FATEC Adamantina: 10 tópicos sobre um cenário de agonia, vitória e possibilidades
A cronologia de um sonho, transformado em pesado, e os desfechos que confirmaram a FATE para Adamantina.
1 – A FATEC Adamantina foi anunciada no final de 2011, pelo Governador Alckmin, e se consolida com sete anos de atraso, somente agora em 2018. Pelo menos uma turma, ou até duas turmas, já estariam formadas, se não fosse o jogo político e de interesses obscuros vividos no período de 2013 a 2016.
2 – O prefeito em 2011 era Kiko Micheloni, quando Alckmin anunciou a FATEC. As tratativas de doação do terrenos para a CONSTRUÇÃO do prédio para a FATEC, ao lado do Terminal Rodoviário (Jardim Brasil), não andaram a tempo no final de 2011. Já 2012 era ano político, a doação do terreno não poderia ser feita. Em 2013, quando Ivo Santos assumiu o mandato, se negou a dar andamento ao projeto inicial, da área próxima ao Jardim Brasil, ocupada por parques e circos ambulantes.
3 – Assim, a partir de 2013, vivemos um tempo de tensão em torno da FATEC, e riscos de perde-la. A área inicial foi rejeitada pelo prefeito Ivo Santos. Disse que faria um bosque no local. Depois, disse quer faria um postão de saúde no espaço. Os locais para a FATEC, então, seriam em um trecho de uma propriedade rural às margens da SP-294, sem qualquer infraestrutura, que exigiria investimentos que a Prefeitura não tinha, para obras de rede de esgoto, energia elétrica, asfalto, guias, sarjetas, galerias pluviais, entre outros investimentos. Depois, a negociação com o proprietário rural doador desandou, e o novo endereço para a FATEC passou a ser no prolongamento da Avenida Rio Branco, após o Jardim Adamantina. E com isso um novo pacote de confusão: a permuta de uma área nessa região com a área do matadouro. E travou tudo de novo. Foram anunciados também diversos endereços para a FATEC: foi dito que funcionaria nas dependências do Colégio Madre Clélia, e também no espaço da antiga escola Alto Padrão.
4 - Com isso tudo, o recurso reservado para a construção do prédio próprio da FATEC, no terreno ao lado do Terminal Rodoviário, se foi. Em meio à crise financeira vivida no Brasil, nos últimos anos, o cofre secou. O dinheiro público estadual foi empregado em outras finalidades, e não poderia dar ao luxo de aguardar as decisões desencontradas de Adamantina.
5 – Com todas as confusões vividas pelo prefeito Ivo Santos, que teve seu mandato cassado pela Câmara Municipal, o vice-prefeito que assumiu o cargo, Dr. Pacheco, permitiu iniciar uma nova relação junto ao Governo de SP e Centro Paula Souza. Sem Ivo Santos na cadeira, houve uma percepção racional, e urgente, sobre o tema, iniciando-se assim um esforço suprapartidário, de diálogo, e participativo, para tentar garantir a FATEC a Adamantina.
6 – Com a vitória de Márcio Cardim nas eleições de 2016, chamou para si as tratativas, usando-se também do espaço privilegiado como Conselheiro Estadual de Educação, onde ocupa assento ao lado da Superintendente do Centro Paula Souza, Laura Laganá. Com essa possiblidade de diálogo e um cenário de futuro totalmente diferente daqueles anos sob os direcionamentos desencontrados do ex-prefeito cassado, as possibilidades, positivas, começaram a surgir.
7 – Sem dinheiro para a construção de um prédio próprio para a FATEC, o caminho foi encontrar alguma solução caseira, dentro do cenário de possibilidades. A alternativa mais prática e rápida se deu em torno do prédio do antigo CEFAM, no Jardim Brasil, onde funciona um espaço de capacitação de professores, via Rede do Saber, da Diretoria Regional de Ensino de Adamantina. O local foi vistoriado por técnicos do Centro Paula Souza, que disseram sim. A partir daí, começou uma ampla negociação junto à Secretaria Estadual da Educação, para abrigar a Rede do Saber em um novo espaço, e que o CEFAM pudesse abrigar, assim, a FATEC.
8 – Todas as tratativas e esforços se deram com esse foco, a partir de então, com a liderança do prefeito Márcio Cardim e do coordenador político Mauro Bragato, com apoio da Câmara Municipal de Adamantina. Reuniões, encontros, deslocamentos, uma série de documentos, pareceres, manifestação da Procuradoria Geral do Estado, enfim, tudo isso se deu em meio a um calendário em contagem regressiva, face aos prazos limitados, para que o próprio governador Geraldo Alckmin, que anunciou a FATEC em 2011, pudesse garanti-la, de fato e de direito, antes que deixasse o governo paulista. E deu certo!
9 – Todo o esforço vivido mostra o quanto a união de forças permite alcançar os objetivos e vencer todas as barreiras que são construídas. E pior que as barreiras naturais, o caminho político e burocrático na construção de uma conquista dessa natureza, são as barreiras criadas por aqueles que, na função pública, lançam em primeiro plano os seus próprios interesses e de aliados. O que se viveu com a FATEC foi um drama agonizante, que nos pôs em risco de perdê-la.
10 – A FATEC Adamantina chega com atraso, mas precisa ser comemorada, porque todos os entraves foram vencidos. O desastroso desarranjo vivido em anos de escuridão, por aqui, foi superado pelo esforço de muita gente, que permitiu resgatar um anúncio de 2011, tratado depois como moeda de barganhas, caprichos e vaidades, que quase nos fez perde-la. O resgate desse atraso protela para alguns anos um futuro sonhado, que já poderia ser vivido hoje, quando já poderíamos ter uma ou duas turmas formadas. Agora, o desejo é que Adamantina perceba a importância dessa conquista e reconheça a contribuição de cada um – positiva e negativa – para esse projeto, e saiba dar os créditos equivalentes a cada um dos atores e seus papeis na construção dessa realidade, tão esperada por nós adamantinenses e por toda a Nova Alta Paulista. A FATEC se instala com o primeiro curso e outros dois virão na sequência, com oferta gratuita de ensino de graduação, e cria-se um novo polo que poderá dialogar com as outras duas instituições públicas na cidade, a UNIFAI e a UNIVESP, consolidando Adamantina como polo regional de ensino, ampliando sua responsabilidade, sobretudo no contexto da Nova Alta Paulista, para que se torne um centro difusor de conhecimento, tecnologia e inovação.