Saúde

Combate à dengue: Prudente libera mais de 1 milhão de mosquitos modificados infectados com bactéria

Microorganismo introduzido no Aedes aegypti os impede de transmitir dengue, Zika e chikungunya.

Por: Da Redação | Com informações da Ass. Comunicação da Pref. de Presidente Prudente atualizado: 26 de julho de 2025 | 09h30
Soltura dos mosquitos modificados (Secom/PP). Soltura dos mosquitos modificados (Secom/PP).

O World Mosquito Program (WMP), a Prefeitura de Presidente Prudente e o Governo do Estado de São Paulo inauguram na manhã desta sexta-feira (25) Biofábrica do Método Wolbachia no município. A iniciativa, conduzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), tem financiamento do Ministério da Saúde. Conforme a imprensa de Presidente Prudente, data marca também o início das liberações de cerca de 1 milhão de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia.

Segundo divulgou a Prefeitura de Prudente, a  tecnologia consiste na introdução de um microorganismo - chamado Wolbachia - nos mosquitos Aedes aegypti, que os impede de transmitir dengue, Zika, chikungunya e outras arboviroses. A Wolbachia está naturalmente presente em cerca de 60% das espécies de insetos, como borboletas, libélulas e moscas, e não causa danos à saúde humana ou ao meio ambiente.

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Quando os mosquitos com Wolbachia são liberados na natureza, eles se reproduzem com os mosquitos locais e, ao longo de semanas, a maioria da população passa a ter essa bactéria. Assim, a Wolbachia se mantém nas novas gerações de mosquitos, reduzindo a transmissão das arboviroses.

Soltura dos mosquitos modificados (Secom/PP).

Com aproximadamente 400 m², a biofábrica está localizada no bairro Jardim Everest e conta com estrutura equipada com salas de triagem, larvas, tubos, lavagem, estoque e refeitório. É nesse espaço que profissionais capacitados realizarão as etapas finais do método, incluindo a eclosão dos ovos dos mosquitos com Wolbachia e a montagem dos tubos para liberação em campo.

De acordo com a gestora de projetos do Método Wolbachia, Ana Carolina Rabelo, as liberações serão feitas em parceria com estado e município e os resultados da implementação do método podem ser observados de 1 a 2 anos após o encerramento das solturas dos Wolbitos. “As liberações dos Wolbitos em Presidente Prudente devem durar aproximadamente 28 semanas. É fundamental que todos conheçam e compreendam essa tecnologia que atua no combate às arboviroses. A gente ressalta que a população precisa seguir tomando todos os cuidados. O Método Wolbachia é uma estratégia complementar. Tanto a população quanto os governos locais devem seguir mantendo as ações contra a dengue, Zika e chikungunya”, reforça.  

A implementação da tecnologia em Presidente Prudente está entre as seis novas frentes do WMP no Brasil em 2024, ao lado de Uberlândia (MG), Natal (RN), Foz do Iguaçu (PR), Londrina (PR) e Joinville (SC). As liberações em Presidente Prudente vão contemplar 83 bairros da cidade, entre eles Ana Jacinta, Cecap, Jardim Bela Dária, Parque Furquim, Vila Maristela e Jardim Itatiaia. "A implantação da biofábrica em Prudente representa um importante avanço no combate à dengue, Zika e chikungunya. A tecnologia reduz significativamente a capacidade de transmissão dos vírus, contribuindo para aliviar a pressão sobre o sistema de saúde e para a melhoria da qualidade de vida da população. Mesmo com esse método, o município seguirá com visitas porta a porta, bloqueios de criadouros, mobilizações sociais e outros”, acrescentou a Secretária Municipal de Saúde, Adriana Vitório. 

Soltura dos mosquitos modificados (Secom/PP).

"Como parte do compromisso do Estado de São Paulo com a saúde pública, o GVE Presidente Prudente apoia a implantação da Wolbachia em nossa região, fortalecendo a parceria entre Estado e municípios no enfrentamento das arboviroses" Ana Paula Lagisck, Diretora do Grupo de vigilância Epidemiológica, regional do Governo de São Paulo”.

A seleção do município foi realizada pelo Ministério da Saúde, que considerou critérios técnicos como população acima de 100 mil habitantes, alta incidência de arboviroses, histórico de casos nos últimos dez anos, clima e presença de aeroporto. 

O Método Wolbachia 

Descoberta por cientistas da Monash University em Melbourne, na Austrália, e pelo coordenador do Programa no Brasil, Luciano Moreira, pesquisador da Fiocruz, a tecnologia Wolbachia já foi introduzida em 14 países. 

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As primeiras liberações de mosquitos com Wolbachia no Brasil começaram em setembro de 2014, no Rio de Janeiro, após a aprovação do governo e o apoio da comunidade local. Antes da primeira liberação, nossa equipe no Brasil passou mais de dois anos monitorando os mosquitos e trabalhando com as comunidades em nossos locais de teste de campo. Em 2017, após testes animadores em pequena escala, o World Mosquito Program iniciou implantações em larga escala no Brasil, sendo atingidas mais de 3,2 milhões de pessoas nos municípios do Rio de Janeiro, Niterói, Belo Horizonte, Campo Grande e Petrolina. Em 2024 a ação começou a ser desenvolvida em Presidente Prudente, Foz do Iguaçu, Londrina,  Joinville, Uberlândia e Natal.

Eficácia 

O Método Wolbachia tem eficácia comprovada. Um Estudo Clínico Controlado Randomizado (RCT, sigla em inglês), realizado em Yogyakarta, Indonésia, aponta uma redução de 77% na incidência de dengue em áreas tratadas com Wolbachia, em comparação com áreas não tratadas. O impacto positivo da Wolbachia na redução das taxas de transmissão de arbovírus tem sido observado em várias cidades, inclusive em Niterói, onde o número de casos de dengue foi reduzido em 70%, chikungunya em 56% e Zika em 37%. Em cenários mais complexos, como o Rio de Janeiro, a redução da transmissão da dengue variou de 10% a 76%, dependendo do estabelecimento da Wolbachia. 

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