Com mais de 1 milhão de seguidores, “Vamos falar de história?” compara Cid Gomes e Cabo Marcílio
Cabo Marcílio, que viveu em Adamantina, tem qualidades destacadas na comparação.

Cabo Marcílio, um herói de Guerra que integrou a Força Expedicionária Brasileira (FEB) na segunda guerra mundial na década de 40 e que morou em Adamantina, onde constituiu família, vindo a falecer em 1996, teve suas qualidades destacadas neste mês de março pela fanpage “Vamos falar de história?”, uma página de entretenimento educacional com quase 1,1 milhão de seguidores.
Na postagem, o “Vamos falar de história” publicou uma fotomontagem onde aparecem o senador da República pelo Ceará em posse de um trator, quando no mês passado enfrentou um motim de policiais em greve, sendo alvejado por tiros, e o ex-combatente Marcílio Luis Pinto, o Cabo Marcílio.
Na legenda da postagem o “Vamos falar de história” escreve: “Quando você achar que o senador da República, Cid Gomes, foi corajoso ao tentar invadir a base da polícia usando um trator, lembre-se do soldado brasileiro Marcílio Pinto, que enfrentou sozinho quase 200 soldados alemães durante a segunda guerra sendo condecorado com a Estrela de Prata (Silver Star) pelo próprio general americano Mark Clark.
Já em se canal no Youtube, o “Vamos falar de história” publicou um vídeo onde narra a biografia e a atuação do Cabo Marcílio, "O soldado brasileiro calou a boca dos americanos". O vídeo tem mais de 148 mil visualizações. Assista:
História e família em Adamantina
O ex-combatente Marcílio Luis Pinto, o Cabo Marcílio, foi um dos 25 mil militares brasileiros – os pracinhas – que integrou a FEB na segunda guerra mundial década de 40.
Ele nasceu em Caconde (SP), região de Mococa (próximo à divisa com Minas Gerais), em 1917. Em 1933 foi como imigrante para a região de Garça. Trabalhou na prefeitura da cidade, depois morou em Duartina e Marília, quando, em 1942, foi convocado pelas forças armadas para se apresentar no Quartel do 3° e 4° Regimento de Infantaria, em São Paulo. Ficou dois meses no Quartel e de lá foi enviado ao 6° Regimento de Infantaria, sediado em Caçapava.
Cabo Marcílio, em Florença, na Itália, durante a 2ª Guerra Mundial (Foto: Acervo Pessoal).
Nesse período o Brasil já tinha declarado guerra aos países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão), e neste regimento Marcílio recebeu os treinamentos intensivos. Em 1944 De Caçapava, o Regimento vai para o Rio de Janeiro, onde teve os treinamentos e usos de armas pesadas. Logo após em, em julho de 1944, chega a ordem de embarque no navio-transporte “General Meigue”, que atracou no Porto de Nápoles, na Itália. Seu batismo de fogo foi na localidade de São Martinho, em Toscana, e ao longo da Campanha na Itália.
Foi casado com Rosa Scarasati Pinto, teve os filhos: Liliana Aparecida, Marlene Aparecida, Maria Adelaide, Maria Angélica e Marcio Vicente. Ele faleceu em 31 de julho de 1993, em Adamantina.
Filhos do Cabo Marcílio, presentes à solenidade realizada pelo Tiro de Guerra de Adamantina em 2016 (Foto: Cedida).
Em agosto de 2016 Cabo Marcílio foi homenageado pelo Tiro de Guerra de Adamantina, em uma solenidade com seus familiares e autoridades civis e militares (reveja), onde foram expostos o fardamento completo do ex-combatente e honrarias recebidas pela atuação militar, além da explanação sobre sua vida com o professor e historiador Tiago Rafael, hoje colunista do Siga Mais. (Continua após a publicidade...)
Participação brasileira na 2ª Guerra Mundial
Desde 1939, início do conflito, o Brasil assumiu uma posição neutra na Segunda Guerra Mundial, mas a neutralidade acabou em 1942 quando algumas embarcações brasileiras foram atingidas e afundadas por submarinos alemães no Oceano Atlântico. A partir deste momento, Getúlio Vargas (presidente do Brasil) fez um acordo com Roosevelt (presidente dos EUA) e o Brasil entrou na guerra ao lado dos Aliados (Estados Unidos, Inglaterra, França, União Soviética, entre outros).
Participação A participação militar brasileira foi importante na 2ª Guerra Mundial, pois somou forças na luta contra os países do Eixo. O Brasil enviou para a Itália 25 mil militares da FEB (Força Expedicionária Brasileira), 42 pilotos e 400 homens de apoio da FAB (Força Aérea Brasileira). Os militares brasileiros da FEB conseguiram, ao lado de soldados aliados, importantes vitórias. Após duras batalhas, os militares brasileiros ajudaram na tomada de Monte Castelo, Turim, Montese e outras cidades.
Solenidade em que o Cabo Marcílio recebeu a medalha "Silver Star", a mais alta condecoração americana a um soldado estrangeiro (Foto: Acervo Pessoal).
Apesar das vitórias, centenas de soldados brasileiros morreram em combate. Na Batalha de Monte Castelo (a mais difícil), cerca de 400 militares brasileiros foram mortos. Durante as batalhas, que os militares brasileiros participaram na 2ª Guerra Mundial, cerca de 14 mil soldados alemães se renderam aos brasileiros.
Reconhecimento e honrarias
Durante a guerra, Cabo Marcílio recebeu medalhas, uma delas foi para todos os brasileiros que participaram da Guerra, independente de graduação, duas foram a “Cruz de Combate”, 1ª categoria e 2ª categoria por ter se destacado em combate, outra foi concedida a todos que se feriram, e a última medalha é a “Silver Star”, mais alta condecoração americana a um soldado estrangeiro.
Medalhas recebidas pelo ex-combatente Cabo Marcílio, conferidas pelo Brasil e Estados Unidos (Foto: Acervo Pessoal).
Além dessas, recebeu medalhas da FEB, mérito cívico pela Câmara Municipal de Marília, e a medalha Marechal Rondon também em Marília. Em Adamantina sempre esteve ao lado de várias causas sociais, com engajamento e espírito aberto.