Casal que acompanhou a fundação de Adamantina, Sebastião e Percilia Silva, completam setenta e três anos de matrimônio nesse dia 6 de setembro, com lucidez e saúde e seguem sendo dois dos mais antigos moradores do município. O casal transferiu-se para Adamantina antes mesmo de sua emancipação político administrativa que ocorreu em 1948, ou da chegada do primeiro trem à estação em abril de 1950.

Nascido em José Bonifácio no dia 28 de novembro de 1923, Sebastião Luiz da Silva, filho de agricultores nordestinos e paulistas que trabalhavam nas fazendas de café do estado de São Paulo, casou-se em 6 de setembro de 1947 com Percilia Dimiquelli da Silva, neta de imigrantes italianos, nascida em Araçatuba/SP em 9 de julho de 1933.

O matrimônio ocorreu na cidade de Valparaíso/SP, e poucos meses adiante seguiram para Adamantina, até então distrito de Lucélia. No pequeno povoado Sebastião trabalhou como boia fria, catando algodão, batendo amendoim dentre outras atividades rurais que desenvolvia, até que em março de 1969 se tornou servidor público. Por dezesseis anos atuou nos serviços gerais do fórum da cidade, até se aposentar aos setenta anos de idade em 1993.

Sebastião e Percilia casaram-se em 6 de setembro de 1947, em Valparaíso (Acervo familiar).

O casal mudou-se para Adamantina em 20 de setembro de 1947. Prestes a completar 97 anos de idade, seu Sebastião, portando ainda muita lucidez e uma ótima memória, se recorda de diversos fatos da história da cidade desde seus primórdios.

“Quando eu cheguei aqui não havia correio, cemitério, Santa Casa e nem mesmo a igreja matriz. Nos fins de semana, quando a rapaziada vinha dos sítios para a cidade passear usavam faroletes e lamparinas, pois não havia luz elétrica. Na época em que o trem chegou me recordo de muitos japoneses comprando alqueires de terras na vila Jardim Explanada, onde ficavam os cafezais dos irmãos Latini, italianos. Assim que a ferrovia chegou o comércio começou a crescer, pavimentaram as primeiras ruas e eu ajudei na construção dos primeiros tubos de esgoto e guias das calçadas da cidade. Como Lucélia era bem maior, havia uma jardineira que fazia a linha Adamantina a Lucélia, certo dia a jardineira parou sobre a ferrovia e o motorista não conseguiu religa-lo, o trem infelizmente não conseguiu parar a tempo, naquela ocasião morreram vinte e nove pessoas, como ainda não haviam funerárias na cidade os funcionários da prefeitura trabalharam para construir os caixões dos mortos no acidente”, relembra seu Sebastião Luiz da Silva (96). (Continua após a publicidade...)

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A esposa, Percilia Dimiquelli Silva, atualmente com 87 anos de idade, se lembra das dificuldades que enfrentaram assim que migraram para Adamantina e ressalta os trabalhos que exercia, para junto ao marido manter a casa.

“Quando me mudei para cá eu trabalhava nas roças de algodão, café e amendoim. Além disso, também fazia pães que vendia pela vizinhança e lavava roupas para as famílias mais abastadas da cidade. Quase não haviam casas por aqui, a maior parte da população morava e trabalhava na zona rural”, conta Percilia D. Silva (87).

Percília e Sebastião tiveram ao todo dez filhos, vinte e sete netos, vinte e sete bisnetos e um trineto (Acervo familiar).

O casal de pioneiros acaba de completar no último domingo (6) as bodas de manjerona, são 73 anos de casamento. Percília e Sebastião tiveram ao todo dez filhos, vinte e sete netos, vinte e sete bisnetos e um trineto. O casal atualmente é um dos mais antigos casais vivos da cidade, dado o fato de que se mudaram para Adamantina no ano anterior a sua emancipação política administrativa que ocorreu em dezembro de 1948.

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