Cidades

Com título conferido pela Câmara Municipal, Dr. Pacheco se torna Cidadão Adamantinense

Nascido em Portugal, Dr. Pacheco se formou médico na USP. Realizou mais de 13 mil partos.

Por: Da Redação atualizado: 26 de maio de 2024 | 11h41
Dr. Pacheco (Arquivo/Siga Mais). Dr. Pacheco (Arquivo/Siga Mais).

Nascido em Portugal, o médico João Eduardo Barbosa Pacheco (Dr. Pacheco), ex-prefeito de Adamantina, foi homenageado nesta semana com o título de Cidadão Adamantinense. A votação, com aprovação unânime, aconteceu na segunda-feira (20). A proposta legislativa, que confere a homenagem, é de autoria do vereador Alcio Ikeda, acompanhado dos vereadores Antônio Leôncio da Silva (Bigode da Capoeira) e Aguinaldo Pires Galvão.

A entrega do título vai ocorrer em data agendada pelo homenageado. Na mesma sessão o comerciante Yuske Miyamura, nascido em Marília e fundador da Relojoaria Adamantina, também se tornou Cidadão Adamantinense.

Biografia

De acordo com a biografia que integra o projeto de decreto legislativo e embasa a homenagem, João Eduardo Barbosa Pacheco nasceu em Portugal em 1949, mais precisamente no arquipélago dos Açores, na Ilha de São Miguel, numa região chamada Pedreira do Nordeste. Foi o segundo filho - de um total de seis – do casal João Moniz Pacheco e de Maria Inês Barbosa. Seu pai trabalhava como carpinteiro, sua mãe dona de casa. Ambos também trabalhavam na lavoura.

Dr. Pacheco e família (Acervo Pessoal).

Foi em decorrência do difícil momento que se estabeleceu naquela região no período pós segunda guerra mundial, que a família Pacheco decidiu migrar para América. Parte da família escolheu os Estados Unidos como destino, e a outra parte, a qual fazia parte o doutor Pacheco - então com apenas um ano de idade – escolheu o Brasil.

A viagem foi feita de navio a vapor e durou mais de 30 dias. Quando finalmente o navio atracou no Porto de Santos no dia 29 de agosto de 1950, a família desembarcou apenas com esperanças e muita vontade de trabalhar. O primeiro destino no Brasil foi a cidade de Barretos, onde o homenageado passou a infância e juventude. Em Barretos estudou e trabalhou desde muito cedo nos negócios do pai, que tinha uma pequena serraria e também era pedreiro.

Aviação e medicina

O pequeno Dr Pacheco tinha um verdadeiro fascínio por aviões. Assim, dedicava o seu tempo livre nos finais de semana fazendo visitas ao aeroporto de Barretos. Ficava admirando os aviões e acabou por se tornar um amigo dos mecânicos e pilotos que lá frequentavam. Muitas vezes ajudava-os a fazer a limpeza e pequenos reparos nos aviões na esperança de ao final do dia ser premiado com um convite para voos curtos, o que acontecia com frequência. Tudo isso despertou nele o desejo de se tornar um piloto de avião profissional. Esse era o seu grande sonho, porém demandava muito dinheiro que sua família não dispunha.

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No entanto, aos 15 anos, aconteceu um acidente enquanto trabalhava na serraria de seu pai, no qual teve uma fratura na mandíbula. Após passar duas semanas internado no hospital de Barretos ele se curou completamente. Este período no hospital viria a ser um divisor de águas em seu destino. Foi ali que ele conheceu seu médico, Doutor Demétrio, que o deixou impressionado pelo conhecimento e cordialidade. Isso fez nascer uma admiração pela profissão de médico.

Antes de se despedir de todos no hospital, nosso jovem Doutor Pacheco perguntou para o Dr. Demétrio como ele poderia se tornar médico para ajudar as pessoas assim como ele havia sido ajudado, mas ressaltou que sua família não tinha dinheiro. A resposta foi: “Estude bastante, se prepare, que quando chegar a idade certa você poderá prestar o vestibular e se graduar em medicina numa faculdade pública, sem precisar pagar nada”.

Assim, no ano de 1969 chegou o momento de prestar o vestibular para medicina. O resultado foi excepcional tendo sido aprovado nas principais Faculdades de Medicina do país, dentre elas a UNB – Universidade de Brasília e a badalada USP – Universidade de São Paulo (melhor faculdade de medicina da América do Sul).Optou pela USP e lá iniciou sua trajetória que o trouxe até Adamantina como médico. 

O avô e uma das netas (Acervo Pessoal).

Ainda cursando medicina, casou-se no ano de 1974 com Maria Cristina Rodrigues Pacheco, sua eterna companheira. Fruto desta união que em 2024 completará 50 anos, nasceram três filhos: Leonardo, Rafael e Thaís. Dos filhos vieram os seis netos: Luana, Eleonora, Helena, Aurélio, Dante e Florença. 

Após terminar sua especialização em ginecologia e obstetrícia, mais precisamente em março de 1979 Dr. Pacheco decidiu mudar-se para Adamantina. Os motivos foram principalmente dois. Primeiro: no final dos anos 70, Adamantina era a cidade que apresentava o maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil.

Segundo - uma visita ao Dr. Tairo Hosoume, contemporâneo da época de Faculdade nos campus da USP, que já havia se estabelecido aqui em Adamantina, também contribuiu muito para ele tomar a decisão.

Assim, mesmo sem ter nenhum parente em Adamantina e nem sequer na região, escolheu Adamantina como o seu novo lar, para atuar profissionalmente e criar seus filhos.

Dr. Pacheco costuma dizer que ter escolhido Adamantina para viver foi uma das melhores decisões que ele tomou em toda a sua vida e jamais se arrependeu sequer um dia de sua vida. Na cidade também realizou seu sonho de se tornar piloto de avião. Já na Alta Paulista, tirou o seu sonhado Brevê (documento que dá ao titular a permissão de pilotar aviões) e chegou a ter um pequeno avião que o batizou de Ventania, no qual ele se divertia com a família e amigos aos finais de semana.

Mais de 13 mil partos

Como médico ginecologista, Dr. Pacheco conquistou seu espaço de destaque na cidade. Ao longo destes mais de 45 anos de atuação participou de forma direta e indireta em mais de 13 mil partos e milhares de procedimentos médicos cirúrgicos. O número é relevante, considerando que Adamantina tem cerca de 35 mil habitantes. “O obstetra é o pediatra do bebê intraútero até o nascimento e sempre buscamos atuar da melhor maneira possível ajudando a mãe e o bebê naquele momento tão importante que é o nascimento de uma vida que Deus nos manda” diz.

Sua atuação como médico em Adamantina é tão impressionante que existem casos nos quais ele fez o parto da mãe, depois dos filhos desta mãe e em alguns casos até dos netos.

Porém, sua trajetória em Adamantina não se resume apenas a sua atuação como médico. Em 2011 foi candidato a vice-prefeito na cidade. Sua chapa saiu vencedora. E no ano de 2016, por motivos de afastamento do então mandatário Dr. Pacheco tomou posse como prefeito de Adamantina, tendo exercido o mandato por aproximadamente um ano.

Neste período, o Brasil atravessava uma crise política e econômica sem precedentes. Os cofres públicos municipais estavam vazios, o que tornava o seu desafio ainda maior. Naquela época, Doutor Pacheco adotou uma política de austeridade fiscal pois como ele mesmo costuma dizer, era o único modo de fechar as contas no azul cumprindo com todos os compromissos da prefeitura, principalmente os relativos aos salários dos servidores municipais e a manutenção dos serviços essenciais de saúde e educação. “Foram momentos difíceis. Além de prefeito eu era o médico ginecologista da cidade. Inúmeras vezes eu estava em reuniões ou em compromissos oficiais e tinha que sair correndo para a Santa Casa para fazer um atendimento médico ou um parto”, lembra.

Foi prefeito em momento turbulento na história da cidade (Arquivo/Siga Mais).

Além de não medir esforços e trabalhar e chefiar a cidade, foi ainda o responsável por importantes conquistas para o município. Terminou seu mandato cumprindo com todos as obrigações essenciais relativas às atribuições como prefeito. Ainda pagou cerca de 50% dos precatórios e conseguiu a façanha de deixar dinheiro nos cofres públicos para o próximo prefeito que viria a ser eleito. Fato muito elogiado na ocasião.

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Atualmente, Dr. Pacheco continua a exercer a medicina. É um dos médicos mais atuantes e colaborativos de todo o corpo clínico da Santa Casa. Costuma dar em média dois a três plantões por semana, além de atender em sua clínica particular. Outra atividade que exerce é acompanhar e participar ativamente de obras e construções, talento que herdou de seu pai que também era pedreiro o que também contribui com a cidade gerando empregos e movimentando a economia do município.

A única coisa que o faz parar de pensar em trabalho são as viagens, que é a coisa que mais gosta de fazer. Por isso, viaja de três a quatro vezes por ano.

Pai, avô, amigo e profissional exemplar, costuma dizer que a família é a coisa mais importante na vida de um homem. Outra lição que ele sempre passa aos seus familiares e amigos é que o trabalho é fundamental. “Você pode ter o talento que for, a melhor inspiração de todas, mas se não colocar a mão na massa e trabalhar com afinco todos os dias, nada vai acontecer”, ensina Dr. Pacheco.

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