Mesmo com oscilações, Ãndices criminais na região indicam situação de tranquilidade, afirma delegado
Delegado Seccional de Adamantina fez uma avaliação dos dados consolidados de 2022.

A Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo divulgou no último dia 26 de janeiro o balanço dos índices criminais registrados ao longo de 2022.
O levantamento indica elevação dos crimes de homicídios dolosos, estupros e de furtos em todo o estado. Em contrapartida, houve redução dos latrocínios (roubo seguido de morte) e no número de roubos em geral, em relação ao ano de 2019.
A comparação do balanço de dados consolidados de ocorrências registradas em 2022 com os de 2019 atende orientação da própria secretaria estadual, que recomenda o confronto com os números no ano anterior à pandemia de Covid-19, para maior segurança.
Na região da Delegacia Seccional de Adamantina, que compreende 12 municípios, na comparação com 2019, os números apresentam aumento de homicídios, furtos e roubos, no entanto, apesar das oscilações, o delegado Seccional Carlos Roberto Vasconcelos revelou que os índices criminais apontam para uma situação controlada na região.
Seccional de Adamantina abrange 12 cidades e 18 delegacias (Imagem: Siga Mais).
Responsável por 18 Delegacias de Polícia, a área de abrangência da Seccional, além da cidade sede, também compreende os municípios de Flora Rica, Flórida Paulista, Inúbia Paulista, Irapuru, Lucélia, Marianópolis, Osvaldo Cruz, Pacaembu, Pracinha, Sagres e Salmourão.
Em entrevista ao Jornal Diário do Oeste, o delegado Carlos Roberto Vasconcelos, destacou que a compilação de dados, apresenta variações em vários delitos, alguns com elevação e outros com redução drástica dos números. “Os índices, na nossa região de Adamantina, apresentam variações pontuais, mas nada que fuja a um histórico que nós temos na região. Já há alguns anos temos uma certa variação, mas nada que fuja do controle das autoridades constituídas”, destacou.
Os dados, segundo o delegado Seccional, indicam um contexto de tranquilidade para a população, especialmente em razão da atuação das forças de segurança (Polícia Civil e Polícia Militar). “Nós temos, graças a Deus, uma região relativamente tranquila, onde as forças policiais, tanto a Polícia Civil como a Polícia Militar desempenham um trabalho efetivo nas suas ações”.
Seccional detalha indicadores de segurança pública da região (Imagem: Everton Santos/Diário do Oeste).
Na comparação dos números da Delegacia Seccional de Adamantina com os de outras Seccionais, o delegado assevera que os dados da região estão em patamares considerados aceitáveis pela sociedade. “...tanto que se nós dividirmos os índices criminais por uma taxa de 100 mil habitantes teremos, por exemplo, um índice de homicídio de 2,89 por 100 mil/habitantes, enquanto no Estado, esse índice passa de 6 por 100 mil/hab.”, afirma o delegado, que ainda completa: “essas taxas são números de sociedades de países desenvolvidos, como Finlândia, Japão e tantos outros”.
Vasconcelos destacou ainda o fato de a região possuir uma elevada concentração de unidades prisionais, o que por muitas vezes acaba refletindo em alguns dos registros criminais, além de influenciar bastante no trabalho da Polícia Civil, especialmente no tocante à oitiva de presos. “Mas isso também não é desculpa para que a gente possa entregar para a sociedade um bom trabalho, um trabalho de excelência”, afirmou.
Elevação
No comparativo com os dados de 2019, Vasconcelos destacou o aumento de casos de estupro, que passou de 37 para 43, com variação de 16%; número de furtos de veículos, que passou de 12 para 19 ocorrências (58%); os casos de roubos passaram de 16 para 20 casos, com elevação de 25%; e, os de furto, passaram de 609 para 804 (32%).
“Houve um aumento substancial nos crimes de furto de veículos, estatisticamente falando, mas são números pequenos né se comparados a outras Seccionais ou até mesmo aos números totais do Estado de São Paulo. Saímos de 12 em 2019 e passamos para 19, agora em 2022, mas mais de 80% desses veículos foram recuperados”, destacou o delegado que afirmou ainda que enquanto na região a taxa de furtos é de 14 casos por 100 mil habitantes, no Estado de São Paulo algumas regiões apresentam índices próximos de 500 casos/100 mil/habitantes.
Em relação aos casos de roubo de veículo, o delegado Seccional também destacou que, há elevada variação na comparação dos dados, com aumento de 600%, passando de apenas um caso em 2019 para seis no ano passado, mas os números são inferiores aos registrados em outras regiões.
Redução
Já em relação a outros crimes, como os de homicídio doloso (quando há intenção), houve uma redução de 67% das ocorrências, passando de seis registros em 2019 para quatro no último ano. Os casos de tráfico de entorpecentes também apresentaram uma significativa redução, com queda de 49%, passando de 352 para 174, entretanto, o volume de drogas apreendidas foi muito próximo ao de 2019, segundo revelou o delegado Seccional.
O número de casos de latrocínios (roubo seguido de morte) também apresentou redução, passando de registros para nenhum, na comparação entre 2022 e os dados de 2019.
Crime como homicídio doloso (quando há intenção), registrou queda (Imagem: Everton Santos/Diário do Oeste).
Alguns índices criminais, no entanto, permaneceram sem registros na região da Seccional de Adamantina, entre eles os de homicídio doloso em penitenciárias, homicídio doloso no trânsito, roubo a bancos e roubo de cargas. “Com relação ao crime de homicídios intencionais em penitenciárias não tivemos caso em 2022, diferente do registrado em 2019, quando tivemos três casos”, enalteceu Vasconcelos.
Além da drástica queda de casos de homicídios dolosos em unidades penitenciárias da região, com redução de 300%, Vasconcelos falou sobre os demais crimes que permaneceram zerados. “Não tivemos homicídio doloso no trânsito, roubo de carga, assim como registros de roubo a banco em nossa região. Esses dois casos últimos, também não tivemos registros em 2019”
Trabalho contínuo
Carlos Roberto Vasconcelos destacou ainda a importância do trabalho desenvolvido pela Polícia Civil no enfrentamento dos crimes de violência doméstica e de proteção às vítimas.
“Priorizamos bastante o atendimento desses crimes, solicitando medidas cautelares e protetivas, para que essas mulheres sejam amparadas pela legislação no sentido de que não sofram violência doméstica, de que não sofram agressões e não sejam vítimas de homicídio em suas residências”, asseverou.
Delegado destaca atuação conjunta das forças de segurança pública na região (Imagem: Governo de SP).
O delegado Seccional afirmou ainda que Polícia Civil tem feito tudo ao seu alcance para a proteção dessas mulheres. Neste contexto, salientou a importância das vítimas comunicarem as autoridades policiais, fato essencial para que as autoridades policiais possam atuar, já que esses crimes geralmente ocorrem em ambiente doméstico/particular. “As cifras negras, que são os crimes não registrados, impactam a atuação uma vez que ela a polícia atua e desenvolve seu trabalho aonde a sociedade mais precisa. Então se a vítima não registra os crimes, a Polícia Civil nada pode fazer para ajudá-la”.
A falta de registro atrapalha ainda ações preventivas, segundo o delegado, que lembrou ainda a existência da Delegacia Eletrônica, ferramenta online - delegaciaeletronica.policiacivil.sp.gov.br - pela qual é possível realizar o registro das ocorrências sem a necessidade de se deslocar até uma das delegacias físicas espalhadas pelo Estado de São Paulo. “Então se a pessoa tem vergonha ou receio em comparecer na Delegacia de Polícia, ela pode fazer o registro desses crimes pela internet. Mas caso venha até a Delegacia, vai estar em um ambiente seguro, com toda a proteção e cuidado”.
Além de agilizar o registro de ocorrências e preservar a vítima, o Vasconcelos destaca ainda o fato dos crimes registrados online serem imediatamente remetidos às delegacias, agilizando a solicitação de procedimentos e medidas protetivas ao Poder Judiciário.
Câmeras
Outro ponto destacado por Vasconcelos na entrevista concedida ao Diário do Oeste, é a utilização de câmeras de vigilância em diversos municípios da região. Com o auxílio dos sistemas de videomonitoramento, que auxiliam muito o trabalho das polícias. “Passamos a esclarecer muito mais delitos com a instalação dessas câmeras de segurança”, enalteceu.
Além da elucidação de crimes, Vasconcelos ressaltou ainda o fator preventivo proporcionado pelos equipamentos. “Uma pessoa que chega numa cidade e verifica centenas de câmeras instaladas vai pensar duas vezes antes de cometer um delito. Ele vai saber que a placa do seu veículo está sendo filmada, que suas imagens ou de algum comparsa podem ter sido capturadas, e até vai pensar várias vezes antes de cometer o delito”.