FamÃlia denuncia sequência de furtos no mesmo túmulo, no cemitério de Adamantina
Mesmo túmulo tem peças de bronze furtadas: ano passado e na semana passada.

Um mesmo túmulo no Cemitério da Saudade, em Adamantina, voltou a ser alvo de furto. O caso, descoberto por familiares nesta sexta-feira (3) — a um mês do Dia de Finados —, gerou indignação, revolta e sensação de impotência. Segundo relatos, o local já havia sido alvo de furtos semelhantes no ano passado, evidenciando a recorrência desse tipo de crime no cemitério.
De acordo com a moradora, no ano passado foram levadas imagens religiosas e peças de bronze que ornamentavam o túmulo onde estão sepultados seus pais. Na ocasião, a imagem de Virgem Maria permaneceu intacta. Contudo, desta vez, a peça também foi furtada. “Para a surpresa da família, nesta madrugada levaram a imagem”, desabafou a moradora, demonstrando indignação com a repetição dos furtos. A denúncia foi encaminhada ao Siga Mais na tarde de sexta-feira.
A família enviou três fotos que ilustram a sequência de ocorrências: a primeira mostra o túmulo com as imagens e adornos originais; a segunda, após o primeiro furto, já sem uma das peças; e a terceira, registrada nesta semana, revela o espaço vazio deixado pela retirada da imagem da Virgem Maria.
Túmulo com imagens e adornos originais (Cedida).
Peças foram levadas ano passado, e imagem da Virgem Maria permaneceu (Cedida).
Em novo furto, semana passada, imagem de Virgem Maria foi levada (Cedida).
Além do prejuízo material, a conduta criminosa causa profundo impacto emocional aos familiares. A moradora informou ter registrado boletim de ocorrência após o segundo furto e cobrou providências das autoridades. “Aonde estão instaladas as câmeras? Os portões estão trancados? Onde está a falha? A quem recorrer?”, questionou.
O problema não é novo. Em fevereiro do ano passado, o Siga Mais já havia publicado reportagem denunciando furtos de objetos de metal — como argolas, crucifixos, imagens religiosas, vasos, molduras de fotografias e nomes em bronze —, além de atos de vandalismo e danos estruturais em capelas e túmulos do Cemitério da Saudade.
Os casos reiterados reforçam a necessidade de maior vigilância e fiscalização no local, bem como de investigação para identificar autores e possíveis receptadores das peças furtadas.
Furto e receptação
Os furtos de peças de bronze no Cemitério da Saudade em Adamantina têm se tornado recorrentes, gerando indignação entre familiares de sepultados e preocupação nas autoridades locais. Entre os itens mais visados estão placas de identificação, crucifixos, alças e ornamentos de túmulos e jazigos, alvos de criminosos que agem geralmente durante a madrugada. Situações semelhantes também vêm sendo registradas em outros municípios da região.
Cemitério da Saudade em Adamantina (Fabio Chaves | @adtdrone).
Além do dano emocional às famílias e do prejuízo material, esses crimes trazem implicações graves no âmbito da legislação penal brasileira. O furto está tipificado no artigo 155 do Código Penal, com pena prevista de 1 a 4 anos de reclusão e multa. Quando praticado com rompimento de obstáculo, durante o repouso noturno ou em locais públicos, a pena pode ser aumentada.
Contudo, não apenas quem furta, mas também quem compra, recebe ou comercializa essas peças de origem ilícita pode responder criminalmente. O ato de adquirir produtos furtados caracteriza o crime de receptação, previsto no artigo 180 do Código Penal, com pena que varia de 1 a 4 anos de reclusão e multa, podendo chegar a 8 anos, caso o envolvimento seja comprovadamente com finalidade comercial.
Denúncias
As autoridades reforçam que a colaboração da população é essencial para coibir o crime. Denúncias anônimas podem ser feitas pelos canais da Polícia Militar (190) e da Polícia Civil (197).