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AYAGame: juíza Ruth Menegatti apresenta novo jogo dedicado ao enfrentamento do racismo estrutural

Game propõe disseminar a educação antirracista nas organizações e na sociedade.

Por: Da Redação atualizado: 12 de dezembro de 2021 | 19h45
A juíza de direito da 3ª Vara da Comarca de Adamantina, Ruth Duarte Menegatti, integra o HubMulher e também a equipe técnica de criação do AYAGame (Foto: Siga Mais). A juíza de direito da 3ª Vara da Comarca de Adamantina, Ruth Duarte Menegatti, integra o HubMulher e também a equipe técnica de criação do AYAGame (Foto: Siga Mais).

O enfrentamento ao racismo estrutural ganhou no dia 1º deste mês um novo aliado tecnológico que propõe disseminar a educação antirracista nas organizações e na sociedade. O "AYAGame" é um projeto de open inovations realizado em forma de co-criação entre  colaboradores da startup Arbache Innovations e membros voluntários do coletivo HubMulher, desenvolvido com o apoio do Pacto Global, do Instituto Ethos e da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB), dentre outras organizações públicas e privadas.

A juíza de direito da 3ª Vara da Comarca de Adamantina, Ruth Duarte Menegatti, integra o HubMulher e também a equipe técnica de criação do AYAGame. Nesta sexta-feira (10), Dia Internacional dos Direitos Humanos, ela detalha ao SIGA MAIS os aspectos centrais da nova ferramenta e os recursos de enfrentamento ao racismo estrutural, que cabem na palma da mão.

A juíza de direito da 3ª Vara de Adamantina, Ruth Duarte Menegatti (Foto: Siga Mais).

O jogo – que passa fazer parte da família de ferramentas gamificadas para educar para os direitos humanos – tem cinco rodadas onde busca a sensibilização e conscientização sobre diferentes discussões, acessos e oportunidades entre pessoas pretas e brancas nas organizações.

Ao jogar o AYAGame o participante é levado a compreender essas diferenças, um importante caminho para o ajuste de processos de equidade, ampliando assim as reflexões sobre o comportamento antirracista nas organizações.

(Divulgação).

A magistrada explica que muitas dessas instituições dos setores público, privado e não-governamental são perpassadas por conceitos discriminatórios que materializam o racismo estrutural, quando na realidade deveriam desempenhar papel essencial na inclusão de processos de redução da desigualdade racial.

Em outubro do ano passado uma iniciativa também do HubMulher e da Arbache Innovations lançou o Mobi Game, um jogo de celular que busca conscientizar sobre violência contra a mulher e relacionamentos abusivos.

Conceitos e como jogar

O AYA Game acompanha a jornada de Dandara, mulher negra diretora de uma multinacional que não se vê representada dentro da empresa por não encontrar outros funcionários negros em cargos altos. O jogador terá de fazer as escolhas por ela e por outros personagens a fim de implementar políticas afirmativas de inclusão e diversidade dentro da empresa.

Em cinco rodadas compostas por quatro desafios cada, o usuário escolhe entre duas opções para continuar a história narrada. A cada acerto, o participante ganha 200 pontos.

(Divulgação).

De forma simples, o jogo toca em assuntos como racismo estrutural, vieses inconscientes e tokenismo – quando empresas utilizam a contratação de apenas uma pessoa negra para justificar o antirracismo corporativo. “As rodadas trazem inúmeras questões e abordam diversos conceitos, apontando também a responsabilidade social das organizações”, ressalta a juíza Ruth Menegatti. “Trata dos vieses inconscientes e dos preconceitos presentes em pensamentos e ideias, e mostra como combater”, continua.

Para a definição dos conceitos presentes no game foram utilizadas obras de Silvio de Almeida, Djamila Ribeiro e Carla Akotirene, e ainda o Estatuto da Igualdade Racial - dentre outras legislações – além de pesquisas realizadas por instituições de renome.

Justiça para todos os grupos

A juíza ressalta que o desafio agora é fazer o game alcançar os públicos e promover os debates e mudanças. Para isso, além de fazê-lo circular entre as organizações, os idealizadores também pretendem leva-lo às escolas, como instrumento de conscientização e educação, e a outros espaços da sociedade.

Sobre sua participação nessa iniciativa, a magistrada destaca a percepção do sistema judiciário a essas questões, dentro e fora dos tribunais. “Cada vez mais existe um compromisso e atuação pela produção de justiça para todos os grupos, além de tratar o outro com mais humanidade e empatia. Esse foi o sentido do trabalho desse game”, enfatiza Ruth Menegatti.

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Aproximar as organizações aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Ainda de acordo com a magistrada, o uso de ferramentas gamificadas na educação sobre os direitos humanos é uma forma inovadora, leve, interativa, divertida, responsável e escalável de se materializar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) preconizados pela ONU, provocando reflexões do âmbito individual para o coletivo, em prol de uma cultura de acolhimento à diversidade.

(Divulgação).

Nesse contexto, o AYAGame possibilita aproximar as organizações aos desafios fixados pela ONU nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, entre os quais, e em especial, os ODS 4 (Educação de Qualidade), 5 (Igualdade de Gênero), 8 (Emprego Digno e Crescimento Econômico) e 10 (Redução das Desigualdades).

Protagonismo feminino

O HubMulher é um coletivo de mulheres dedicado a disseminar conhecimentos, legados e boas práticas em prol da igualdade de gênero e empoderamento feminino (ODS 5), por meio do desenvolvimento de projetos que ofereçam educação, capacitação e mentoria.

Dia Internacional dos Direitos Humanos

O Dia Internacional dos Direitos Humanos foi estabelecido em 4 de dezembro de 1950 pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). Seu objetivo era celebrar a proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos adotada em 10 de dezembro de 1948.

Serviço

Equipe Técnica de Criação do AYAGame:

  • Adriana Alves: Gestora de RSE e Diversidade
  • Barbara Maia: Data Analytics Manager
  • Denise Silva: Consultora de Desenvolvimento Humano de Gestores
  • Giszele Silva: Mestre em Administração e Docente da Uninove
  • Jamile Barreto: Jornalista e Especialista em Direitos Humanos Diversidade e Vviolência.
  • Janaina Gama: Doutoranda e Especialista em Política Social, Diversidade e Sustentabilidade e consulotora de diversidade e inclusão.
  • Ana Paula Arbache: Fundadora HubMulher, Pós-Doutora em Educação e CEO Arbache Innovations
  • Lilian Rauld: Head de Diversidade, Equidade & Inclusão Sodexo On-site
  • Ruth Menegatti: Juíza de Direito da Comarca de Adamantina
  • Marcia Batista: VP de Recursos Humanos e Comunicação Latam da Accorinvest

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