Em quatro meses repasses para Adamantina caÃram R$ 1,78 milhão; Senado aprova auxÃlio a municÃpios
Ao receberem auxÃlios, municÃpios ficam impedidos de conceder reajuste ao funcionalismo até 2022.

Nos primeiros quatro meses de 2020, as transferências obrigatórias (repasses da União do Estado de São Paulo), a Adamantina, caíram quase R$ 1,8 milhão, e são 8,9% menores que no mesmo período do ano passado.
A queda nas receitas é reflexo do encolhimento da atividade econômica e redução no consumo, decorrente sobretudo das medidas restritivas fixadas diante da pandemia do Covid-19.
Os números são do Portal das Transferências Constitucionais da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Na ferramenta (acesse aqui), é possível fazer a pesquisa sobre o comportamento dos repasses obrigatórios realizados pelos governos estadual e federal.
No caso de Adamantina, o total de repasses, no período de 1 de janeiro a 2 de maio de 2019 foi de R$ 20.009.443,43. Já no mesmo período, agora em 2020, as transferências somam R$ 18.230.911,19, o que representa R$ 1.778.532,24 a menos nas contas municipais, vindos dos governos estadual e federal. Veja quadro:
(Reprodução: CNM).
A reposição dessas perdas deve vir com a o pacote de auxílio a estados e municípios, aprovado pelo Senado Federal neste sábado (2). O texto agora segue para a Câmara dos Deputados (veja mais abaixo).
Menos R$ 10 bilhões nos cofres estaduais
No fim da primeira quinzena de abril o governador João Dória anunciou medidas de austeridade econômica e corte de despesas públicas no Estado. A previsão é que o Estado deixe de arrecadar R$ 10 bilhões entre abril e junho.
O pacote de corte de custos não prevê redução de salários ou de jornadas de trabalho do funcionalismo paulista, mas prorroga despesas e suspende serviços considerados não essenciais enquanto durar o enfrentamento ao coronavírus.
As medidas no âmbito da estrutura pública estadual foram definidas por decretos. A redução média de custeio é prevista em 20%, exceto para as áreas essenciais. Haverá redução orçamentária destinada a museus, atendimento ao público, despesas com água, luz e outros contratos como limpeza, manutenção predial e transporte escolar (veja mais).
Na contramão, por exemplo, Adamantina anunciou a contratação de serviço terceirizado para roçagem de terrenos baldios e áreas públicas, ao custo de R$ 240 mil (veja mais). (Continua após a publicidade...)
Auxílio a municípios
O Plenário do Senado Federal aprovou neste sábado (2) o Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus (PLP 39/2020), que prestará auxílio financeiro de R$ 125 bilhões a estados e municípios para combate à pandemia da covid-19 (veja mais). O valor inclui repasses diretos e suspensão de dívidas. Foram 79 votos favoráveis e um voto contrário. O tema segue agora para a Câmara dos Deputados, com expectativa de ser votado nesta segunda-feira (4).
O programa vai direcionar R$ 60 bilhões em quatro parcelas mensais, sendo R$ 10 bilhões exclusivamente para ações de saúde e assistência social (R$ 7 bi para os estados e R$ 3 bi para os municípios) e R$ 50 bilhões para uso livre (R$ 30 bi para os estados e R$ 20 bi para os municípios). Além disso, o Distrito Federal receberá uma cota à parte, de R$ 154,6 milhões, em função de não participar do rateio entre os municípios. Esse valor também será remetido em quatro parcelas.
Além dos repasses, os estados e municípios serão beneficiados com a liberação de R$ 49 bilhões através da suspensão e renegociação de dívidas com a União e com bancos públicos e de outros R$ 10,6 bilhões pela renegociação de empréstimos com organismos internacionais, que têm aval da União.
Os municípios serão beneficiados, ainda, com a suspensão do pagamento de dívidas previdenciárias que venceriam até o final do ano. Essa medida foi acrescentada ao texto durante a votação, por meio de emenda, e deverá representar um alívio de R$ 5,6 bilhões nas contas das prefeituras. Municípios que tenham regimes próprios de previdência para os seus servidores ficarão dispensados de pagar a contribuição patronal, desde que isso seja autorizado por lei municipal específica.
Municípios e estados ficarão impedidos de conceder reajuste a servidores
A concessão do auxílio federal vai implicar em contrapartida que deverá ser cumprida por estados e municípios. Entre as principais medidas, estão:
• Proibição de reajuste de salários e benefícios para servidores públicos até 2022, incluindo parlamentares, ministros e juízes, e excetuando servidores das áreas da saúde, segurança pública e das Forças Armadas;
• Proibição de progressão na carreira para os servidores públicos, com exceção dos servidores dos ex-territórios e de cargos estruturados em carreira, como os militares;
• Vedação de aumento da despesa obrigatória acima da inflação, exceto para covid-19;
• Proibição de contratação, criação de cargos e concurso para novas vagas, exceto vagas em aberto e de chefia, e de trabalhadores temporários para o combate à covid-19.
O auxílio foi aprovado na forma de um texto apresentado pelo relator, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), e que substitui a proposta original enviada pela Câmara (PLP 149/2019). Dessa forma, o Senado, como autor do projeto de lei (PLP 39/2020), terá a palavra final sobre o assunto — ou seja, caso os deputados promovam mudanças, elas terão que ser confirmadas pelos senadores. Por fim, dependerá ainda da sanção do presidente da República. (Com informações da Agência senado e CNM)