Em concurso, especialistas avaliam 28 amostras de café canéfora em Adamantina
Na prova de xÃcara as 28 amostras foram avaliadas por quatro especialistas em duas metodologias.

Adamantina sediou na última quinta-feira (4) 1° Concurso de Café Canéfora de São Paulo, promovido pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que definiu o evento como um marco por fomentar a produção desse tipo de café em terras paulistas. "O que está acontecendo aqui é fruto da pesquisa. Com os R$ 52 milhões de investimentos em pesquisa, feitos com recursos do Tesouro paulista nos Institutos da Secretaria, iniciativas como esta irão aumentar", disse Francisco Matturro, que esteve na cidade, oportunidade em que representou o secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Itamar Borges.
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O concurso recebeu 28 amostras, de 24 produtores, de 13 municípios paulistas, com o objetivo de avaliar a qualidade do produto paulista e incentivar que os produtores utilizem práticas de manejo, colheita, secagem, armazenamento e beneficiamento visando a qualidade do produto final. “Grande parte das indústrias brasileiras que utilizam o café canéfora como matéria-prima estão no Estado de São Paulo, por isso, é estratégico termos produção de alta qualidade no Estado, já que essas indústrias têm um alto custo de logística para trazer o café de Rondônia ou do Espírito Santo, somando ainda questões tributárias ao frete”, explica Fernando Nakayama, pesquisador da Agência Paulista ao Agronegócio (APTA) Regional de Adamantina.
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Nesse contexto, segundo Nakayama, o café canéfora (robusta ou conilon) se apresenta como uma opção sustentável de renda, principalmente para o pequeno produtor. "A Secretaria de Agricultura acredita nessa ideia, por isso, selecionamos esse material para ofertar um produto seguro para o desenvolvimento sustentável dos produtores", disse.
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Na prova de xícara as 28 amostras foram avaliadas por quatro especialistas em duas metodologias, resultando em várias amostras que se classificaram em especial ou gourmet. “Com isso, ratifico que a importância deste evento motiva dezenas de produtores e técnicos que trabalham em prol desta cadeia produtiva, o que nos faz sonhar em um futuro cafeeiro próspero e sustentável, com cafezais, desta vez canéforas, tomando o cenário produtivo do oeste paulista”, destacou.
Acima da média
Segundo o diretor da APTA Regional, Daniel Gomes, a qualidade do café do oeste paulista está acima da média. "Serão produzidos artigos científicos, validando a qualidade do café nas duas principais metodologias, a SCAA (metodologia dos Estados Unidos) e a do Programa de Qualidade do Café (PQC), pela qual o Ita é uma das entidades credenciadas para o teste", falou Gomes.
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Atestaram a qualidade do café as pesquisadoras do Ital (Instituto de Tecnologia dos Alimentos) Aline Garcia e Kátia Cipolli, e do Sindicafé, Camila Arcanjo.
O evento contou com a participação de pesquisadores da Secretaria, entre eles do IAC, IEA, APTA Regional e Ital, além de técnicos da CATI.
Pesquisas
O Instituto Agronômico (IAC-APTA), APTA Regional, Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CATI/CDRS) e iniciativa privada desenvolvem desde 2008 trabalhos na região Oeste Paulista para oferecer tecnologias e informações para os produtores rurais desse tipo de café, especialmente dos municípios de Adamantina, Pacaembu, Lins e Getulina.
Nesses 13 anos de estudo, segundo Nakayama, várias informações foram levantadas e repassadas aos produtores, como o uso de lâminas e tecnologia de irrigação, introdução obrigatória de espécies quebra vento para barreira física, condução de podas, espaçamento e população de plantas adaptadas, além de validação de produtos para controle de ácaro de broca do cafeeiro e de protetores solares e insumos nutricionais. “O foco é oferecer aos produtores um pacto tecnológico prático e de baixo custo, focando sempre a sustentabilidade produtiva”, afirma.