Em Lucélia homem é multado em R$ 2,2 mil por manter javaporco em propriedade rural
Animal hÃbrido é considerado uma espécie invasora e não pode ser criado no estado de São Paulo.

Um morador de Lucélia foi multado em R$ 2,2 mil pela Polícia Militar Ambiental nesta terça-feira (28) por manter um javaporco em sua propriedade rural. O animal híbrido, proveniente do cruzamento de javali com porco, é considerado uma espécie invasora e apresenta desafios tanto para o meio ambiente quanto para a produção agrícola.
Conforme a PM Ambiental, uma denúncia levou os agentes até uma chácara em Lucélia. No local os policiais fizeram contato com o morador, de 50 anos, onde ficou ciente da denúncia e acompanhou a vistoria, sendo localizado um animal javaporco em cativeiro na propriedade.
Diante do constatado foi lavrado em desfavor do envolvido um Auto de Infração Ambiental (AIA) no valor de R$ 2.200,00 por introduzir animal hibrido no território do Estado de São Paulo, ou fora de sua área de distribuição natural, sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida pela autoridade competente, com base no artigo 26 da Resolução SIMA nº 05/21.
O animal ficou apreendido e depositado no local, que posteriormente será providenciado o abate sanitário.
Javaporco: a presença da espécie em São Paulo, riscos e medidas de controle
A presença do javaporco no Estado de São Paulo tem se tornado uma preocupação crescente para produtores rurais, ambientalistas e autoridades. O animal, resultado do cruzamento entre javalis europeus e porcos domésticos, é considerado uma espécie invasora e apresenta desafios tanto para o meio ambiente quanto para a produção agrícola.
Com porte robusto, podendo ultrapassar 150 kg, o javaporco possui grande capacidade de adaptação e reprodução acelerada, o que contribui para sua expansão descontrolada. O animal é conhecido por causar danos às lavouras, destruir pastagens e até competir por alimento com espécies nativas, gerando impactos ambientais significativos. Além disso, há riscos sanitários, pois a espécie pode transmitir doenças como a febre aftosa e a peste suína clássica, representando uma ameaça ao setor agropecuário.
(Cedida/PM Ambiental).
Para lidar com esse problema, o abate legal do javaporco foi autorizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que permite o manejo controlado da espécie, seguindo normas específicas. Em São Paulo, produtores e caçadores autorizados podem realizar o controle populacional da espécie, desde que sigam os protocolos estabelecidos, incluindo a obtenção de licença e o uso de métodos que minimizem impactos colaterais ao ecossistema.
O controle do javaporco tem sido tema de debates entre autoridades e especialistas, que discutem estratégias para conter sua proliferação sem comprometer o equilíbrio ambiental. O monitoramento, aliado a programas de educação ambiental e ao manejo autorizado, tem sido apontado como caminho para reduzir os prejuízos e proteger a biodiversidade local.
Com sua alta capacidade de adaptação e crescimento populacional, o javaporco se tornou um dos maiores desafios de manejo da fauna invasora no Brasil. Diante disso, o controle eficaz da espécie exige planejamento, regulamentação e ações coordenadas entre órgãos ambientais, produtores e pesquisadores.