Ensino

Transporte coletivo: empresário reconhece lotação e diz que se for requisitado, pode ampliar a frota

Reclamações sobre lotação nos ônibus do transporte coletivo ocorreram durante toda a semana.

Por: Da Redação atualizado: 14 de fevereiro de 2022 | 09h08
Um dos ônibus do transporte coletivo de Adamantina (Foto: Siga Mais). Um dos ônibus do transporte coletivo de Adamantina (Foto: Siga Mais).

O empresário Benedito Massei, representante da Transmassei Transporte & Logística Ltda, razão social do “Grupo Reunidas”- que em novembro de 2020 iniciou a operação do transporte coletivo em Adamantina – disse em uma entrevista à rádio comunitária Life FM, nesta sexta-feira (11), que reconhece as constatações de lotação nos veículos, nesta semana, em razão da retomada das aulas 100% presenciais em todas as escolas da cidade, e que pode ampliar a frota, desde que haja solicitação da Prefeitura de Adamantina.

As reclamações de lotação foram publicadas pelo SIGA MAIS na terça-feira (7). Diante das dúvidas sobre o transporte coletivo urbano de passageiros e o transporte de estudantes, o empresário explicou por telefone, à Life FM, que a empresa não é prestadora de serviço exclusivo de transporte escolar, e atua no serviço do transporte coletivo urbano, para todos os públicos, em conformidade com o edital de licitação e contrato firmado com o município.

Com essa dinâmica de serviço e a estrutura de veículos contratada, conforme edital, atende também à demanda dos estudantes, que recebem passes escolares adquiridos pela administração municipal, por meio da Secretaria Municipal de Educação. “A Prefeitura adquire passes e entrega aos alunos”, diz. Com os passes, os estudantes têm o transporte de ida à escola e retorno para casa, ao final das aulas.

O transporte desses estudantes ocorre nas linhas que fazem parte da licitação. As linhas são  utilizadas pelos diferente públicos. Nos horários de entrada e saída de alunos, porém, há um complemento da frota com veículos adicionais para suportar a demanda pontual.

O empresário  destaca que a participação da empresa, na licitação, seguiu os parâmetros da Lei de Licitações (Lei Nº 8.666/93). Já o transporte escolar, exclusivo, é regido pela Lei nº 10.880, de 9 de junho de 2004. 

O representante da empresa explicou que os ônibus utilizados em Adamantina possuem capacidade de 21 a 44 lugares, com a volta das aulas foram transportados, em média, de 1.200 a 1.500 passageiros/dia, nesta semana. Perguntado sobre as reclamações de lotação, ele reconheceu as queixas. “Sinceramente eu tenho percebido que está muito lotado os ônibus (sic). Agora, para nós colocarmos mais veículos para atender, nós dependemos da Prefeitura nos convidar para isso”, disse na entrevista.

No rádio, Massei foi questionado se a empresa teria mais veículos que pudessem ser alocados no transporte público local. O empresário afirmou que sim. “O quanto necessário, sem dúvida”.

Ele apresentou dois caminhos que possam levar à ampliação da estrutura, na cidade. Um deles, com base na Lei de Licitações, seria aditar o contrato, o que pode ocorrer em até 25% do valor contratado. O outro, é o poder público realizar uma licitação específica para o transporte escolar. “Se for necessário colocar mais um ou dez ônibus para atender, a gente está disponível”, ressaltou.

Encaminhando para o encerramento da entrevista, o empresário disse estar à disposição para esclarecer dúvidas e sanar essa questão do transporte público, que repercutiu nesta semana, em Adamantina. “Muitas vezes os pais pensam que é a empresa que não  quer. Mas por trás da empresa existem normas, que precisam ser seguidas à risca”, explicou. Entre as normas, ele citou a Lei de Licitações e a Lei do Transporte Escolar. “Temos um limite, uma quantidade de veículos contratados para Adamantina. Esses veículos estão em circulação, e havendo a necessidade de mais, dependemos da Prefeitura requisitar”, encerrou. 

Mãe de estudantes participa

No estúdio da Life FM, o tema seguiu depois com a participação de uma mãe de estudantes que utilizam o transporte coletivo, a partir dos passes escolares. Rita de Cássia Simões Rodrigues é moradora do Parque Itaipus e diariamente ela acompanha o embarque e desembarque das filhas, no ponto próximo à sua casa.

Ela reiterou as reclamações sobre lotação no transporte coletivo e a presença de crianças menores junto com crianças maiores, além de constatar estudantes sem o uso de máscaras. A mãe também fez observações quanto à velocidade dos veículos, em circulação. “Considerando uma criança pequena em pé, ao frear ela não consegue se segurar”, explicou.

A preocupação da mãe não é só com os riscos relacionados à Covid-19, mas também quanto à segurança no deslocamento. Ela afirmou na entrevista ter visto álcool gel e informes nos ónibus utilizados pelas filhas, sobre o uso de máscaras.

Rita disse também que essas questões têm sido debatidas entre os pais e pretendem levar às autoridades.

Uso de máscaras: cobrança aos pais

Ao final, especificamente sobre o uso de máscaras, Rita fez uma cobrança aos próprios pais. “Nós, pais, precisamos aconselhar os nossos filhos para o uso da máscara . Estou indo buscar minhas filhas e estou vendo muitos alunos sem a máscara. A gente fala superlotação, covid, só que os próprios alunos não estão fazendo seu papel. Precisamos olhar tudo isso aí, e os pais estarem acompanhando”, encerrou.

Prefeitura pede paciência

Na terça-feira, ao abordar sobre a lotação nos ônibus – no segundo dia da retomada das aulas 100% presenciais em todas as escolas da cidade – o SIGA MAIS buscou a posição da Prefeitura de Adamantina, sobre o tema. A manifestação da administração municipal foi dada em nota. Reveja, na íntegra:

A Prefeitura de Adamantina, por meio da Secretaria de Educação, informa que já entrou em contato com a empresa responsável pelo transporte dos estudantes no município. A mesma se comprometeu a disponibilizar mais de um veículo para fazer o transporte dos estudantes nos bairros em que houve maior lotação. No entanto, pede que os estudantes tenham paciência e aguardem o próximo veículo a fim de evitar aglomeração. A empresa bem como a pasta reforçam que esse período é de adaptação, pois a retomada de 100% da capacidade teve início hoje e todos os esforços estão sendo empregados a fim de oferecer maior segurança para os alunos.

Quanto à frota municipal, a Secretaria de Educação informa que está funcionando normalmente, levando os estudantes a partir de 4 anos e que moram na zona rural para todas as escolas do município (tanto municipais quanto estaduais).Na zona urbana, a frota municipal atende todos os estudantes da pré-escola que têm entre 4 e 5 anos”.

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