Cidades

Em Adamantina, encontro promovido pelo Sincomercio amplia informações e orienta sobre a NR-1

Novas exigências tratam dos riscos psicossociais nas diretrizes de saúde e segurança no trabalho.

Por: Da Redação | Acácio Rocha atualizado: 21 de junho de 2025 | 10h07
Eduardo Pastore, Luciana Tino e Sergio Vanderlei no encontro realizado em Adamantina (Imagens: Joao Vinicius Faustino/Da Assessoria). Eduardo Pastore, Luciana Tino e Sergio Vanderlei no encontro realizado em Adamantina (Imagens: Joao Vinicius Faustino/Da Assessoria).

Um encontro promovido pelo Sincomercio Nova Alta Paulista em Adamantina, na terça-feira (17), debateu as novas exigências da Norma Regulamentadora 1 (NR-1), que passa a abranger também os riscos psicossociais nas diretrizes de saúde e segurança no trabalho.

O tema impõe novos desafios às empresas e tem gerado preocupação entre empresários, especialmente quanto à implantação das novas diretrizes. As normas já estão em vigor, em fase de adaptação, e passarão a ser fiscalizadas com possibilidade de sanções a partir de maio de 2026.

(Imagem: João Vinicius Faustino/Da Assessoria).(Imagem: João Vinicius Faustino/Da Assessoria).

Para ampliar as informações ao empresariado local, o Sincomercio Nova Alta Paulista articulou, junto à Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FecomercioSP), a realização do evento, que contou com a presença do advogado trabalhista e assessor da FecomercioSP, Eduardo Pastore, e da neuropsicanalista e treinadora comportamental Luciana Gomes Tino.

Os dois especialistas abordaram tanto os aspectos práticos quanto os caminhos para que as empresas se adequem às exigências, evitando sobrecarga nas rotinas de trabalho. “É um tema que realmente traz preocupação, pois existem muitas dúvidas em relação à NR-1. Por isso, realizamos este evento em parceria com a FecomercioSP, que enviou um especialista justamente para esclarecer essas questões”, explicou Sérgio Vanderlei, presidente do Sincomercio.

(Imagem: João Vinicius Faustino/Da Assessoria).(Imagem: João Vinicius Faustino/Da Assessoria).

Participaram da atividade empresários, advogados, gestores de escritórios de contabilidade, estudantes, trabalhadores e demais interessados no tema (assista conteúdo especial sobre o encontro). A Fatec de Adamantina também esteve presente, como parceira institucional. A unidade oferece o curso superior de gestão comercial, que forma profissionais para atuar no setor.

Saúde do trabalhador e das empresas

De acordo com Eduardo Pastore, os empregadores devem entender que a NR-1 trata não apenas da saúde do trabalhador, mas também da saúde do próprio trabalho. “Quem adoece não é só o trabalhador, é também a organização do trabalho”, afirmou ao portal Siga Mais.

Segundo ele, para garantir segurança jurídica, principalmente a partir do início das fiscalizações punitivas, é essencial que o empregador “tire uma foto” da situação psicossocial tanto dos trabalhadores quanto do ambiente organizacional.

(Imagem: João Vinicius Faustino/Da Assessoria).(Imagem: João Vinicius Faustino/Da Assessoria).

Como medida prática, orientou que os empregadores constituam provas de que o ambiente de trabalho é saudável. A ferramenta mais eficaz para isso, segundo Pastore, é a ergonomia — que busca adaptar as condições laborais às características físicas e mentais dos trabalhadores, promovendo conforto, segurança e eficiência.

“É a ergonomia que permite captar a realidade da saúde e da organização do trabalho. Essa é a principal sugestão que deixo aos empregadores. Até maio de 2026, será necessário apresentar provas de que eventuais problemas de saúde mental não estão ligados ao ambiente de trabalho. Essa comprovação deve começar a ser construída agora”, ressaltou.

Afastamentos por doenças psicossociais crescem no Brasil

Apesar da inquietação gerada pela atualização da NR-1, Pastore destacou que essas obrigações não são propriamente novas, citando a NR-17 como precedente. “A diferença agora é que a NR-1 menciona expressamente a necessidade de o empregador mitigar os riscos psicossociais do trabalho. Isso gerou a preocupação”, explicou.

Ele ressaltou que o Brasil enfrenta um problema crescente nas relações de trabalho: “Atualmente, cerca de 400 mil trabalhadores se afastam, todos os anos, por doenças mentais, segundo a Previdência Social. Isso revela que temos um sério problema relacionado à saúde ocupacional nas empresas”.

(Imagem: João Vinicius Faustino/Da Assessoria).

Somente em 2023, mais de 440 mil trabalhadores foram afastados do trabalho por transtornos como depressão, ansiedade e estresse grave — o maior número já registrado, conforme o Ministério da Previdência Social. Em 2014, esse número era de cerca de 203 mil. Em uma década, os afastamentos mais do que dobraram. Em relação a 2022, o crescimento foi de quase 67%.

Ambiente saudável como estratégia de crescimento

A neuropsicanalista Luciana Gomes Tino trouxe uma perspectiva positiva sobre as novas exigências. “O primeiro passo é abrir a mente e entender que uma empresa só prospera com pessoas saudáveis emocionalmente. Muitos empresários estão assustados, achando que isso trará punições, mas na verdade é uma grande oportunidade para impulsionar a performance do negócio. Quem cuida de gente, prospera”, afirmou.

(Imagem: João Vinicius Faustino/Da Assessoria).

Ela reforçou que implementar ações voltadas à saúde emocional não precisa ser caro nem complicado. “É fazer o básico, com qualidade. Olhar de verdade para a saúde emocional da equipe e agir.”

Para Luciana, empresas que investem nesse cuidado tendem a reduzir custos e aumentar lucros. “Funcionário saudável emocionalmente é mais produtivo. Muitos negócios estão quebrando por não contarem com equipes emocionalmente preparadas. Não é por falta de vontade, é por falta de preparo. Se o empresário enxergar a NR-1 como uma oportunidade, vai colher muitos frutos”, concluiu.

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