Sem adequação no salário do prefeito, curso de medicina e centro universitário ficam sob riscos
Projetos entram em votação hoje (9) na Câmara Municipal.

Entram em votação hoje (9) na Câmara Municipal os projetos que tratam dos subsídios (salários) do prefeito, vice-prefeito, secretários municipais, vereadores e presidente da Câmara, com vigência a partir de 1º de janeiro de 2017. As propostas estarão na pauta da sessão ordinária, marcada para as 20h.
O centro da decisão envolve o subsídio do prefeito e seus reflexos, sobretudo por se tratar de uma condição determinante às ações da FAI (Faculdades Adamantinenses Integradas), para a contratação de professores. Se a proposta não for acolhida, há riscos diretos ao curso de medicina e à migração da instituição para a condição de centro universitário.
As duas condições, tanto para o curso de medicina, que passará por reconhecimento em 2018, quanto para a migração da condição de faculdades integradas para centro universitário, dependem fundamentalmente da contratação de professores doutores e dedicação exclusiva (40 horas).
O fator limitador, hoje, é o atual salário do prefeito, que em valores brutos é de R$ 11.600,00. Como a FAI é uma autarquia municipal e nenhum funcionário municipal pode ter salário maior que a remuneração paga ao prefeito, a instituição não consegue contratar professores com a titulação acadêmica necessária – professores doutores – ao atual cenário de crescimento.
Isso põe em risco, direto, o projeto em andamento para transformar a FAI em centro universitários, e a consolidação dos cursos, entre os quais medicina, que passa por reconhecimento em 2018. Neste caso, se o curso não contar com a estrutura de professores exigida, e que precisa ser contratada pela FAI, a instituição corre o risco de perder o curso.
Diante desse cenário, o que se verifica é uma percepção positiva da comunidade, como um todo, sobre essa demanda, reconhecendo como fundamental a aprovação dessa alteração na remuneração do prefeito, para garantir a possibilidade de a FAI compor seu quadro de profissionais, dentro das exigências do Conselho Estadual de Educação.
Outra colocação é que a medida, que possa eventualmente ser interpretada como onerosa, garantirá os canais legais para a FAI compor seu quadro de profissionais, nas diversas áreas, dentro dessas exigências, garantindo a permanência do curso de medicina e a chegada do centro universitário. Se pesados na balança, os benefícios à comunidade são maiores e garantirão retorno em prestação de serviços comunitários, nas diversas áreas, entre as quais, a área da saúde.
Propostas em votação
Pelo texto que será colocado em votação, os subsídios dos vereadores e do presidente da Câmara Municipal ficam mantidos no que é praticado hoje, sem alterações. Ou seja, a proposta mantém o subsídio de R$ 3.300,00 para vereador e R$ 4.950,00 para o presidente da Câmara.
Também na pauta o Projeto de Lei trata dos subsídios do prefeito, vice-prefeito e secretários, para o próximo mandado. De acordo com a proposta, o salário dos secretários municipais salta dos atuais R$ 4.800,00 para R$ 6.200,00, o de vice-prefeito de R$ 3.300,00 para R$ 4.950,00 e do prefeito de R$ 11.600,00 para R$ 18.000,00.
A alteração do salário de prefeito visa, sobretudo, ampliar o teto salarial e facilitar a contratação de professores para a FAI – Faculdades Adamantinenses Integradas, já que nenhum funcionário municipal pode ter remuneração acima da remuneração recebida pelo prefeito, o que tem sido um fator de dificuldade para a composição do corpo docente, sobretudo contratação de professores doutores, para os diversos cursos da instituição.
Emendas
Os vereadores Luiz Carlos Galvão (REDE) e Diniz Parússolo Martins já apresentaram emendas substitutivas aos projetos de Lei e Resolução, propondo alterações na proposta original, que precisarão ser votadas primeiramente. Pela proposta de emenda dos dois parlamentares, o subsídio do vereador ficaria fixado em R$ 2.200,00 e do presidente da Câmara e vice-prefeito em R$ 3.300,00.