Cidades

Cemitério de Adamantina próximo de atingir capacidade máxima

Local tem capacidade para 430 novos túmulos e prefeitura não dispõe de recursos para investimentos

Por: Da Redaçao atualizado: 15 de agosto de 2015 | 09h25
Cemitério de Adamantina próximo de atingir capacidade máxima

O Cemitério da Saudade – único cemitério de Adamantina, está prestes a atingir sua capacidade máxima, em relação à abertura de novos túmulos. A situação causa preocupação, sobretudo com o iminente esgotamento de sua capacidade.
A reportagem do SIGA MAIS entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Adamantina. Segundo informado, o Cemitério da Saudade, que é público, conta atualmente com uma área disponível de 3.522m2, o que permite dimensionar, aproximadamente, 438 novos túmulos. A Assessoria de Comunicação informou também que o Cemitério conta com 20.308 pessoas sepultadas.
Sobre a busca de novas áreas no entorno para a expansão do Cemitério, ou outras áreas, para um novo espaço de sepultamentos, a Assessoria de Comunicação informou que não há recursos disponíveis para tais investimentos. “E devido a crise financeira, a Prefeitura não tem previsão de quando terá condições de disponibilizar recursos próprios para esta finalidade”, diz a nota.

Investimento para aquisição de área e exigências ambientais

Além do investimento na aquisição de área para ampliação ou novo cemitério, há uma ampla e rigorosa legislação ambiental a ser atendida.
Devido aos riscos ambientais que podem causar, os cemitérios necessitam de licença ambiental para sua implantação e funcionamento. Assim, foi editada a Resolução Conama n° 335/2003, estabelecendo normas e parâmetros técnicos para implantação, instalação e funcionamento dos cemitérios no Brasil.
No Estado de São Paulo, a CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo é o órgão responsável pelo licenciamento, fiscalização e monitoramento do meio ambiente. No que se refere aos cemitérios, a CETESB, emitiu a Norma Técnica L 1.040/1999 sobre implantação de operação de cemitérios. Entre as exigências dessa norma técnica está a instalação de tubulação para dreno do necrochorume, com encaminhamento até uma unidade de pré-tratamento dos efluentes antes de uma possível interligação ao sistema existente de esgotamento sanitário. O pré-tratamento visa adequar as características do necrochorume às características semelhantes ao esgoto doméstico.

Alternativas

Sem qualquer sinalização sobre aquisição de novas áreas, para expansão do atual Cemitério ou a criação de um novo espaço para sepultamentos, uma das alternativas pesquisadas pelo SIGA MAIS, em várias localidades brasileiras, seria a remoção de ossos de sepulturas que permitam isso, para um ossário com gavetas devidamente identificadas, ou a cremação desses restos mortais, disponibilizando as cinzas aos familiares, ou mesmo depositando-as em um local apropriado.
Outra possibilidade é a instalação de cemitérios particulares, o que poderia abrir uma nova frente de alternativas para sepultamentos.

Cemitérios: riscos e desafios

Os cemitérios, como qualquer outra instalação que afete as condições naturais do solo e das águas subterrâneas, são classificados como atividade com risco de contaminação ambiental. A razão disso é que o solo em que estão instalados funciona como um filtro das impurezas depositadas sobre ele. O processo de decomposição de corpos libera diversos metais que formam o organismo humano, sem falar nos diferentes utensílios que acompanham o corpo e o caixão em que ele é sepultado. O principal contaminante na decomposição dos corpos é um líquido conhecido como necrochorume, de aparência viscosa e coloração castanho-acinzentada, contendo aproximadamente 60% de água, 30% de sais minerais e 10% de substancias orgânicas degradáveis.
Durante o processo de decomposição orgânica, além dos líquidos liberados há emissão também de alguns tipos de gases, entre eles principalmente os característicos da decomposição anaeróbica, como o gás sulfídrico (H2S), identificados popularmente como cheiro de “ovo podre”, incluindo dióxido de carbono, gás carbônico (CO2), metano (CH4), amônia (NH3) e hidrato de fósforo, a fosfina (PH3). Além desses elementos característicos, outros gases são emitidos, caso dos óxidos metálicos (titânio, cromo, cádmio, chumbo, ferro, manganês, mercúrio e níquel entre outros) lixiviados dos adereços das urnas mortuárias, incluindo formaldeído e metanol utilizados na prática do embalsamento.
Como se não bastasse, a poluição atmosférica, pela liberação desses gases, e do solo, pelo desprendimento de resíduos já considerados, os cemitérios podem ainda trazer sérios problemas ambientais à qualidade da água, principalmente os estoques subterrâneas. A infiltração das águas de chuva nos túmulos promove o transporte de muitos compostos químicos (orgânicos e inorgânicos) para o solo, que, dependendo das características geológicas do terreno, podem alcançar o aquífero, contaminando-o. Para a minimização desse risco potencial é indispensável o monitoramento da qualidade da água nessas áreas.
Túmulos em ruínas, com rachaduras que permitem infiltração em especial das águas de chuva, problemas provocados pela compactação do solo por raízes de árvores de maior porte, além de negligência de proprietários de jazigos em cemitérios também favorecem de maneira específica a contaminação do lençol freático com impactos ambientais capazes de afetar a saúde pública. Fonte: Cemitérios como Fonte de Contaminação Ambiental

 

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