Surdos comemoram Dia Nacional neste domingo (26); grupo celebra a data em Adamantina
Grupo se mobiliza desde 2011 e comemora avanços na maior inclusão da LÃngua Brasileira de Sinais.

Hoje (26) é o Dia Nacional dos Surdos. Instituído em 2008, a data foi escolhida por ser neste dia que foi criada a primeira escola brasileira para surdos, ainda no ano de 1857, pelo imperador Dom Pedro II: o Colégio Nacional para Surdos-Mudos, no Rio de Janeiro, atualmente chamado de Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines).
Em Adamantina, a data foi comemorada antecipadamente por representantes da comunidade surda, educadores intérpretes Língua Brasileira de Sinais (Libras) e familiares. Segundo a intérprete Raquel Borges Filgueira, o grupo de mobiliza desde 2011 na cidade. Em 2017 essa mobilização foi destaque em uma reportagem no Siga Mais.
Neste ano a comemoração da data foi antecipada em Adamantina. O encontro do grupo foi na Pizzaria Mezzanotte.
(Foto: Cedida).
(Foto: Cedida).
Raquel explica que o primeiro contato do grupo das intérpretes com a Língua Brasileira de Sinais foi com a professora Rosane de Carvalho, especialista em Libras. “A partir de então não paramos mais. Já somos parte da comunidade surda, crescendo no conhecimento da língua e de sua cultura”, destaca.
Segundo Raquel, o núcleo de intérpretes com o qual se articula é formado por três educadoras. Ela é professora e interlocutora de Libras na Escola Estadual Flerides Cavalini Menechino, Daiane Suzuki é intérprete na prefeitura de Lucélia e Maria Eloísa Paulino Braz em Ouro Verde. “Porém nosso campo de atuação é muito além do profissional: é no dia a dia, na Igreja, na rua, no banco, onde precisarem de nós”.
Avanços
A intérprete Raquel Borges Filgueira tem uma perspectiva esperançosa para a questão da total inclusão. Segundo ela, depois da Lei 10.436/2002, a “Lei da Libras”, as portas estão se abrindo a esse favor e recentemente houve mais um ganho para a comunidade surda com a Lei 14.191/2021 de 03/08/2021, que altera a Lei 9.394/1996, de 20/12/1996 (LDB) , dispondo sobre a modalidade de educação bilingue priorizando a língua natural dos surdos como a primeira para sua alfabetização.
Ela também destaca que as tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs) introduzem importantes ganhos na vida e socialização dos surdos, o que foi amplamente utilizado na pandemia. “São encontros com amigos via vídeo, lives, palestras entretenimento, disponibilizados em sua língua”, ressalta. “Eles, com isso tudo, estão desenvolvendo o que chamamos de letramento digital, em que atuam na sociedade e se envolvem participando, criando conteúdos e recebendo oportunidades”, explica. “Não poderíamos deixar de comemorar um dia tão especial como esse. Viva a inclusão, viva o surdo, viva 26 de setembro”, celebra Raquel.