Saúde

Paciente oncológico relata desgaste em retorno de Barretos após atraso no transporte de saúde

Família aponta espera prolongada e condições da ambulância. Prefeitura pede desculpas.

Por: Da Redação atualizado: 20 de dezembro de 2025 | 18h58
Ambulancia da frota municipal (Imagem ilustrativa/Arquivo: Siga Mais). Ambulancia da frota municipal (Imagem ilustrativa/Arquivo: Siga Mais).

Um paciente oncológico de Adamantina relatou desgaste físico e emocional durante o retorno do Hospital de Amor, em Barretos, após receber alta médica na última terça-feira (17). A situação ganhou repercussão após a esposa do paciente, Flávia Borges, publicar nas redes sociais um desabafo sobre a demora do transporte de saúde disponibilizado pelo município.

Segundo o relato, o paciente recebeu alta por volta das 17h30 na terça-feira e dependia de ambulância para retornar a Adamantina, por estar debilitado e necessitar de transporte em maca. Conforme a publicação, após solicitar o serviço no setor responsável da Secretaria Municipal de Saúde, Flávia disse ter sido informada que a ambulância estaria em Barretos na manhã do dia seguinte.

Já na quarta-feira (18), conforme a moradora, a ambulância não havia chegado no horário informado. Disse ainda que depois foram repassados diversos horários estimados para a chegada da ambulância, que não se confirmaram, prolongando a espera e gerando frustração à família.

Na postagem, Flávia destacou o cansaço físico e emocional acumulado após dias de internação e afirmou não buscar privilégios, mas respeito e humanidade no atendimento a pacientes que dependem do transporte público de saúde. “Quem está do lado de fora talvez não entenda, mas quem vive o hospital sabe o quanto o corpo e o emocional ficam esgotados. Não é apenas uma espera — é cansaço, fragilidade e falta de respeito com quem já sofreu demais”, escreveu. “Não estou pedindo privilégio, apenas humanidade, compromisso e respeito com quem depende desse serviço”, completou. 

O que diz a Prefeitura de Adamantina

Diante da repercussão, a reportagem do SIGA MAIS procurou a Prefeitura de Adamantina, que se manifestou oficialmente nesta sexta-feira (19). Em nota (íntegra abaixo), a administração municipal confirmou que houve atraso no horário inicialmente previsto para o deslocamento do paciente. Segundo a Secretaria de Saúde, a situação ocorreu devido a um ajuste operacional na rota da ambulância, que precisou atender outro paciente em Ribeirão Preto antes de seguir para Barretos. O atraso nesse atendimento acabou impactando, de forma involuntária, as demais viagens programadas para o dia.

Ainda de acordo com a nota, o transporte de pacientes fora do domicílio é organizado para atender múltiplas demandas, priorizando critérios clínicos, segurança e disponibilidade da frota, podendo ocorrer alterações excepcionais nos horários informados. A Secretaria de Saúde lamentou o transtorno e afirmou trabalhar continuamente para melhorar a logística do serviço e evitar que situações semelhantes se repitam.

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Campanha ajudou paciente a acessar medicamento inovador

O paciente, Alexandre Borsuk, é conhecido na cidade por enfrentar um tratamento oncológico complexo, que incluiu o uso de medicação inovadora de alto custo, viabilizada por meio de campanha solidária lançada em julho deste ano. Conforme relatado pela esposa ao SIGA MAIS, o tratamento com terapia-alvo trouxe melhora significativa na qualidade de vida – o que também foi mostrado pelo Portal no final de agosto –, embora o quadro clínico tenha apresentado novas complicações ao longo do tempo, exigindo novas internações e tratamentos, incluindo imunoterapia, que não teve resposta positiva.

Na reinternação mais recente em Barretos, Alexandre recebeu nova dose da medicação, adquirida pela família por meio de empréstimo financeiro. A doença, segundo a família, não regrediu, mas apresentou estabilização, embora tenham surgido complicações hepáticas.

Após a alta na terça-feira, o retorno a Adamantina ocorreu somente na tarde do dia seguinte, em condições que, segundo o relato, geraram desconforto, ansiedade e crise emocional no paciente, que já se encontrava fragilizado.

Além das sucessivas mudanças na programação e horários, a mulher também relatou ao SIGA MAIS as condições do veículo de saúde designado para o deslocamento.

Frota e complexidade operacional

O caso reacende o debate sobre a logística do transporte de pacientes em tratamento fora do domicílio e a necessidade de garantir previsibilidade, conforto e humanização, especialmente em situações de alta hospitalar envolvendo pacientes em estado delicado. Em novembro o SIGA MAIS publicou sobre o tema, ao abordar um cenário crônico envolvendo veículos do transporte de pacientes em manutenção, e o impacto aos serviços, com veículos fora de operação.

Na ocasião uma fonte ouvida ouvida pelo Portal narrou que uma ambulância tipo van, com duas macas para transporte de pacientes, estaria há mais de seis meses estacionada em frente a uma oficina, no centro da cidade. Nesta sexta-feira, em nova verificação, o veículo permanece no mesmo local.

Ambulância de duas macas em oficina no centro da cidade (Siga Mais).

Já mais recentemente, um ambulanceiro concursado da Secretaria Municipal de Saúde conquistou R$ 400 mil via emenda parlamentar do deputado estadual Donato (PT), para compra de ambulância. O órgão gestor municipal já deu início aos trâmites para a utilização do recurso e aquisição do veículo para a frota.

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Veja na íntegra a nota da Prefeitura de Adamantina:

“A Prefeitura de Adamantina, por meio da Secretaria de Saúde, informa que houve, de fato, um atraso no horário inicialmente previsto para o deslocamento do paciente. Tal ocorrência se deu em razão de ajuste operacional na rota da ambulância, que, antes de seguir para Barretos, precisou realizar o atendimento de outro paciente na cidade de Ribeirão Preto. Nesse deslocamento anterior, houve atraso no atendimento, o que impactou, de forma involuntária, as demais viagens programadas para o mesmo dia.

A pasta esclarece que o transporte de pacientes fora do domicílio é organizado de forma a atender múltiplas demandas assistenciais, sempre priorizando critérios clínicos, a segurança dos pacientes e a disponibilidade da frota, podendo ocorrer, excepcionalmente, alterações nos horários previamente informados.

A Secretaria Municipal de Saúde lamenta o transtorno causado e assegura que todo atendimento é pautado na humanização e que trabalha de forma contínua para que o serviço tenha a logística melhorada bem como para evitar que situações como a enfrentada aconteçam com os pacientes atendidos”.

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