Flores Secas é exibido no anfiteatro da Biblioteca
VÃdeo está disponÃvel na fanpage oficial do Flores Secas.

O documentário Flores Secas (assista aqui), dirigido pelo jornalista Acácio Rocha e que traz em seu roteiro a temática do envelhecer gay, foi exibido na noite de ontem (26) no anfiteatro da Biblioteca Pública Municipal de Adamantina, encerrando a programação dos 67 anos da cidade, desenvolvida pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.
A exibição foi ampliada com um bate-papo sobre a produção, onde o jornalista Acácio Rocha falou sobre aspectos da realização do filme, seus entrevistados e os motivos que levaram a abordar o tema.
A atividade foi aberta pelo diretor de cultura, Rafael Teixeira, que agradeceu a participação do público e em seguida, deu espaço para a fala inicial de Acácio. Logo após foi exibido o filme e o bate-papo se desenvolveu, com a participação ativa do público, ampliando assim as discussões sobre os aspectos centrais da produção.
Flores Secas foi produzido a partir da aprovação de projeto apresentado por Acácio Rocha junto ao PROAC (Programa de Ação Cultural) da Secretaria de Estado da Cultura, com recursos financeiros do ICMS.
Com o resultado final da produção, cópias do DVD foram distribuídas a organizações que tratam da temática LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) e organizações culturais, tanto pelo produtor, quanto pela Secretaria de Estado da Cultura.
Entrevistados e equipe
Para o documentário foram entrevistados os cabeleireiros Nelson Araújo e Roberto Rodrigues, de Tupã, e o coordenador da 9ª Parada LGBT de Presidente Prudente, Charles França, que expuseram aspectos de suas vidas envolvendo profissão, família, superação, preconceitos e as expectativas com a chegada do envelhecimento. Os temas ligados à saúde da pessoa idosa com ênfase para os gays foram expostos pela médica Vera Lúcia M. Fiorillo, enquanto as demandas da área dos direitos sociais, entre os quais o direito à saúde púbica, estatuto do idoso e casamento gay foram comentados pela advogada Sílvia Helena Luz Camargo.
A estrutura técnica do documentário ficou sob responsabilidade da Magui Produtora, de Osvaldo Cruz, sob a responsabilidade de Roberto Pazotto. A direção é do jornalista Acácio Rocha, com o assistente de direção Maikon Moraes.
Ampliar o debate
Segundo Acácio, o tema “envelhecimento” parece passar despercebido nas grandes discussões sobre o universo LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros), pois pouco se expõe sobre a maneira como os gays lidam com o envelhecimento, já que os debates e as reivindicações, quase que na predominância, invocam o resgate às diferenças e preconceito, e negligenciam o tema “futuro”.
Além das dificuldades comuns a todos na velhice, entre os gays há outros elementos que invocam essa reflexão, pois muitos são deixados de lado pelas famílias e pelos amigos, e quase na totalidade não têm filhos, que pudessem assegurar cuidados na velhice. “Se aplicar o peso da condição social, envolvendo, sobretudo, condições financeiras, o quadro fica ainda mais complexo”, destaca Acácio.
O autor do projeto explica que o documentário foi distribuído para organizações brasileiras que se relacionam com o universo LGBT, para ampliar o acesso ao mesmo, a partir de iniciativas dessas próprias organizações. A Secretaria de Estado da Cultura também dirigiu distribuição a organizações culturais no Estado.