Uma publicação realizada nesta terça-feira (12) no site da Prefeitura de Adamantina traz o desfecho da Secretaria Estadual dos Esportes, Lazer e Juventude (SELJ) sobre a sede dos Jogos Regionais de 2018.
Adamantina chegou a ser anunciada como cidade-sede da competição da 7ª região esportiva do Estado de São Paulo, em agosto, após audiência de autoridades locais na sede da SELJ, em São Paulo. Até então, Adamantina teria sido a única cidade a se inscrever, dentro do prazo, como sede do evento esportivo.
Em 30 de novembro passado o vazamento do Calendário Esportivo de 2019 da SELH, que até então não estava oficialmente publicado, trouxe Marília como sede da competição, excluindo o anúncio anterior de sediá-la em Adamantina. O constrangimento ficou explícito, em razão das autoridades locais não terem sido informadas anteriormente da decisão, pelo Secretário de Esportes Paulo Maiurino e demais dirigentes da SELJ.
Já no dia 1º de dezembro o prefeito Márcio Cardim esteve pessoalmente com o governador Geraldo Alckmim, no Palácio dos Bandeirantes, onde manifestou descontentamento com a decisão da SELJ, sobretudo pela expectativa causada pelo anúncio da sede dos Jogos em Adamantina, os reflexos ao comércio e o legado esportivo.
Agora, conforme reunião realizada nesta terça-feira (12) na SELJ, e noticiada pelo site da Prefeitura de Adamantina, a possibilidade de sediar a competição em 2018 está totalmente descartada, permanecendo Marília como sede do evento. A publicação confirma a cidade como sede do JORI (Jogos Regionais dos Idosos), em fevereiro próximo. Também em 2018, Adamantina sediará a final dos “Jogos Estudantis do Estado de São Paulo – JEESP”. Já a sede dos Jogos Regionais ficou para 2019.
Porém, mesmo com esse anúncio e o compromisso para 2019, o cenário não é de total segurança, já que serão realizadas as eleições para governador em 2018, com a posse do novo governo e nova equipe em 2019, sobre os quais poderá ficar a decisão final.
Na reunião desta terça-feira (12) na sede da SELJ, em São Paulo, participaram o prefeito Márcio Cardim, o Secretário de Esportes Paulo Maiurino, o secretário adjunto Vinicius Canarinha (ex-prefeito de Marília), o suplente deputado federal Ricardo Bentinho e o reitor do Centro Universitário Adamantina UniFAI, Prof. Dr. Paulo Sergio da Silva.

Estrutura x política

Diversos fatores pesaram na decisão da Secretaria Estadual dos Esportes, Lazer e Juventude (SELJ) para a decisão sobre os Jogos Regionais de 2017 da 7ª região esportiva, que envolve as cidades da região.
No primeiro momento, em agosto, quando Adamantina foi anunciada sede, não existiam outras cidades interessadas em sediar a competição. Apenas Osvaldo Cruz se manifestou, fora do prazo aberto pela SELJ, e colocou se interesse.
Depois do anúncio, Adamantina recebeu visita de inspetores da SELJ, para verificação in loco das praças esportivas. Foram feitas as recomendações, todas possíveis de serem executadas. Porém, ao que tudo indica, houve pouca movimentação e mínimos avanços para a execução dessas melhorias, e isso pode ter pesado na decisão que excluiu Adamantina como sede.
Houve divergências sobre atribuições quanto aos investimentos nas praças esportivas, sobretudo as quadras e piscinas do ginásio de esportes e campus 3 da UniFAI. Nisso, a Prefeitura e a Autarquia se divergiram, avançando depois para uma parceria, que se concretizou tardiamente.
Por fim, reside o peso político. Marília é reduto do ex-deputado, ex-prefeito e hoje secretário adjunto Vinícius Camarinha, do PSB, mesmo partido do vice-governador Márcio França, que pode assumir o Governo de São Paulo em meados do primeiro semestre do ano que vem, com a possível saída de Alckmim para uma eventual disputa nacional. Assim, Márcio França assume como governador e também poderá entrar em campanha, em busca de sua reeleição. Nesse cenário, Marília se configura como uma cidade estratégica, sobretudo pela presença dos Camarinha.