeu paçoquinha em Adamantina, nas esquinas da Casas Pernambucanas ou da Prefeitura Municipal (Cedida/Acervo da Família).

“Que sua vida seja tão doce como o mel, tão encantada quanto os sonhos e sorrisos de uma criança.”

Autor desconhecido

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Recentemente, dando uma andada por aqui e ali no centro da terrinha, avistei alguns comerciantes nas esquinas da cidade. Pipoca, bilhetes, redes, colchas e diversos outros objetos eram revendidos. Isso me trouxe a memória alguns dos doces (ou salgados) que constantemente eu adquiria em minha infância nas mesmas esquinas ou na frente das escolas.

Pois bem, para quem tem um pouquinho mais de 30 anos, como eu, provavelmente você já deve comprado algum bijú na frente da escola. Era bem legal, pagavámos um valor e isso nos dava a possibilidade de girar uma roleta, que se caísse no lugar desejado, poderia render até 3 doces. Confesso que só uma vez eu consegui tal façanha, mas valia a diversão.

 

Paçoca caseira (Ilustração). 

Quebra-Queiro (Ilustração).

 

Por outro lado, era comum ao passarmos pela linha do trem, próximo ao pátio da feira, quando íamos ou voltávmos da escola, sempre nos deparávamos com um senhor que por ali ficava, e vendia alguns doces, normalmente era “paçoquinha” ou “pé de moleque”. E claro, também fazíamos a festa. Lembrando que da mesma forma, me recordo do Sr. Noé [1], pai do meu amigo Neuclésio, que também vendia os mesmos doces nas esquinas da Loja Pernambucanas ou da Prefeitura Municipal.

No entanto, o que me chamava a atenção era a tal da “raspadinha”. Quantas e quantas vezes, a comprávamos nas feiras livres ou nos carrinhos que circulavam pelas ruas da cidade. Nos bairros mais afastados predominavam os “gelinhos” ou “geladinhos”, como queiram, que eram vendidos por inúmeros moradores, para gerar um “extra”. Eram uma febre na época. Com 10 centavos você já conseguia se divertir com um deles.

 

Raspadinha (Ilustração). 

Gelinho ou Geladinho (Ilustração). 

 

Ah... Quase me esqueci! E as pipocas compradas no Jardim (Praça Élio Micheloni), na Praça dos patos (Euclydes Romanini), no Ginásio de Esportes, etc. Dá até para sentir o cheiro só de lembrar! E a flauta do “tio do algodão doce”? Quem lembra? Ou a buzina do sorveteiro?

Infelizmente, nos dias atuais, muito  pouco de tais ofícios acabaram resistindo com o passar do tempo. A todos nós que vivenciamos e conseguimos aproveitar tudo isso, nos resta aquele “sentimentozinho nostálgico” e o desejo de poder novamente experimentar tudo isso “daquela mesma forma”.

Tiago Rafael dos Santos Alves

Professor, Historiador e Gestor Ambiental

Membro Correspondente da ACL e da AMLJF



[1] Noé Soares de Souza, chegou a Adamantina em 1966, vindo da cidade de Presidente Bernardes. Sempre vendeu paçoquinha aqui em Adamantina. Criou 6 filhos com este ofício. Faleceu em 2006. (Texto informado pelo seu filho Sr. Neuclésio)

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