Tiveron é premiado como Prefeito Inovador no Fórum de Cidades Digitais e Inteligentes
Destaque de Adamantina foi a implantação do Programa “Prefeitura Sem Papel”.

O prefeito de Adamantina, José Carlos Tiveron (NOVO), foi homenageado nesta quinta-feira (7) em Presidente Prudente com o prêmio "Prefeito Inovador", durante o Fórum de Cidades Digitais e Inteligentes, realizada Fundação Inova, na cidade. Realizada pela Rede Cidade Digital (RCD), a premiação reconhece gestores públicos que lideram iniciativas tecnológicas de modernização administrativa.
O destaque de Adamantina que conferiu o reconhecimento a Tiveron foi a implantação do Programa “Prefeitura Sem Papel”, que eliminou o uso de documentos físicos nos processos internos da Prefeitura, garantindo mais agilidade, economia e transparência à gestão pública.
Em sua fala, o prefeito destacou que após consolidar a decisão por adotar o sistema eletrônico para recepcionar e tramitar documentos municipais, foi preciso sensibilizar a equipe e, sobretudo, os servidores. “Implantar o 'Sem Papel' foi um grande desafio, mas que só se concretizou porque nossa equipe acreditou, se envolveu e fez acontecer. Esse prêmio é de todos os servidores que entenderam a importância de inovar para oferecer um serviço mais eficiente à população”.
Durante o evento, o secretário municipal de desenvolvimento econômico, Carlos Barbosa, ministrou uma palestra destacando a implantação do programa em Adamantina e os avanços já alcançados com a digitalização dos serviços administrativos.
Secretário municipal Carlos Barbosa palestra no evento (Cedida).
Outras iniciativas de municípios da região também foram apresentadas no evento. “O Fórum é uma oportunidade para compartilhar experiências e fomentar políticas públicas mais assertivas a partir do uso estratégico da tecnologia”, destacou o diretor da Rede Cidade Digital (RCD), José Marinho.
Propostas de digitalização ocorrem desde 2019
Desde 2019, pelo menos, havia sido proposta a iniciativa de digitalização do sistema de gestão de documentos da Prefeitura de Adamantina. Dois projetos de lei chegaram a ser propostos na Câmara Municipal, por iniciativas dos vereadores à época, Acácio Rocha e Alcio Ikeda, mas não avançaram. As propostas – Projeto de Lei Nº 058/2019 e Projeto de Lei Nº 001/2000 – receberam o nome de “Papel Digital”.
A iniciativa previa a adoção de sistemas de protocolo eletrônico, apresentava modelos bem sucedidos em cidades e em órgãos estaduais e da União, propôs plano de trabalho para realizar essa transição e ainda sugeriu a adoção do SEI (Sistema Eletrônico de Informação) desenvolvido pela área de tecnologia do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), de uso livre pelos entes.
Ao fundamentar as propostas, na época, os autores levantaram o consumo médio de papel, anual, pelo poder público municipal, e destacaram também benefícios quanto à transparência, agilidade, rastreabilidade e zerar extravios, além de modernizar a gestão pública.
Os impactos da iniciativa mensurados à época vão além da questão ambiental, e promovem economicidade com insumos e manutenção, e até mesmo com deslocamentos e combustíveis para remessas de expedientes por meio físico. Se tivesse havido acolhimento, desde 2019 já poderiam ter sido admitidos processos digitais em substituição aos expedientes em papel.
Nova sugestão formulada por vereadores ao PPA de 2021
Depois, em 2021, uma nova sugestão foi apresentada à época pelos vereadores Alcio Ikeda, Bigode da Capoeira e Rafael Pacheco. Por meio da Indicação Nº 353/2021, em maio de 2021, eles propuseram ao prefeito, junto ao secretário municipal de finanças, que fosse incluída no Projeto de Lei do Plano Plurianual (PPA 2022/2025) previsão de projeto para a digitalização e desburocratização dos serviços públicos municipais.
Na indicação legislativa os vereadores explicaram sobre a sugestão. “Considerando a abertura para propostas para a inclusão de programas ao PPA (22/25), indicamos a previsão de um projeto que visa facilitar a vida do cidadão (como a ampliação do atendimento, solicitações de serviços e pagamentos por meios digitais) e trazer celeridade aos atos da administração municipal através da digitalização dos atos praticados (como ofícios, protocolos, comunicados internos e processo legislativo)”, diz o texto do documento.
Por resistência da administração municipal à sugestão interna, a proposta também não avançou.
Digitalização de documentos moderniza a gestão pública e amplia transparência
A transformação digital vem ganhando espaço nas administrações públicas de todo o país, e a adoção de sistemas digitalizados para tramitação de documentos tem se consolidado como um dos pilares dessa modernização. Prefeituras, câmaras municipais, órgãos estaduais e federais vêm investindo em plataformas que substituem processos em papel por fluxos totalmente eletrônicos, garantindo mais agilidade, segurança e transparência na gestão.
Com a digitalização, a tramitação de documentos — como ofícios, requerimentos, licitações, contratos e processos administrativos — passa a ocorrer em ambiente seguro, com registros automáticos de cada etapa, desde o protocolo até a conclusão. Essa mudança reduz a burocracia, evita extravios e agiliza o acesso às informações, permitindo que servidores, gestores e cidadãos acompanhem o andamento de forma prática e em tempo real.
Prefeitos da região homenageados (Cedida).
Além da eficiência operacional, a economia de recursos é um benefício significativo. A eliminação do uso intensivo de papel, impressão, transporte físico e armazenamento contribui para a redução de custos e para práticas mais sustentáveis, alinhadas às metas ambientais de muitos municípios.
Outro aspecto fundamental é a transparência. Com os sistemas digitalizados, é possível disponibilizar dados e documentos diretamente em portais públicos, fortalecendo o controle social e a fiscalização das ações do poder público. Esse acesso rápido e direto aumenta a confiança da população na gestão e facilita a atuação de órgãos de controle, como tribunais de contas e ministérios públicos.
Especialistas apontam que, além da modernização tecnológica, a digitalização exige investimentos em capacitação de servidores e atualização de normas internas para adequar fluxos de trabalho ao novo formato. Quando bem implementada, a mudança representa um avanço estrutural, que aproxima a administração pública de padrões já consolidados na iniciativa privada e atende às demandas de uma sociedade cada vez mais conectada e exigente.