Adamantina terá aterro sanitário privado com capacidade para 1.000 toneladas/dia
Investimento previsto é de R$ 35 milhões e 1ª fase tem vida útil de 60 anos.

Adamantina passará a contar com um aterro sanitário privado, regional, com capacidade para receber até 1.000 toneladas dias de resíduos sólidos, como lixos doméstico, industrial, hospitalar e de construção civil, com previsão de recepção de resíduos de localidades num raio de até 150 km.
O investimento total previsto no empreendimento é de R$ 35 milhões, dos quais R$ 14 milhões estão previstos para a implantação da primeira fase. O empreendimento é realizado por uma empresa de São José do Rio Preto, atualmente no ramo da construção civil, que ingressa agora na área de gestão de resíduos sólidos. Já o projeto técnico está sendo desenvolvido por empresa de renome nacional no segmento.
A previsão é de que o empreendimento gere de 75 a 100 empregos, além de promover a geração de impostos a Adamantina.
A área que vai receber o empreendimento está localizada no bairro rural Aidelândia, distante cerca de 1,2 km da rodovia Plácido Rocha (Vicinal Lagoa Seca). Tem a dimensão de 53 alqueires, dos quais 30 alqueires receberam o plantio de 10 mil pés de eucalipto, há dois anos, e o restante vai receber a estrutura da primeira fase do empreendimento.
Nessa primeira fase, considerando a capacidade de recepção de 1.000 toneladas dias, a vida útil projetada é de 60 anos. Já os 30 alqueires com eucalipto permitirão ampliar a estrutura, a longo prazo, em pelo menos duas vezes a que será inicialmente implantada.
Cada tipo de resíduo sólido terá a destinação específica. Resíduos domésticos serão aterrados dentro dos padrões fixados pela legislação ambiental. Resíduos industriais e hospitalares também receberão o manuseio adequado. Os resíduos de construção civil, por sua vez, serão processados e reciclados para aproveitamento.
A previsão é de que as primeiras licenças devam ser obtidas ainda este ano, e em posse das mesmas, iniciar efetivamente a implantação a partir de 2016. Já o funcionamento do aterro só ocorrerá quando todas as licenças e certificações forem obtidas, dentro da ampla legislação ambiental brasileira.
Monitoramento ambiental
Desde que a área no bairro Aidelândia foi adquirida pelo investidor de São José do Rio Preto, estão sendo desenvolvidos estudos técnicos rigorosos, dentro do que determina a legislação brasileira. Em especial, o EIA-RIMA (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental).
Toda a área de 53 alqueires foi objeto de sondagens, para análise de água e solo, bem como foi objeto de filmagem 24h por dia, durante determinado período, para identificar as espécies da fauna presentes na mesma. Todos esses elementos são parte dos estudos, o que, em sua integralidade, é bastante complexo.
Tendência por aterros de grande porte
Em nível Brasil, existe a lei nacional dos resíduos sólidos, que obriga os municípios brasileiros a promoverem a gestão integral dos resíduos produzidos em sua localidade, com a responsabilização direta e objetiva dos gestores públicos e até mesmo a retenção de repasses para a área ambiental, de cidades que não cumpram integralmente essas novas determinações.
Assim, considerando por exemplo as 645 cidades do Estado de São Paulo, cada uma delas deveria implantar estruturas que respondam a esse desafio, ou seja, aterros licenciados e dentro das normas ambientais, que são bastante rígidas, e cuja implantação exige grandes investimentos. Nesse ponto, considerando a limitação da capacidade financeira das prefeituras, o que se observa é pouca iniciativa nesse sentido.
Um dos caminhos, em várias regiões, é a adoção de aterros de grande porte, sobretudo pela iniciativa privada, para a recepção de resíduos sólidos de municípios de uma determinada região. É esse modelo que será implantado em Adamantina, com a iniciativa privada respondendo por toda a operação do aterro, e os municípios contando com um espaço licenciado para o envio desse lixo.
Outro aspecto destacado pelo especialista é a rigorosa fiscalização que esses aterros de grande porte recebem por parte dos órgãos ambientais, em especial a CETESB, recaindo toda a responsabilidade pela gestão dos resíduos às empresas. Os órgãos fiscalizadores têm uma apreciação positiva a estruturas de grande porte, em razão do amplo rigor a que estão submetidas e evitar assim a multiplicação de pequenos aterros nas diversas cidades, mantidos precariamente pelas prefeituras.
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