Saúde

PAI Nosso Lar tem nova diretora técnica

“Houve a quebra do estigma: a comunidade abraçou”, diz a nova diretora técnica do PAI Nosso Lar.

Por: Da Redação atualizado: 29 de maro de 2018 | 20h45
Médica psiquiatra Michelle Medeiros Lima Salione é a nova diretora técnica do PAI Nosso Lar, de Adamantina (Foto: Siga Mais). Médica psiquiatra Michelle Medeiros Lima Salione é a nova diretora técnica do PAI Nosso Lar, de Adamantina (Foto: Siga Mais).

A médica psiquiatra Michelle Medeiros Lima Salione é a nova diretora técnica do PAI Nosso Lar, de Adamantina, instituição de saúde mental que presta serviços SUS e atende pacientes de toda a região, na área de abrangência do Departamento Regional de Saúde (DRS) de Marília.
Com mais de 12 anos de atuação na psiquiatria, cerca de 10 anos integrando o corpo clínico e a direção técnica do Hospital Bezerra de Menezes, de Presidente Prudente, e atuando como docente no curso de medicina da Unoeste, a médica Michelle Salione aceitou o novo desafio profissional, assumindo a direção técnica do PAI Nosso Lar. Sua chegada possibilita agregar qualificação à assistência dos pacientes.
Motivada, dinâmica e com extensa bagagem profissional, ela pretende contribuir com os desafios na instituição local, que desde o começo do ano passado passa por importante reestruturação administrativa e organizacional, reabertura à comunidade e redefinição de sua atuação no campo da saúde mental, aos cerca de 140 pacientes.
Michelle Salione recebeu o SIGA MAIS e relatou conhecer de perto a realidade das instituições de saúde mental da nossa região. Ela citou os três estabelecimentos similares, em Presidente Prudente, e um em Pirapozinho, onde o cenário local, do PAI Nosso Lar, não difere das demais realidades. “Vivenciei o fechamento de três hospitais psiquiátricos” disse. “O cenário é o mesmo. Mudam apenas os personagens”, completou.
Vivenciando esse drama, ela destaca que uma das principais preocupações envolve os pacientes, sobretudo os moradores da unidade hospitalar, que não têm família ou foram abandonados por familiares. “A luta é por eles. Vim para contribuir e oferecer algo mais, e que tenhamos a possibilidade de alcançar todos os objetivos que hoje são propostos”, disse. “E que o PAI Nosso Lar seja reconhecido como sinônimo de atendimento de qualidade”, completou.
Recém inserida nas novas responsabilidades junto à instituição local, há aspectos locais mapeados pela nova diretora técnica e já destacados como fundamentais ao processo em curso, de reorganização da unidade PAI Nosso Lar. Ela cita como fatores positivos o espaço físico organizado, a participação ativa da equipe e a inserção e engajamento da comunidade. “Houve a quebra do estigma: a comunidade abraçou”, diz. “

Hospitais devem ser melhorados e transformados, e não fechados

Em relação ao modelo de atenção à saúde mental proposto pelo Ministério da Saúde, sob o argumento de desinternar pacientes, a nova diretora técnica do PAI Nosso Lar contextualiza o modelo como positivo, desde que os serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) cumprissem seus papeis e efetivamente dessem o suporte integral às necessidades primárias e secundárias do paciente mental, por meio das unidades básicas de saúde e CAPS (Centro de Atenção Psicossocial). “O modelo é interessante, mas todos os serviços têm que fazer sua parte”, disse médica Michelle Salione.
Nesse cenário, de uma maneira geral, a deficiência na atenção primária e secundária implica em uma sobrecarga dos hospitais psiquiátricos, caracterizados como setores terciários na saúde mental, e que muitas vezes realizam serviços que eram para serem executados em momentos anteriores e que até pudessem dispensar a internação, considerada medida extrema. Em paralelo, soma-se a esses fatores a falta de recursos financeiros para custear esses serviços, nas unidades hospitalares. 
Sobre as iniciativas pelo fechamento dos hospitais psiquiátricos, a diretora técnica do PAI Nosso Lar destaca que esse processo se desenvolve de longa data, com o governo pagando diárias ínfimas e inviabilizando esses serviços. “Gradativamente, houve o fechamento dos leitos”, explica.
Segundo Michelle Salione, o hospital psiquiátrico – como o PAI Nosso Lar, de Adamantina – é um serviço fundamental e estratégico, sobretudo para ser acessado em momentos de crises desses pacientes mentais. “Por isso devem ser melhorados e transformados, e não fechados”, diz. “E o governo tem que dar o subsídio”, completa.

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