Adamantina terá centro de triagem de recicláveis e apostará em cooperativa de catadores
Projeto pretende mudar dinâmica de coleta e envolver catadores cooperados.

Um novo modelo de gestão de resíduos provenientes de lixo doméstico, e com potencial de aproveitamento para reciclagem, será implantado em Adamantina. A instalação da estrutura, com obras, equipamentos e o trabalho técnico-social envolvendo os catadores, está orçada em R$ 713 mil.
O maior volume de recursos é proveniente das medidas de compensação ambiental atribuídas à CESP (Companhia Energética de São Paulo), por causa da instalação do Reservatório da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, de Porto Primavera, em Rosana.
Em Adamantina, segundo o diretor do Departamento de Gestão de Resíduos Sólidos da Prefeitura, Alysson Quinto, os recursos advindos dessas medidas de compensação ambiental somam R$ 632.391,10, além de R$ 80.747,10 de contrapartida municipal.
Ele disse que o projeto vem sendo discutido desde 2012, a partir de parâmetros bastante complexos, e conseguiu recentemente ser finalizado, obtendo o sinal positivo da Caixa Federal para a sua licitação. A concepção do projeto envolveu sua área e a Secretaria Municipal de Planejamento.
A estrutura de triagem será construída na área da atual usina de lixo, permitindo assim integrar os serviços já existentes a essa nova proposta. Além dos recursos financeiros para as obras, o projeto prevê também um montante para a aquisição de equipamentos específicos para a atividade, além da realização de um trabalho técnico-social os futuros trabalhadores desse espaço, que se organizarão por meio de cooperativa.
Alysson destaca que a coleta seletiva de lixo em Adamantina ocorre há oito anos, com erros e acertos. E mesmo no dia em que a coleta é de recicláveis – às quintas-feiras – todo o lixo, mesmo o não reciclável (orgânico) é recolhido, quando os materiais se misturam e acabam comprometendo o valor comercial daqueles com potencial para venda. A coleta é feita nos caminhões compactadores usuais.
A nova proposta vai envolver esses futuros cooperados na coleta seletiva, às quintas-feiras, que percorrerão as ruas da cidade e recolherão apenas os recicláveis, em caminhões “gaiolas” apropriados, encaminhando para a triagem e compactação, visando comercializar esses materiais junto a empresas que aproveita essa matéria-prima renovável. “Esse pessoal vai trabalhar no corpo a corpo e sensibilizar a população”, destaca. Para isso, serão alvo do trabalho técnico-social, que visa sensibilizá-los e prepara-los para essa atuação. “Vamos buscar quem já atua como catador informal e inseri-los nessa nova dinâmica, promovendo a inclusão social dessas pessoas”, completa.
A ideia é que a partir dessa dinâmica e com o impulso da Prefeitura, a cooperativa se auto administre, buscando receitas para o pagamento do pessoal envolvido, além de contribuir para a redução do volume de lixo aterrado e o aproveitamento de materiais recicláveis. “Visitamos outras cidades e conhecemos experiências assim, e identificamos que o projeto tem dado muito certo”, destaca Alysson.
R$ 88 milhões distribuídos em 34 cidades da região
As medias compensatórias foram ajustadas a partir de acordo judicial firmado entre o MPF (Ministério Público Federal), MPE (Ministério Público Estadual) e a CESP. Foram 79 projetos aprovados, que resultaram no repasse do montante de R$ 88.094.366,46 a 34 cidades da região. Além destes, outros R$ 45.644.153,61 estão retidos por conta de pendências em projetos, por motivos diversos.
Ao todo, 34 municípios regionais elaboram projetos de cunho ambiental, a maioria deles relacionada à implantação ou melhorias no sistema de coleta de lixo e coleta seletiva. Além destes, foram repassados R$ 20 milhões para serem investidos na conclusão da obra do Hospital Regional do Câncer de Presidente Prudente.