Cidades

No tribunal do júri, vítima beija réu antes de condenação; ele tentou matá-la com cinco tiros

Mulher foi ferida por cinco tiros em agosto do ano passado; ação da vítima ajudou na defesa do réu.

Por: Da Redação | Com informações da GaúchaZH atualizado: 31 de janeiro de 2020 | 11h49
No julgamento do homem que tentou mata-la com cinco disparos, vítima beija o réu, condenado pelo crime (Divulgação/Álvaro Pegoraro). No julgamento do homem que tentou mata-la com cinco disparos, vítima beija o réu, condenado pelo crime (Divulgação/Álvaro Pegoraro).

O julgamento de um homem que tentou assassinar a namorada terminou com uma cena inusitada, no salão do tribunal do júri do fórum de Venâncio Aires (RS), na tarde desta sexta-feira.

Segundo informou o site GaúchaZH, o réu Lisandro Rafael Posselt, 28 anos, estava preso desde agosto do ano passado, quando tentou matar a namorada com cinco disparos de arma de fogo. Ele foi condenado a sete anos de prisão pelo tribunal do júri.

Na sessão de julgamento, logo após prestar seu depoimento, a sobrevivente da tentativa de assassinato, Micheli Schlosser, pediu autorização aos jurados para beijar o agressor e dizer que o perdoava.

Segundo a GaúchaZH, a condenação a sete anos de prisão foi dividida em duas penas, sendo cinco anos por tentativa de feminicídio privilegiado, por agir sob forte emoção (o que diminui a pena), mas com qualificadora de recurso que dificultou defesa da vítima. Os outros dois anos da pena foram pelo porte ilegal de arma. Três dos quatro jurados votaram pela absolvição. 

Conforme o advogado Jean Severo, que defendeu o réu, a atitude da mulher foi inesperada, mas auxiliou na estratégia de defesa.

De acordo com o Ministério Público, a vítima alegou diversas vezes durante o processo que era a culpada pelo descontrole emocional do homem. Ela ainda afirmou que a discussão ocorreu após ela o ameaçar de uma falsa denúncia de estupro. “Entendemos que a versão não é verdadeira. Mesmo que fosse, não seria privilegiadora, pois o crime não foi na mesma hora. Ele saiu do local e retornou depois com a arma — disse o promotor, que vai recorrer para derrubar a privilegiadora e aumentar a pena”, disse o promotor Pedro Rui da Fontoura Porto, à GaúchaZH. (Continua após a publicidade...)

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O caso

O site GaúchaZH relembrou o caso. Segundo a investigação, Micheli Schlosser, à época com 25 anos, e Lisandro discutiram na praça central de Venâncio Aires, no dia 14 de agosto, na presença de amigos do casal. Após a briga, Lisandro saiu do local, mas retornou armado, conduzindo uma motocicleta.

Ao perceberem a aproximação do homem, os amigos empurraram Micheli para dentro de um carro. No entanto, Lisandro disparou sete vezes pelo vidro traseiro, acertando cinco disparos na vítima. Ela chegou a ser internada em hospital da região, mas se recuperou dos ferimentos.

No dia seguinte ao crime, o homem foi até a delegacia acompanhado de um advogado e entregou a arma usada no crime. Desde então, estava preso preventivamente.

Enquanto o homem estava preso, ela chegou a pedir medida protetiva contra o réu. Depois, pediu autorização judicial para visitá-lo na prisão, que foi negada. 

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