Ícone no voluntariado e trabalho comunitário, professor Diniz Parússolo Martins morre aos 85 anos
Diniz foi professor, presidente da APAE, vereador e também presidiu a Câmara Municipal.

Morreu nesta quinta-feira (27), aos 85 anos, o professor Diniz Parússolo Martins. Segundo divulgou a Haddad Organização Social, seu velório ocorre a partir das 12h de hoje no Velório Municipal, com sepultamento previsto para às 16h, no Cemitério da Saudade. Diniz deixa a esposa Terezinha José Martins e as filhas Jussara e Simone.
Durante a manhã a Prefeitura de Adamantina publicou nota de pesar pelo seu falecimento e informou a decretação de luto oficial por três dias, no Município. “Neste momento de dor, a Prefeitura de Adamantina manifesta todo o seu pesar e consternação e expressa suas mais sinceras condolências à família e amigos. De acordo com o decreto 6478 de 27 de janeiro de 2022, está decretado luto oficial no município por três dias”.
Vida intensa
Ativista pelas causas da comunidade, Diniz foi presidente da Apae de Adamantina, local onde sua atuação se tornou referência para a instituição local e outras, na cidade e região, dentro e fora do segmento de atuação.
Diniz também passou por outras instituições locais. Além de liderar, prestou diferentes contribuições, como leiloeiro de eventos beneficentes em organizações da sociedade civil e religiosas. Também atuou profissionalmente como leiloeiro oficial.
Vereador por seis mandatos, cinco deles consecutivos
Em Adamantina Diniz protagonizou intensa atividade política. Foi vereador por seis mandados, dos quais, cinco deles consecutivos, o que confirma a validação comunitária e política ao seu trabalho. Foi vereador na 8ª Legislatura (1977 a 1982), 9ª Legislatura (1383 a 1988), 10ª Legislatura (1989 a 1992), 11ª Legislatura (1993 a 1996), 12ª Legislatura (1997 a 2000), e depois na 16º Legislatura (2013 a 2016).
Os seis mandados acumulam 28 anos. Os cinco primeiros, consecutivos, 24 anos. Nesse período, na Câmara Municipal, presidiu o Poder Legislativo local nos períodos 1979/1981 (8ª Legislatura), 1983/1985 (9ª Legislatura) e depois, 1997/1998 e 1999/2000 (12ª Legislatura).
Atuou na educação dentro e fora da de aula em diferentes níveis, inclusive no ensino superior.
Apae: reconhecimento em vida, a Diniz
Em agosto de 2018 a Apae de Adamantina prestou a ele uma reconhecida homenagem em vida, quando oficialmente inaugurou a nova estrutura do Projeto Terapêutico “Vida Nova”, em sua chácara, localizada na estrara rural para o bairro Lambari. O evento reuniu a diretoria, equipe terapêutica, colaboradores, os atendidos e seus familiares, além de autoridades.
O novo espaço tem mais de 700 metros quadrados de área construída, cujo bloco recebeu o nome de “Núcleo Professor Diniz Parússolo Martins”, uma homenagem surpresa ao então presidente, que descobriu a denominação do espaço no momento do descerramento da placa inaugural.
Reconhecimento e emoção (Arquivo/Siga Mais).
Reconhecimento e emoção (Arquivo/Siga Mais).
Na solenidade o Conselheiro da Federação das Apaes do Estado de São Paulo, José Carlos Silva, destacou que a APAE de Adamantina é referência para as demais do Estado de São Paulo, no total de 305 unidades, oportunidade em que enfatizou a gestão do presidente e homenageado. “O Diniz, além de gestor administrativo, é um gestor humano. Ele conseguiu agregar elementos fundamentais para tocar essa instituição abençoada”, completou.
Entrevista ao SIGA MAIS em 2015
Em outubro de 2015, como vereador pelo DEM, Diniz foi entrevistado pelo SIGA MAIS. Ele recebeu a reportagem em sua casa e responde às perguntas. Na ocasião disse que a sociedade, como um todo, desconhece a verdadeira função legislativa, cobrando do vereador aquilo que não é de responsabilidade dele, e por outro lado reconhece a própria insatisfação com o exercício do mandato. “Se eu disser pra você que estou plenamente realizado e cumprindo na íntegra o papel que me é confiado no poder legislativo, acho que eu estaria mentindo”, disse à época. “Eu acredito que nós não atingimos, ainda, o estágio ideal”, completou.
E diz que a participação de lideranças políticas em Adamantina, fora do exercício de mandato, não é produtiva. “Essa história de que depois do acontecimento da eleição a cidade volta a uma boa, “todos amam Adamantina e querem dela participar”, não é verdadeira”, desabafou o experiente político, em 2015.