PolÃcia Civil desarticula quadrilha especializada em golpes empresariais
Quadrilha tinha atuação na região. Um dos mandados foi cumprido em Flórida Paulista.

A terceira fase da “Operação Offline” da Polícia Civil do Estado de São Paulo, realizada nesta sexta-feira (27) desarticulou associação criminosa responsável por fraude superior a 1 milhão de reis na região de Presidente Prudente e de Araçatuba. Somente em Presidente Venceslau, onde foram iniciadas as investigações, a fraude a empresário local corresponde a R$ 70 mil em produtos agropecuários.
As investigações policiais começaram em novembro de 2017 quando um empresário de Presidente Venceslau noticiou à Polícia Civil prejuízo de R$ 70 mil relacionados à venda produtos agropecuários mediante emissão de boletos bancários.
Após trabalhos desenvolvidos pelos investigadores de polícia da Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Presidente Venceslau foram identificadas dez pessoas que entram em contatos com as vítimas por meio de telefonemas ou mensagens de texto.
De acordo com o relatório final das investigações, constante do Inquérito Policial 194/2017, o grupo criminoso tem como modus operandi a abertura de dezenas de empresas para aquisição de produtos de outros empresários da região, o que representa expressiva atuação da criminalidade com apego econômico, cujos prejuízos atingiram empresários da região, podendo inclusive levar vítimas, muitas vezes, à falência.
Segundo o Inquérito, “os crimes identificados são praticados de forma empresarial, com logística, uso de caminhões, transbordo, rede de distribuição e uma infinidade de outros indiciados que não foram identificados, traduzindo-se em importante fonte de conhecimento acerca da reiteração criminosa”, diz o texto. “O atuar dos indiciados depõe contra a própria economia das pequenas empresas, muitas das quais alcançam a falência após os crimes”, completa o texto.
De acordo com a Polícia Civil, as empresas utilizadas nos golpes são Marfin Agropastoril, Agropecuária Marfin e Agrícola Jandaia, dentre outras.
Fase 1: Dezembro de 2017
A primeira fase da Operação Offline foi no dia 20 de dezembro passado, quando a Polícia Civil de Presidente Venceslau cumpriu buscas nas cidades de Flórida Paulista, Buritama, Brejo Alegre e Birigui, reunindo consistente grupo de provas que ligam sujeitos até então desconhecidos às fraudes, ocorridas em toda a região de Presidente Prudente. Na oportunidade foram apreendidos mercadorias e documentos relacionados aos golpes.
Com os investigados em Birigui foram encontradas notas fiscais da empresa utilizada nos golpes e informações sobre outras possíveis vítimas daquela região, R$ 1.390,00 em dinheiro, 12 pedras douradas (aparentam ouro), 12 celulares, quatro notebooks, três relógios de luxo e uma porção de cocaína. Seis pessoas estavam dentro de uma casa e não souberam explicar quem é o responsável pela locação do imóvel.
Os investigados realizam compras por telefone utilizando o CNPJ dessas empresas e depois desaparecem da cidade levando as mercadorias. O local interditado em Birigui era a nova base do grupo que começaria a aplicar os golpes naquela cidade nos próximos dias. As pessoas envolvidas responderam o início de investigações em liberdade já que os crimes ocorreram há mais de 30 dias.
Na cidade de Brejo Alegre os policiais civis identificaram um homem responsável pelo transporte das mercadorias, e apreenderam com ele 16 sacos de ração em uma propriedade rural. O produto é objeto do golpe praticado em Presidente Venceslau.
Em Florida Paulista os policiais identificaram mercadorias sem notas, apreenderam computadores e celulares.
Fase 2: Fevereiro de 2018
A 2ª fase da Operação Offline ocorreu dia 15 de fevereiro, quando a Polícia Civil deflagrou essa etapa em coordenação pela Delegacia de Polícia de Pirapozinho, com recuperação de mercadorias e prisão em flagrante de um dos líderes da organização.
Fase 2: Abril de 2018
Já 3ª fase da Operação Offline ocorreu nesta sexta-feira, 27 de abril. Após as investigações e trabalho de análise dos materiais apreendidos nas duas fases anteriores, policiais civis de Presidente Venceslau, Prudente e Pirapozinho deflagraram buscas nas cidades de Presidente Prudente, Presidente Venceslau e Flórida Paulista, com cumprimento de mandados de busca e apreensão e prisões preventivas dos líderes do grupo.
A Polícia Civil representou e a Justiça de Presidente Venceslau concedeu as prisões preventivas de dois homens, com idades de 33 e 49 anos, líderes da associação criminosa. As duas prisões foram cumpridas pelos policiais, bem como houve prisão em flagrante delito durante a operação pela equipe de policiais civis de Pirapozinho. Também hoje, dezenas de equipamentos e documentos fiscais relacionados as fraudes e as empresas foram apreendidos. Novas fraudes foram reveladas e as vítimas estão sendo comunicadas pela Polícia Civil.