Sem reajuste no salário do prefeito, FAI tem dificuldade para contratar professores
Atual teto do salário do prefeito limita contratação de professores pela FAI.

Um tema polêmico vai exigir uma decisão das autoridades municipais, nos próximos dias, e envolve o padrão de vencimentos (salário) do prefeito, que por sua vez, é determinante para a fixação dos demais vencimentos e salários, tanto da Prefeitura, Câmara Municipal e FAI (Faculdades Adamantinenses Integradas).
A preocupação maior volta-se à FAI, que já tem encontrado dificuldades para a contratação de professores, para as mais diversas áreas, em razão da limitação legal, de que nenhum salário de repartição pública municipal não pode ser superior ao do prefeito. O mesmo acontece nas esferas estadual e federal, onde o teto salarial é a remuneração do governador do Estado e do presidente da República, respectivamente.
Em âmbito local, na prática, nenhum salário pode ser maior que o recebido pelo prefeito, hoje fixado em cerca de R$ 11.600,00 (bruto, sem os descontos). Considerando este cenário, já existe hoje, na FAI, professores com perdas que chegam a R$ 3 mil mensais, ou seja, têm titulação e todos os ganhos legais, incorporações e benefícios assegurados, porém ficam limitados ao recebimento até o teto, que é o salário do prefeito.
Esse quadro já traz dificuldade para a contratação de professores e desestimula quem já faz parte do quadro docente da FAI. Considerando a migração do status de faculdades integradas para centro universitário, a instituição se vê presa a um entrave legal, que se não for revisto, pode atrapalhar a contratação de professores, sobretudo aqueles com jornada de 40 h (dedicação exclusiva), para o curso de medicina e demais cursos.
Preocupação
Em recente entrevista à webtv do jornal Folha Regional (assista aqui), o diretor da FAI, Prof. Dr. Márcio Cardim, revelou preocupação. “A FAI não pode correr o risco de não ter esses profissionais”, disse. “Existe uma necessidade urgente de reajustar o salário do prefeito, para que a FAI não seja prejudicada”, completou.
Márcio defende uma posição coerente das autoridades locais, sobre esse tema, e se põe à disposição, para, também, sensibilizar e justificar essa necessidade à comunidade local. “Precisamos atualizar o salário do prefeito para a FAI continuar a crescer, senão estaremos cerceando essa possibilidade de crescimento da instituição, que é patrimônio de todos os adamantinenses”, completou.
Propostas
A Câmara Municipal já anunciou uma proposta que pode elevar o salário do prefeito, dos atuais R$ 11.600,00 para R$ 14.300,00. Porém, esse ganho ainda é insuficiente, dentro do cenário da FAI. Para Márcio Cardim, o ideal seria um salário do prefeito fixado entre R$ 16 a R$ 18 mil, para que a FAI possa assim trazer os profissionais que necessita, dentro das necessidades estratégicas de crescimento e consolidação, rumo ao centro universitário.
Márcio disse ao SIGA MAIS que a FAI possui capacidade financeira para suportar esses salários pretendidos, mas fica limitada ao aspecto legal, e nesse campo, espera que as autoridades e a comunidade se sensibilizem, dentro de uma abordagem racional, coerente e compatível com as expectativas e projeções de crescimento da autarquia adamantinense.